Novos resultados da investigação portuguesa na área da doença de Parkinson foram ontem apresentados no encontro de Outono da Socidade Geral de Microbiologia em Nottingham, no Reino Unido.
Tiago Fleming Outeiro,
investigador do Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa, apresentou
os últimos resultados do grupo. A investigação com levedura revelou
novas moléculas "neuroprotectoras", explicou o investigador. No futuro,
poderão vir a ser desenvolvidas para chegar à cura para uma das doenças
neurodegenerativas mais debilitantes.
Um
dos modelos que os cientistas usam para estudar a base molecular da
doença de Parkinson, é a levedura. "São as mesmas células que se usam
para fazer pão, vinho ou cerveja, e que estão muito bem caracterizadas,
pois sabemos bem como cultivar e manipular estas células, e isso é uma
grande vantagem", diz Tiago Fleming Outeiro
"São
células que, apesar das devidas diferenças, funcionam como qualquer
outro tipo de células, incluindo os neurónios que temos no cérebro.
Mas, como sabemos manipular estas células muito bem, podemos fazer
estudos que não são possíveis com neurónios, ou com animais como os
ratinhos, por exemplo. Isto ajuda também a reduzir a utilização de
animais em investigação, apesar de isso ser necessário, em fases mais
avançadas dos estudos", adianta o investigador.
Tiago
Fleming Outeiro acredita que a descoberta no IMM "poderá constituir a
base para a cura, ou prevenção da progressão da doença. Daí que o
interesse seja muito grande actualmente. Estamos optimistas, mas
conscientes de que temos ainda muito trabalho pela frente."
Cientista brasileiro está perto da cura do mal de
Parkinson
Os portadores do mal de Parkinson
têm um motivo para comemorar. Uma pesquisa desenvolvida pelo cientista
brasileiro Miguel Nicolelis caminha em direção à cura dos sintomas da doença. O
paciente não poderá dizer que está livre do problema, mas viverá sem os
terríveis tremores e a incapacitante rigidez muscular. Para quem sofre de
Parkinson, recuperar o controle dos movimento é o mesmo que estar curado.
A técnica consiste em um pequeno
corte na altura do pescoço para implantar uma espécie de marca-passo na medula.
Hoje, marca-passos são colocados no interior do cérebro, mas a cirurgia é cara
e muito invasiva. A nova técnica de Nicolelis parte de uma visão
diferenciada da neurologia, criada pelo próprio cientista, e que o transformou
em um dos pesquisadores mais importantes da atualidade.
Seu grande mérito está na
compreensão do cérebro como um órgão contínuo, com os neurônios agindo em conjunto.
Até hoje, os neurologistas pressupõem uma série de divisões, nas quais cada
área do órgão seria responsável por funções distintas. Para Nicolelis, essa
divisão não faz sentido. Ele pretende, inclusive, publicar em 2010 um livro com
sua nova teoria sobre o cérebro.
Ao pensar no sistema nervoso de
forma mais integrada, o neurologista buscou outra porta de entrada para
combater o Parkinson. Atualmente, já existem cirurgias para implantes de
marca-passos, mas elas são restritas a cerca de um terço dos pacientes. “E
são muito caras, o que é uma grande dificuldade para o brasileiro”, explica a
neurologista Elza Dias da Silva, presidente da Academia Brasileira de
Neurologia.
O experimento de Nicolelis foi
realizado em ratos e camundongos que tinham rigidez muscular.
Ao implantar o
estimulador, eles imediatamente começaram a se mexer. Foi um sucesso. Os
animais ficaram 26 vezes mais ativos. O cientista testou ainda uma combinação:
o estimulador com medicações. Bastaram duas doses de remédios para obter bons
resultados. Sem o estimulador, foi preciso subir para cinco doses.
O estimulador elétrico corrige
uma espécie de curto-circuito do sistema nervoso. Em pessoas saudáveis, os
neurônios (células cerebrais) se “acendem” com velocidades diferentes conforme
a informação sobre um movimento é transmitida entre cérebro e corpo. No
portador da doença, os neurônios disparam ao mesmo tempo. Como resultado, a
pessoa tem tremores ou rigidez muscular.
Para resolver o problema, Miguel
Nicolelis implantou duas sondas metálicas muito finas na coluna das cobaias.
Por elas, uma corrente elétrica foi transmitida para a medula, corrigindo o
ritmo dos neurônios. O próximo desafio é testar a técnica em macacos. Uma
equipe de cientistas estuda como fazer isso no Instituto de Neurociência de
Natal-RN-Brasil. “É uma pesquisa muito promissora”, afirma Elza Dias da Silva..
Estamos caminhando para a cura do Parkinson! Maravilha! Atrás disso virão outras descobertas esperamos. Que assim seja!
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