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Boas Vindas a esta comunidade de Culturas e Afetos Lusofonos que já abraça 76 países

MÚSICA DE FUNDO E AUDIÇÃO DE VÍDEOS E AUDIOS PUBLICADOS

NÓS TEMOS TODO O EMPENHO EM MANTER SEMPRE MÚSICA DE FUNDO MUITO SELECIONADA, SUAVE, AGRADÁVEL, MELODIOSA, QUE OUVIDA DIRETAMENTE DO SEU COMPUTADOR QUANDO ABRE UMA POSTAGEM OU OUVIDA ATRAVÉS DE ALTI-FALANTES OU AUSCULTADORES, LHE PROPORCIONA UMA EXPERIÊNCIA MUITO AGRADÁVEL E RELAXANTE QUANDO FAZ A LEITURA DAS NOSSAS PUBLICAÇÕES.

TODAVIA, SEMPRE QUE NAS NOSSAS POSTAGENS ESTIVEREM INCLUÍDOS AUDIOS E VÍDEOS FALADOS E/OU MUSICADOS, RECOMENDAMOS QUE DESLIGUE A MÚSICA AMBIENTE CLICANDO EM CIMA DO BOTÃO DE PARAGEM DA JANELA "MÚSICA - ESPÍRITO DA ARTE", QUE SE ENCONTRA DO LADO DIREITO, LOGO POR BAIXO DA PRIMEIRA CAIXA COM O MAPA DOS PAISES DOS NOSSOS LEITORES AO REDOR DO MUNDO.

sábado, 24 de julho de 2010

Poeta Marize de Castro em evidência na crítica literária do Jornal da Paraíba e um poema que lhe é dedicado por Carlos Morais dos Santos


Marize de Castro e
Carlos Morais dos Santos








Fiquei muito feliz e contente por receber mais este artigo de crítica literária de Astier Basílio do JORNAL DA PARAÍBA, sobre a minha muito querida amiga de longa data, a brilhante poeta Marize de Castro, de Natal-RN - Brasil e, por isso, não resisti a transcrever aqui esse artigo.

Recordo, a propósito, que aqui, no CULTURAS E AFETOS LUSÓFONOS, já rendemos justo Tributo de Homenagem a esta poetisa que é, seguramente, um dos mais iluminados valores da jovem pooesia do Rio Grande do Norte, mas aproveito mais este reconhecimento aqui registado no Jornal da Paraíba, para publicar um poema inédito meu que, ainda à espera de ser incluído no meu próximo livro (quase pronto) de poesia, dediquei à minha querida amiga Marize de Castro, poema que colocarei depois deste artigo que lhe foi dedicado a propósito do seu mais recente livro "  Lábios-Espelhos"  , lançamento que, oportunamente, também noticiámos aqui.  Carlos MS

JORNAL DA PARAÍBA
JPCrítica
DIVULGAÇÃO
Por Astier Basílio



Poeta Marize de Castro








Não existem fórmulas
que garantam
uma boa poesia.
Não há receitas. O
fato de Marize Castro,
por exemplo, escrever
poemas curtos, econômicos,
apostar na
simplifi cidade não dá
nenhuma garantia de
que seu trabalho poético
seja bem realizado. O que faz Lábios - espelhos
(Una, Rio Grande do Norte, 2009, 97 págs.)
uma obra de qualidade é algo mais do que a
combinação de um receituário seguido à risca.
Não. É algo imponderável chamado talento.
Marize não se preocupa em ostentações.
Veja o poema “Deus é Mundo” em que ela diz:
pequenas mortes acompanham-me/ Desamparo-
me a cada página/ Ela me disse: Deus é
o mundo./ Desde então, não me encolho mais./
Amplio-me. Há, neste curto texto, dois eixos
fundamentais. O primeiro, a referência a um
eu-lírico, exteriorizado em terceira pessoa,
denominado de “Ela”, referência que atravessa
vários textos. O outro eixo, ou melhor,
mais a revelação de uma estratégia, mostra
uma poeta que esconde suas intertextualidades,
que aposta no simples, é que “pequenas
mortes”, principalmente no idioma francês,
é uma metáfora para orgasmo, elemento que
ilumina a temática erótica e amorosa de seus
textos curtos e fulminantes.
Quem é essa “ela”? Essa “ela” que se insurge
(se eu não escrevo, ela me engole/ come meu
útero./ Meu cérebro...) que, por que não dizer,
se metamorfoseia em várias outras, multidão
de uma só que canta e que anuncia: conduzo
águias/ tropeço em harpas/ troco em harpas/
troco anáguas no jardim/ onde os amantes são
sepultados. Tentando, em vão responder a essa
pergunta, a de quem seja “ela”, a melhor resposta
não é decifrar o enigma, mas de contemplar
o enigma, beijá-lo, como sugere o título,
Lábios - espelho, uma gradação em camadas,
uma caixa de pandora luminosa e, ao mesmo
tempo, opaca, pois, a transparência de Marize
ilusoriamente revela. Eis o jogo, como sugerido
em “silente”: sinto urgência em dizer: calo
_________________________________








MULHER, MENINA, LABIRINTO, POETA
(Para Marize de Castro)
Labirinto de algas
Noturno Mar
Impenetrável “Castro”
Nuvem navegante
Serpente de Luz
Romã prolífera

És rasto de esquecidas memórias
Corpo de rasgadas carnes
com sulcos de pontos-luz
em sombras, baças, fugazes.

Vestida de véus, ornada de diamantes
em poemas, cavalgas o Sol e a Lua,
os rios, os mares e todos os pássaros.
em rituais cópulas, febris, inebriantes.

Das tuas arestas vivas sangra mel
e nos abismos do teu Ser-Sentir
macios pingos de dor, inaudíveis,
soltam explosões siderais, ofuscantes.

Mas és viajeira do tempo vindouro
em espaços abertos, lava escaldante.
Dos teus férteis lábios, seios e ventre
Escorre um néctar que é puro ouro
Que adorna teu poema, maior amante,
Que te cativa, fertiliza e castra, insistente.

