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Boas Vindas a esta comunidade de Culturas e Afetos Lusofonos que já abraça 76 países

MÚSICA DE FUNDO E AUDIÇÃO DE VÍDEOS E AUDIOS PUBLICADOS

NÓS TEMOS TODO O EMPENHO EM MANTER SEMPRE MÚSICA DE FUNDO MUITO SELECIONADA, SUAVE, AGRADÁVEL, MELODIOSA, QUE OUVIDA DIRETAMENTE DO SEU COMPUTADOR QUANDO ABRE UMA POSTAGEM OU OUVIDA ATRAVÉS DE ALTI-FALANTES OU AUSCULTADORES, LHE PROPORCIONA UMA EXPERIÊNCIA MUITO AGRADÁVEL E RELAXANTE QUANDO FAZ A LEITURA DAS NOSSAS PUBLICAÇÕES.

TODAVIA, SEMPRE QUE NAS NOSSAS POSTAGENS ESTIVEREM INCLUÍDOS AUDIOS E VÍDEOS FALADOS E/OU MUSICADOS, RECOMENDAMOS QUE DESLIGUE A MÚSICA AMBIENTE CLICANDO EM CIMA DO BOTÃO DE PARAGEM DA JANELA "MÚSICA - ESPÍRITO DA ARTE", QUE SE ENCONTRA DO LADO DIREITO, LOGO POR BAIXO DA PRIMEIRA CAIXA COM O MAPA DOS PAISES DOS NOSSOS LEITORES AO REDOR DO MUNDO.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Paulina Chiziane: o símbolo do feminino no romancismo da literatura moçambicana

Por Eduardo Quive
escritor, jornalista (Escorpião, kuphaluxa, Literatas-Revista de Literatura) -  Moçambique
 Eduardo Quive
 Baladas que levaram Paulina ao vento


Escritora Paulina Chizane












Paulina Chiziane, é agora uma mulher do mundo, mas esse percurso foi longo e teve um princípio.
Esse princípio chama-se Balada de Amor ao Vento, uma verdadeira viagem na realidade moçambicana e caracteristicamente o perfil da Paulina para quem acompanha as suas obras.
Esta obra retrata, desde a juventude à idade madura, o cenário em que a Sarnau e o Mwando, protagonistas desta eloquente estória de amor, percorrem os dias, os meses, os anos, os encontros e os desencontros, a dolorosa separação, o desespero, o sofrimento, a alegria, as lágrimas e os sorrisos, numa atmosfera que nos envolve e, nos comove.
«Tu foste para mim vida, angústia, pesadelo. Cantei para ti baladas de amor ao vento. Eras para mim o mar e eu o teu sal. No abismo, não encontrei a tua mão
Mas haverá um reencontro? Serão Sarnau e Mwando capazes de apagar um tão longo e trágico passado? Existirá ainda para eles um futuro a partilhar?
Voltarás a conseguir esboçar no rosto o teu lindo sorriso, há muito perdido no tempo?
Abrirás enfim os braços para neles abrigares o amor? Ouvirás a melodia que o vento espalha no universo? Texto retirado da contracapa