Pássaro dos abismos e montanhas insondáveis
Vôos de “Via Crucis – Via Láctea”, alma errante,
Ecos de amor-dor, música telúrica, Vestal,
Poemas vibrantes de harmonias improváveis,
Cantares de amigo, de castigo e de amante,
Pedras de lapidação onírica de sublime cristal.
Poema e foto
Carlos Morais dos Santos

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Carlos Morais dos Santos - Poema APENAS E SÓ







APENAS E SÓ

Eu quisera ser
Um rápido cometa
Na breve miragem
Do teu olhar

Jamais estrela,
Menos ainda SOL

Apenas movimento
De vaga translação,
De breve passagem,
Ínfimo pedaço
De desconhecido planeta
Onde, por breves instantes,
Teu olhar íntimo, em mim pousou

Eu quisera ser
Apenas e só
Um risco luminoso
No espaço duma vida !



Carlos Morais dos Santos


Lúcia Helena Pereira - "Poetisa das Flores e do Amor" - QUERO O SEU OLHAR DE SOL



QUERO O SEU OLHAR DE SOL
Lúcia Helena Pereira (*)
"  Poetisa das Flores e do Amor"
 

 Sim, quero o seu olhar de sol,
Sem a venda intrusa que a poeira cobre e ofusca.
O Seu olhar é mirante de alegrias
Alegoria festiva, convidada para os carnavais.

Vejo uma dança branca em seu olhar de mel
Requebrando-se numa esquina azul,
Onde uma íris enfeitada de doçura,
Ensaia passos ao redor do palco âmbar.

Quero o seu olhar em irradiante luz,
Em terceira dimensão, com visões rosadas
De lírios se abrindo, num muro cor de primavera
Flambada de sol.

Vejo a retina do seu olhar vestida de cristais
Porque tudo nele é luz, claridade,
É potencial de distância alcançada
No seu doce e puro olhar de amor.

Quero o rio brilhando em seu olhar
Que aponta faróis incandescentes
E contempla o dia e a noite,
Com uma clareza certamente pródiga.

E beijo o calor que emana do seu olhar
Nele um bafo de anjo já suspira
Anunciando o novo dia,
A nova luz do véu estelar do seu olhar.

Quero o seu olhar completamente enfeitado
Onde namoram paisagens e flores se acasalam
Junto aos pássaros do amanhecer,
Em muita luz, brilho e um verde exuberante.

Porque o seu olhar vem da canção diurna,
Embora mudo, seu olhar canta a pulsação
Da melodia em notas magistrais,
Dó, ré, fá, sol, lá, si...

Quero o seu olhar derramando vestigios
Espalhando a dança dos pirilampos
Num chão de folhas frescas e perfumadas,
Onde o sol desmaia tênues fios.

Esse seu olhar de bicho na escuridão das matas
Divisando mistérios, acendendo clareiras,
Olhar de fogo, ardor, olhar de brisa e amanhecer
Um olhar ocre, cheio de milagres.

Quero o seu olhar abrindo as cortinas
Do grande palco da vida.
Quero-o com novo figurino, bons atores,
Quero um filtro delicado para o licor do seu olhar.

EU QUERO!

(*) Lúcia Helena Pereira
"  Poetisa das Flores e do Amor"
Escritora, poetisa, historiadora
Acadêmica de várias Academias do Brasil
Membro do Inst.Histórico-Geográfico do RN.Brasil 
Cônsul do M.Internacional Poetas Del Mundo 

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Actriz portuguesa Maria do Céu Guerra homenageada no Brasil

O Festival do Teatro da Língua Portuguesa (FESTLIP) consolida-se no roteiro cultural do Rio de Janeiro com a sua terceira edição, a partir do próximo dia 14, e vai homenagear a actriz e encenadora portuguesa Maria do Céu Guerra.

'O FESTLIP já virou parte da agenda cultural do Rio com um público cativo', disse a idealizadora do festival, a actriz e produtora Tânia Pires, ao destacar que o teatro de língua portuguesa está a ser mais valorizado e com maior projecção.

'Esta é uma edição que consolida o festival, estamos trazendo pela primeira vez um grupo de São Tomé e Príncipe e do Timor Leste. Estamos a realizar um formato mais amplo e hoje o FESTLIP se transformou num movimento com desdobramentos importantes', acrescentou.

Segundo Pires, a partir do festival e das oficinas de teatro itinerantes pelos países de língua portuguesa, hoje já se tem um banco de dados de actores e grupos teatrais dos países lusófonos.

'A nossa missão não é só uma mostra teatral, mas um movimento que efectiva o conhecimento dos países lusófonos com uma cultura tão diversificada e uma expressão muito forte', garantiu.

Neste ano, 15 espectáculos teatrais inéditos serão apresentados durante os 12 dias de festival que vai contar também com exposição de fotografias, palestras, oficinas, mostra gastronómica e uma grande festa que reunirá nomes da música brasileira e de países lusófonos na Lapa, o bairro mais boémio do Rio.

Nesta edição, a convidada de honra será a companhia teatral 'A Barraca', criada em 1976, que apresentará ao público carioca o espectáculo 'Agosto - Contos da Emigração' sob a direcção de Maria do Céu Guerra.

A montagem buscou inspiração na literatura portuguesa para falar sobre a sua própria história, de homens que saíram para conquistar o mundo.

A dramaturgia foi criada a partir de textos de Ferreira de Castro, José Rodrigues Miguéis, Dias de Melo, João de Melo, Manuela Degerine e Olga Gonçalves e aborda as aspirações, frustrações e triunfos dessas pessoas que deixaram Portugal em busca de riquezas para o país.

A cada ano, uma personalidade da lusofonia é homenageada neste festival teatral. Em 2009, a actriz e declamadora brasileira Maria Fernanda e o escritor moçambicano Mia Couto foram os homenageados. Agora, coube a Maria do Céu Guerra ser a figura de destaque.

Brasileiros são o maior grupo de estudantes estrangeiros em Portugal


Os estudantes brasileiros são o maior grupo do conjunto de estudantes estrangeiros em Portugal.
De acordo com o documento ‘Inscritos no Ensino Superior: Informação Socioeconómica’, elaborado pelo Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a maioria dos alunos estrangeiros é de nacionalidade brasileira (3813), angolana (3587), cabo-verdiana (3544) e moçambicana (876).
 
De países europeus, são os espanhóis os que mais optam pelas instituições portuguesas para iniciar, continuar ou concluir um curso superior: 679 estavam inscritos no ano lectivo 2008-09. Seguem-se os franceses (584) e os italianos (334). Mas também há alunos provenientes de países tão distantes como a Polinésia Francesa (2) ou Vanuatu (1), ambos da Oceânia.

Representam cinco por cento dos alunos do ensino superior português, num total de 8663 estudantes. No ano lectivo 2008-09 estavam matriculados 174 mil alunos no ensino superior, dos quais 165 337 de nacionalidade portuguesa.

Mais cinco países interessados em aderir à CPLP

Mais cinco países - Austrália, Indonésia, Luxemburgo, Suazilândia e Ucrânia - manifestaram interesse em aderir à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse no passado dia 12 o secretário executivo da organização.

Domingos Simões Pereira precisou que a Suazilândia e a Ucrânia já formalizaram o pedido de adesão como membros associados, enquanto dos restantes três países, o Luxemburgo solicitou um "convite especial" para estar presente na próxima cimeira da CPLP.

A próxima cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP está marcada para o dia 23, em Luanda, onde Portugal passará o testemunho da Presidência da organização para Angola.

A Estrada Real e a transferência da Corte Portuguesa

A estruturação económica e territorial do Brasil contada a partir do Ciclo do Ouro no Século XVIII, em Minas Gerais , é à base do trabalho de pesquisa do livro A Estrada Real e a Transferência da Corte Portuguesa, elaborado pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), unidade do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), no Rio de Janeiro.

A publicação, editada por Gilberto Dias Calaes e Gilson Ezequiel Ferreira, destaca a importância da Estrada Real que surgiu em função da descoberta de grandes depósitos auríferos em Minas. Ao longo de seus 1.400 quilómetros, a Estrada transformou-se no principal pólo de crescimento do País à época, consolidando-se definitivamente com a chegada da Família Real ao País, em 1808. 
 
Em 15 capítulos, escritos por estudiosos e especialistas da área, o livro conduz-nos por uma viagem pela economia do novo País em formação e mostra o aparecimento das empresas mineradoras, a produção de riqueza e seus efeitos em Portugal, e aborda, além de outros tópicos, o acervo arqueológico da antiga mineração do ouro, em Ouro Preto (MG), a formação de mão-de-obra e a preservação patrimonial da região.

Obra de Ferreira Gullar publicada em Portugal

A obra do poeta brasileiro Ferreira Gullar, distinguido com o Prémio Camões 2010, será publicada em Portugal pela Babel, anunciou o grupo editorial em comunicado.

O projecto de edição da obra de Gullar terá início já este mês, com 'Poema Sujo', escrito em 1975, durante a ditadura militar no Brasil, quando o autor estava exilado em Buenos Aires, e publicado no ano seguinte pela editora Civilização Brasileira.

Trata-se de um poema que encontrou grande eco na comunidade artística e intelectual brasileira da época, tornando-se, segundo o poeta Vinicius de Moraes, contemporâneo de Gullar, 'o mais importante poema escrito em qualquer língua nas últimas décadas'.

Com publicação simultânea no Brasil, pela editora José Olympio, segue-se, em Setembro, um novo livro de poemas do autor, intitulado 'Em Alguma Parte Alguma' -- o primeiro deste género literário desde 'Muitas Vozes', de 1999.

'Cidades Inventadas', uma compilação de ficções escritas ao longo de várias décadas, originalmente publicada em 1997, e o livro de memórias 'Rabo de Foguete -- Os Anos do Exílio' serão igualmente dados à estampa ainda este ano.

V Circuito de Teatro Português - São Paulo, 17 a 25 de Julho


“Auto da Índia: aula prática”, de Gil Vicente, é o espectáculo de abertura do V Circuito de Teatro Português, que irá decorrer em São Paulo entre 17 e 25 de Julho. Para além da sessão inaugural, que terá lugar no dia 17, pelas 19h00, no Auditório do Museu de Arte de São Paulo (MASP), o espectáculo será apresentado em mais três cidades do Estado: Botucatu (20), São Carlos (21) e Diadema (23). O grupo de teatro A Escola da Noite dinamiza ainda um workshop, no âmbito do Circuito, destinada à comunidade teatral paulista.

O Circuito de Teatro Português de São Paulo é uma iniciativa do grupo brasileiro Dragão7 (dirigido pela actriz e encenadora Creusa Borges), realizada no âmbito da Cooperativa Cultural Brasileira. Foi criado para promover o intercâmbio cultural entre o Brasil e Portugal, com o desejo de progressivamente alargá-lo aos outros países de língua portuguesa. Internamente, o formato do Circuito foi pensado para descentralizar as actividades culturais da cidade de São Paulo: os espectáculos, os debates e os workshops que integram a programação têm lugar não só na capital do Estado, mas também em várias outras cidades do “ABC” Paulista e do interior.

“Auto da Índia” é a mais recente produção vicentina d’A Escola Noite. Foi estreada em 2007 e a companhia continua a mantê-la em reportório. Depois de uma intensa digressão nacional, com mais de 20 localidades visitadas, e da apresentação em Luanda (2008), o espectáculo chega agora ao Brasil, país onde A Escola da Noite não se apresentava desde 1998.

Seminário em Juiz de Fora discute matemática moderna no Brasil e em Portugal

 
A Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, foi o palco, dias 12 e 13 de Julho, do IX Seminário Temático "A Matemática Moderna nas escolas do Brasil e de Portugal". Ao longo dos dois dias foram apresentadas pesquisas em andamento produzidas por alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado, e houve mesas redondas sobre políticas públicas, formação de professores e ensino fundamental.

O evento deu continuidade às edições anteriores do evento que se iniciou no âmbito do Projecto de Cooperação Internacional CAPES-GRICES, no período de 2006 a 2008 e foi coordenado pelos professores Wagner Rodrigues Valente (Brasil) e José Manuel Matos (Portugal).

O seminário, agora na sua 9ª edição, tem lugar duas vezes por ano, sendo uma no primeiro semestre, realizada no Brasil, e a outra no segundo, em Portugal. Esta discussão sobre a matemática moderna já passou por São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis e, em Portugal, por Almada e Lisboa (três vezes na capital portuguesa).

O bibliotecário hipocondríaco, de Cristina Norton

"O Guardião de Livros", editada pela Livros d´Hoje, é a mais recente obra de Cristina Norton. Através das suas palavras conhecemos que rumo levaram os livros da Real Biblioteca do Palácio de Ajuda em Lisboa, aquando da saída da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808. Mas também conhecemos em pormenor a vida de Luís Joaquim dos Santos Marrocos, um bibliotecário hipocondríaco, e de muitos outros personagens. História e ficção congregam-se na perfeição neste livro, transformando a leitura num momento de «alienação» dos problemas do dia-a-dia. «A leitura faz bem à saúde», defende a autora.
Cristina Norton conheceu Luís Marrocos por acaso e a sua história, desde então, nunca a abandonou. A pesquisa foi intensa, mas acabou por ser frutífera, já que o livro editado pela Livros d´Hoje tem o dom de revelar histórias apaixonantes, que cativam facilmente o leitor. Um dos méritos da obra é a junção do que é real e do que é ficcional, oferecendo um cenário muito próximo do vivido na época, concretamente num país desconhecido na altura para os europeus, o Brasil. Mas é notório salientar que um sentimento percorre todas as páginas: a admiração pelos livros.

Cristina Kace Norton nasceu a 28 de Fevereiro de 1948, em Buenos Aires, Argentina. Reside há mais de 30 anos em Portugal e optou pela nacionalidade portuguesa. Fez vários cursos de línguas e literatura. Está publicada no Brasil e no Chile. A sua obra engloba a poesia, o romance e o conto, da qual destacamos os livros O Afinador de Pianos, O Lázaro do Porto, Os Mecanismos da Escrita Criativa, O Segredo da Bastarda, O Barco de Chocolate – contos infantis, Prémio Adolfo Simões Müller, 2002; em 2.ª edição, com ilustrações de Danuta Wojciechowska – A Casa do Sal e agora O Guardião de Livros. Trabalha, desde 1998, em oficinas de escrita criativa dando, com o seu método, cursos de formação a professores, organizados pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, pela Fundação Calouste Gulbenkian e por outras instituições.

Biossensores made in Portugal ganham prémio de inovação

Os biossensores colam-se às mãos para captar o sinal de sudação. A partir desse momento, estamos à mercê da máquina que consegue captar em tempo real os impulsos emotivos. É uma espécie de polígrafo, mas não é a mesma coisa. Além de universidades, já há empresas entre os clientes da Plux

Da fase de serenidade, passamos ao entusiasmo assim que sai uma gargalhada ou para agitação quando o assunto da conversa resvala para a declaração de IRS. Um gesto do interlocutor, como um toque nas costas ou um espirro, provoca reacções emocionais imediatas que são expostas no ecrã de um pequeno computador.

Hugo Gamboa, de 34 anos, doutorado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, vai explicando as aplicações dos sensores de medição e a linha de produtos que a sua empresa, a Plux, desenvolve para o mercado. Esta tecnologia sem fios, única a ser fabricada em Portugal, já é usada por universidades europeias e empresas em estudos e medições de biossinais de pacientes.
 
Da saúde ao desporto, passando pela investigação, o potencial dos biossensores é imenso e a empresa portuguesa, fundada em 2007, quer levá-lo ao mercado. Acabou de receber o primeiro prémio na categoria de Biggest Innovation na área da Saúde no HiT Barcelona World Innovation Summit, depois de um processo de selecção feito pelo Audax/ISCTE. Na plateia, estavam investidores de capitais de risco europeias e americanas, público que Hugo Gamboa quer captar.

Vontade de crescer

"Estamos à procura de parceiros externos. A equipa que temos está bem para a actividade actual mas para ter mais acesso ao mercado é preciso crescer", diz, no pequeno escritório da Plux, no centro de Lisboa.

A empresa de engenharia de biossensores vende em média cerca de 50 aparelhos por ano e as receitas servem para cobrir as despesas. Ter um gestor de marketing em Barcelona foi o passo mais recente para dar impulso à comercialização do produto - um kit composto de mala, computador com um software de biofeedback (técnica usada para a reabilitação muscular), sensores de medição, entre outros equipamentos.

Para já, Espanha, Inglaterra, Irlanda, Suécia, Holanda e Noruega são alguns dos países com quem já fazem negócio. "Este ano, queremos ter uma estrutura de marketing madura, depois de uma fase em que investimos muito no desenvolvimento do produto. A investigação é, para nós, a parte mais fácil. Agora precisamos de ganhar mercado", afirmou.

Mistura de ritmos portugueses e brasileiros na Casa da Música do Porto - Portugal

Há pessoas de todas as idades. Vê-se boa disposição e animação. No centro da sala, o maestro pede atenção às bandas e começa o "Turbilhão", a primeira canção a ser ensaiada. São os primeiros minutos de mais um ensaio para o quarto concerto Sonópolis que, no passado Domingo, dia 11 de Julho, a partir das 17h30,decorreu na praça da Casa da Música, na cidade portugesa do Porto, capital do Norte.

Guitarras, oboés, bateria, reco-recos fazem-se ouvir, num ritmo que o ouvido não rejeita. De repente, ouve-se a voz de Armindo Silva, membro de uma das bandas. Há sorrisos de cumplicidade nos elementos dos outros grupos. O maestro vai fazendo correcções, sem nunca interromper. No entanto, soa tudo impecável. No final, todos aplaudem.

A iniciativa, promovida pelo Serviço Educativo da instituição, fundiu ritmos de Portugal e sonoridades do Brasil. Aos alunos do Curso de Formação de Animadores Musicais da Casa da Música, juntam-se os Som da Rua, o Coro Infantil do Bairro de S. Tomé e os ReTimbrar.

A Ciência no Brasil Colónia

No final do século XVIII, a Corte portuguesa determinou expressamente aos governadores das capitanias brasileiras a admissão de naturalistas com o objectivo de fazer mapas do território, realizar prospecção mineral e desenvolver e disseminar técnicas agrícolas mais eficientes. Tudo para tentar gerar mais divisas e ajudar a equilibrar as periclitantes contas do reino de Portugal.

A ordem para procurar homens de ciência capazes de pesquisar a natureza brasileira partiu de dom Rodrigo de Sousa Coutinho ao assumir a Secretaria de Estado da Marinha e Domínios Ultramarinhos, em 1796, e formular uma nova política para a administração do Império colonial português. Para ele, era urgente conhecer a utilidade económica das espécies nativas e investigar o verdadeiro potencial mineral das terras de além-mar. Aos governadores de cada capitania cabia acompanhar os trabalhos e relatar à Corte os progressos em curso.

Foram contratados naturalistas em Minas Gerais, em Pernambuco, na Bahia e no Ceará. Em São Paulo, o governador Antônio Manuel de Melo Castro e Mendonça admitiu João Manso Pereira, um químico autodidata, versado em idiomas como grego, hebraico e francês e professor de gramática, envolvido em ampla gama de atividades.

“Manso é um caso notável de autodidatismo que, sem nunca ter saído do Brasil, procurava estar atualizado com as novidades científicas que circulavam no exterior”, diz o historiador Alex Gonçalves Varela, pesquisador do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) e autor do livro Actividades Científicas na “Bela e Bárbara” capitania de São Paulo (1796-1823) (Editora Annablume, 2009). 
 
O químico era inventor e publicou diversas memórias científicas, da reforma de alambiques e transporte de aguardente à construção de nitreiras para produzir salitre. Mas fracassou no projecto de instalação de uma fábrica de ferro. “Foi quando seu didatismo mostrou ter limites.”
Em 1803, foi nomeado para seu lugar Martim Francisco Ribeiro de Andrada e Silva pelo governador Antônio José de Franca e Horta. Irmão de José Bonifácio – que viria a ter papel relevante na história da Independência.

Martim era diferente de João Manso. Tinha uma formação académica sólida, andou pela Europa e estudou na Universidade de Coimbra. Tradutor de obras científicas, fez numerosas viagens pelo território paulista e foi um difusor das ciências mineralógicas na época. “Ele seguia o conjunto de práticas científicas do período, ou seja, descrição, identificação e classificação dos minerais em seu local de ocorrência”, conta Varela. Anos mais tarde, Martim e Bonifácio realizaram juntos uma conhecida exploração pelo interior paulista.

João Manso, Martim e Bonifácio tinham em comum o conhecimento enciclopédico e uma forte ligação com a política do período. Martim chegou a ministro da Fazenda e participou do que ficou conhecido como “gabinete dos Andradas”, convidado pelo irmão, em 1822. De acordo com Varela, o trabalho científico dos três naturalistas foi de extrema relevância para ajudar o governo português a conhecer de forma detalhada a capitania paulista e os seus recursos naturais.

“A ciência e a técnica brasileira não é algo tão recente como se afirmava até meados dos anos 1980 e não passou a ser praticada aqui apenas depois que surgiram os institutos biomédicos no final do século XIX e começo do século XX”, afirma o historiador.

“Há numerosos exemplos de homens ilustrados investigando a natureza, trabalhando com uma ciência utilitarista e produzindo conhecimento no período do Brasil Colônia.”

Por fim, uma curiosidade: os termos naturalista e filósofo natural ainda são usados pelos historiadores para se referir aos homens de ciência da época porque a palavra cientista não existia até 1833. Naquele ano, ela foi utilizada pela primeira vez pelo polímata William Whewell, que criou o neologismo para se referir às pessoas presentes numa reunião da Associação Britânica para o Avanço da Ciência.

Maioria do Património Cultural Mundial no Brasil tem origem portuguesa

Ouro Preto - exemplo do vasto património histórico e cultural de origem portuguesa no Brasil


Em 1972, a Organização das Nações Unidas para a Ciência e a Cultura (UNESCO) criou a Convenção do Património Mundial. Objectivo: incentivar a preservação de bens culturais e naturais considerados de relevo para toda a Humanidade.

São considerados patrimónios culturais obras de arquitectura, escultura ou pintura monumentais de carácter arqueológico, construções cuja característica arquitectónica tem valor universal ou excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência e obras isoladas ou conjugadas do homem e da natureza, com valor excepcional do ponto de vista histórico, estético, etnológico ou antropológico.

A maioria do património arquitectónico brasileiro considerado Património Cultural Mundial tem origem portuguesa.

Cidade Histórica de Ouro Preto/MG

Antiga capital das Minas Gerais, Ouro Preto foi fundada em 1698. A cidade é considerada património pelo seu acervo arquitectónico original. Localizada a cerca de 100 quilómetros de Belo Horizonte, foi o principal centro do Ciclo do Ouro do Brasil.

Centro Histórico de Olinda/PE
Olinda foi fundada em 1537 pelo primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira. O centro histórico da cidade conserva com fidelidade a paisagem e o sítio da vila fundada ainda na primeira metade do século XVI. O traçado urbano é informal, característico dos povoados portugueses de origem medieval e todo o conjunto está envolvido pela vegetação.

Missões Jesuíticas Guarani, Ruínas de São Miguel das Missões/RSNo interior do Rio Grande do Sul, na região fronteiriça com o Paraguai e a Argentina, encontra-se uma das mais importantes relíquias das missões jesuíticas no Brasil. O pequeno município de São Miguel das Missões integra um sítio histórico considerado um dos principais vestígios do período de influência dos padres jesuítas na região das Missões, habitada pelos índios guaranis. São Miguel das Missões é o grande atractivo do roteiro, Património Histórico e Cultural Nacional desde 1938 e Património Histórico e Cultural da Humanidade desde 1983, único no Sul do Brasil.

Centro Histórico de Salvador/BAFundada por Thomé de Souza em 1549, Salvador está situada entre o mar e as colinas da Baía de Todos os Santos. A estrutura é semelhante à das cidades do Porto e Lisboa, com forte carácter defensivo, próprio ao século XVII. Ao nível do mar, a Cidade Baixa forma uma estreita faixa entre o litoral e uma escarpa, delimitando a Cidade Alta.

Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo/MG
O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos é a obra-prima de António Francisco Maria Lisboa, o Aleijadinho, iniciada em 1757. O conjunto é formado pela capela de Bom Jesus, pórtico, imponentes escadarias, muros e parapeitos do átrio e outras seis capelas localizadas ao longo do trajecto que leva ao Santuário, no alto de uma colina. Imagens nas capelas foram esculpidas em madeira por Aleijadinho e pintadas por Manuel da Costa Athayde.

Plano Piloto de Brasília/DFA cidade foi inaugurada em 1960, construída após concurso público realizado pelo presidente Juscelino Kubitschek, em 1957. Na capital convivem formas espaciais e tempos históricos variados, representados por antigas fazendas e cidades goianas e acampamentos pioneiros que reinterpretam os princípios modernistas. É a primeira cidade moderna considerada Património Mundial.

Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato/PIO Parque Nacional Serra da Capivara, no Município de São Raimundo Nonato, sudeste do Piauí, foi criado em 1979. Seu objectivo é preservar vestígios arqueológicos do que seria a mais remota ocupação humana da América do Sul, há cerca de 50 mil anos. Nos mais de 400 sítios arqueológicos espalhados pelo Parque, podem ser vistos vestígios deixados pelo homem pré-histórico, com quilómetros de galerias cobertas por pinturas e gravuras rupestres.

Centro Histórico de São Luís do Maranhão/MASão Luís, centro histórico inscrito na Lista do Património Mundial, era um pequeno povoado luso-espanhol, que começou a ser construído em 1531, passando para o domínio francês em 1612. Foi retomado pelos colonizadores portugueses três anos depois. O centro histórico reúne cerca de 4 mil imóveis registados como património pela União, que mantêm intacto o traçado urbano do século XVIII.

Centro Histórico da Cidade de Diamantina/MGDiamantina está localizada no nordeste de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha, a 1.200 metros de altitude. A fusão da arquitectura, do traçado urbano e das montanhas ao fundo caracteriza a paisagem da cidade.

Centro Histórico da Cidade de Goiás/GO
A cidade de Goiás teve origem no Arraial de Santana, às margens do Rio Vermelho. Desempenhou papel importante na ocupação do Brasil Central durante os séculos XVIII e XIX. Devido ao isolamento em relação aos principais centros culturais do Brasil colonial, a arquitectura dos prédios públicos e privados é bastante austera e com soluções técnicas particulares.

Património Mundial no Brasil

Cidade Histórica de Ouro Preto (1980)
Centro Histórico de Olinda (1982)
Missões Jesuíticas Guarani, em São Miguel das Missões (1983)
Centro Histórico de Salvador (1985)
Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo (1985)
Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu (1986)
Plano Piloto de Brasília (1987)
Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (1991)
Centro Histórico de São Luís do Maranhão (1997)
Centro Histórico de Diamantina (1999)
Reservas de Mata Atlântica do Sudeste (1999)
Reservas de Mata Atlântica da Costa do Descobrimento (1999)
Parque Nacional do Jaú (2000)
Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal: Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense Centro Histórico de Goiás (2001)
Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas (2001)
Ilhas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas (2001)

terça-feira, 13 de julho de 2010

1ª Conferência Luso-Brasileira de Acesso Livre ao Conhecimento - Braga, Novembro de 2010

 
Na sequência do Memorando de Entendimento assinado entre o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal e Ministro da Ciência e Tecnologia do Brasil, em Outubro de 2009, e dando continuidade às Conferências sobre o Acesso Livre ao Conhecimento, organizadas pela Universidade do Minho (Portugal) em 2005, 2006, 2008 e 2009 (as duas últimas integradas no projecto Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal), vai realizar-se nos dias 25 e 26 de Novembro, na Universidade do Minho, em Braga, Portugal, a 1ª Conferência Luso-Brasileira de Acesso Livre.

A conferência pretende reunir as comunidades portuguesas e brasileiras que desenvolvem actividades de investigação, desenvolvimento, gestão de serviços e definição de políticas relacionadas com o acesso livre ao conhecimento, através de repositórios e de revistas de acesso livre.

As propostas deverão ser apresentadas através do sítio Web da Conferência, que estará disponível para o efeito a partir de 15 de Junho, em http://confoa2010.acessolivre.pt/.
*Contactos e Organização da Conferência*:
Em caso de dúvidas ou necessidade de informação adicional, contacte confoa2...@acessolivre.pt

Mitos portugueses que sobrevivem no Brasil - no programa da TV Brasil "Brasil, Portugal - Lá e Cá"


Retrato de Dom Sebastião, Rei de Portugal
A história dos mitos portugueses no Brasil, a influência que tiveram e como alguns inspiraram importantes movimentos sociais e políticos - estes os temas do episódio da série "Brasil, Portugal – Lá e Cá", que a TV Brasil exibiu na passa terça-feira, dia 6 de Julho, às 20h.

Em Mistérios e Lendas, os apresentadores, os jornalistas Paulo Markun (brasileiro) e Carlos Fino (português) falaram sobre os vários mitos que rondam Brasil e Portugal, entre eles O Caminho do Peabiru, uma trilha milenar, pré-colombiana, usada pelos guaranis, incas e outras povos. Reza a lenda que o Peabiru, de que restam hoje vestígios em Pitanga, no Paraná, teria sido aberto por São Tomé, apóstolo de Cristo, uma prova, segundo os jesuítas, de que São Tomé teria caminhado pelo Brasil.
O Mito de Dom Sebastião, conhecido como Sebastianismo e que ainda sobrevive nalgumas regiões do Brasil, designadamente na ilha de Lençóis, no Estado do Maranhão, também será lembrado no programa. Um dos convidados é o teatrólogo Zé Celso Martinez Corrêa, que liga o mito ao messianismo, fenómeno que se manifestou na História do Brasil no século XX, em movimentos como Canudos e Contestado.
Por fim, o mito português do Quinto Império - o sonho mítico do Padre António Vieira (1608-1697) consagrado na Mensagem de Fernando Pessoa - segundo o qual Portugal, através de D. João IV (1604-1656), consumaria a realização do reino universal de Cristo. Seria um império espiritual, construído com esforço pelo homem, que abandonaria o reino terreno para viver no divino. Já no século XX, o mito inspirou intelectuais portugueses como o Professor Agostinho da Silva, que teve grande influência no Brasil.
"Brasil, Portugal - Lá e Cá", série de programas recheadas de histórias populares e cultura luso-brasileira, é apresentado pelo jornalista brasileiro Paulo Markun e pelo português Carlos Fino, conselheiro de imprensa da Embaixada de Portugal no Brasil. Numa parceria entre a TV Cultura (Brasil) e a Rádio e Televisão de Portugal (RTP 2), a série revela o Brasil para os portugueses e Portugal para os brasileiros. Suas semelhanças e diferenças – curiosidades, subtilezas, resgate histórico e cultural – são abordados em reportagens especiais, conversas descontraídas, reflexões, entrevistas exclusivas e muitas imagens dos arquivos dos dois canais.
Horário:
TV Brasil- Terças, às 20h; reprise, quintas, à 1h
TV Cultura - Domingos,às 21h

Morreu a ilustre escritora portuguesa Matilde Rosa Araújo

Morreu na madrugada da passada terça-feira, dia 06 de Julho, na sua residência, em Lisboa, aos 89 anos, a escritora portuguesa Matilde Rosa Araújo. O corpo de Matilde Rosa Araújo foi velado hoje na sede da Sociedade Portuguesa de Autores, na capital portuguesa.

Matilde Rosa Araújo é uma dos nomes mais distinguidos da literatura para crianças em língua portuguesa, tendo sido homenageda ao longo da sua carreira com diversos prémios.
Em 1991, recebeu o Prémio para o Melhor Livro Estrangeiro da Associação Paulista de Críticos de Arte de São Paulo, Brasil, por "O Palhaço Verde".

"É uma generosidade muito grande por uma carreira que me deu mais a mim do que eu dei a ela", disse a escritora, em Maio de 2004, ao receber o prémio "Carreira" da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).

Professora, jornalista e escritora, nascida em Lisboa a 20 de Junho de 1921, Matilde Rosa Araújo licenciou-se, em 1945, em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, tendo feito uma tese sobre jornalismo. Foi professora do ensino técnico profissional em várias cidades do país, tendo ficado efectiva no Porto. Foi também professora do primeiro curso de Literatura para a Infância, na Escola do Magistério Primário de Lisboa. Enquanto estudante, foi aluna de Jacinto do Prado Coelho e Vitorino Nemésio e colega de Sebastião da Gama, Luísa Dacosta, David Mourão-Ferreira e Urbano Tavares Rodrigues.

Autora de livros de contos e poesia para adultos e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças - como "O Sol e o Menino dos Pés Frios", "História de uma Flor" e "O Reino das Sete Pontas" - dedicou-se intensamente à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com actividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.

Músicos do Brasil no Festival de Percussão de Tomar - Portugal

A quarta edição do Festival Internacional de Percussão de Tomar, «Tomarimbando», que está a decorrer de 12 a 17 de Julho, conta com as presenças de músicos do Brasil, do Japão, da Sérvia e de Portugal.

O evento ocupa dois espaços da bela cidade de Tomar, a cidade dos Cavaleiros Templários: Lagares d´El Rei e o Cine Teatro Paraíso.

O programa é complementado com espectáculos e performances de rua informais e oficinas de percussão.

Fundadas pelos Portugueses, Cananeia e São Vicente disputam o título de primeira cidade do Brasil

Cananeia, no Estado de São Paulo, foi a primeira região povoada do Brasil, marcada por conflitos entre europeus para a exploração das riquezas naturais do novo continente. Em 24 de janeiro de 1502, chegou ao local a expedição exploratória com Gaspar de Lemos e Américo Vespúcio (Amerigo Vespucci) no comando, visando reivindicar e demarcar as novas terras, designando a região por Barra do Rio Cananor.

Desta expedição fazia parte um personagem obscuro da história luso-brasileira, o degredado português Cosme Fernandes, conhecido como Bacharel de Cananeia, o qual se tornou figura poderosa na região.
Anos depois, em 1531, Portugal enviou mais uma expedição, sob o comando de Martim Afonso de Sousa,  que chegou na comunidade de Marataiama (Antigo nome de Cananeia registado no diário de bordo da expedição - Mara = mar e Tayama = terra). Este ano é considerado o da fundação oficial da Vila.
 
Fundação de São Vicente

Porém, devido à falta de documentos consistentes que comprovem tal feito, ficou estabelecida a controvérsia sobre qual seria a cidade mais antiga do Brasil: Cananeia ou São Vicente (esta última, também fundada por Martim Afonso, em 22 de janeiro de 1532, conforme vasta e incontestável documentação).

Por Cananeia passava a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas que dividia então o mundo entre Portugal e Espanha. Dessa época, ainda existem algumas relíquias como a igreja de São João Baptista, fundada em 1577. Construída com muros largos e sem janelas, serviu como forte para proteger a cidade das constantes ameaças de invasões.

Outras construções preservadas são o obelisco, dois canhões e os argolões de bronze encravados em pedras, que serviram para amarrar as caravelas da expedição de Martim Afonso de Souza.

Além do património histórico, Cananeia destaca-se pelas suas belezas naturais, tendo sido declarada património natural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A revista americana "Condé Nast Traveler" considerou-a o melhor roteiro ecológico do mundo.

Jornalista brasileiro Hermano Alves morre aos 82, em Lisboa

O jornalista brasileiro Hermano Alves, deputado federal pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro) entre 1967 e 1968, morreu no passado dia 02 de Julho, aos 82 anos, em Lisboa, onde residia desde início da década de 90. Era o principal colunista de política do jornal "Folha de São Paulo", em 1964, quando do golpe militar que depôs o Presidente João Goulart. Após um período no exílio, voltaria à Folha entre 1984 e 1985.

Filho de portugueses, Alves nasceu em Niterói (RJ) e residiu depois, ainda criança, na Bahia. Voltou ao Rio para cursar direito, mas não concluiu a faculdade. Começou a sua vida profissional em 1949, tendo sido, junto com Carlos Lacerda um dos fundadores da "Tribuna da Imprensa".
Trabalhou ainda no Jornal do Brasil e no Correio da Manhã.
Candidatou-se a deputado federal em 1966, defendendo o voto para os analfabetos, a subordinação dos militares aos civis e a proteção da indústria nacional. Chegou a ser eleito em 1967, mas com a instauração do AI-5, em 1968, teve os direitos políticos anulados e teve de se se exilar, primeiro no México, depois na Argélia e na França.

Amnistiado em 1979, só voltou ao Brasil em 1984 para trabalhar em jornais e assessorias de imprensa. Em 2005, recebeu indenização do governo brasileiro pela perseguição sofrida durante a ditadura. Alves deixa quatro filhos, que teve com a primeira mulher Maria do Carmo Veloso Alves. Foi casado pela segunda vez com a professora universitária portuguesa Maria Helena Gonçalves da Silva, com quem vivia em Lisboa.

"Portugal perdeu um grande amigo" - escreveu o Ex-Presidente da República Portuguesa Mário Soares, sobre o Jornalista Hermano Alves"         Na sua coluna semanal no "Diário de Notícias", o ex-Presidente português Mário Soares evoca a memória do jornalista brasileiro Hermano Alves, falecido a semana passada em Lisboa:

Um grande brasileiro desaparece
"Faleceu, em Lisboa, Hermano Alves, jornalista e político brasileiro, deputado federal e grande amigo de Portugal, onde vivia. Tinha aliás casado com uma ilustre portuguesa, a professora universitária Helena Gonçalves da Silva, poucos anos depois da Revolução dos Cravos, salvo erro em 1985.


Conheci-o em Rennes, quando ambos estivemos exilados, e fomos professores de Português na Universidade da Alta Bretanha. Tornámo-nos amigos. Era um homem de uma grande cultura, que conhecia a fundo a política ibero-americana, brasileira e, obviamente, portuguesa. Durante o seu exílio, foi correspondente do Estado de São Paulo, da BBC e depois da Folha de São Paulo e do Expresso. Era um jornalista muito respeitado, pela sua independência e espírito crítico mas também pela sua vasta cultura.
Lembro-me de que, quando estava na BBC, uma noite, altas horas, me telefonou de Londres para me dizer que Lionel Brizzola estava refugiado na Embaixada americana no Uruguai, onde se refugiara por ter havido um golpe militar e o quererem prender. Não conhecia Brizzola senão de nome. O embaixador americano que o acolhera queria deixá-lo partir para os Estados Unidos, mas Brizzola precisava de um passaporte de forma a poder viajar. Hermano Alves pediu-me que lhe concedesse um passaporte português.


Disse-lhe, imediatamente, que sim. Era então primeiro-ministro do I Governo Constitucional. Ainda tive alguns dissabores por causa disso, uma vez que vivíamos então um momento muito conturbado. Mas não me passou sequer pela cabeça recusar-lhe o passaporte, tratando-se de um brasileiro, do país-irmão que, antes da ditadura brasileira, tinha recebido tantos portugueses de braços abertos, fugidos à ditadura salazarista. Tais como: Jaime Cortesão, Jaime Morais, Sarmento Pimentel, Comandante Pio, Adolfo Casaes Monteiro, Humberto Delgado, Henrique Galvão, Pedroso Marques e tantos outros. Brizzola viria depois a fixar-se em Lisboa, e foi na sede do PS, ao Rato, que reuniu, nas vésperas do fim da ditadura brasileira, o Congresso do seu Partido Trabalhista.

Hermano Alves foi um grande conhecedor da história e da política de toda a Ibero-América, nomeadamente do Brasil, mas também da Europa, antes e depois da Guerra Fria. Por isso, enquanto presidente, escolhi-o como meu assessor para a Ibero-América.


Seguiu também, com sucessivos artigos, a Revolução dos Cravos, o "  Prec" , a descolonização e a entrada de Portugal na Comunidade Europeia. Era um apaixonado de Portugal, que conhecia bem e sobre o qual escreveu muito, especialmente nos momentos mais críticos. Os seus artigos e demais escritos deviam ser compilados e publicados.

Portugal perdeu um grande amigo, e o Brasil, país-irmão, um grande resistente, patriota, jornalista e político de dotes excepcionais."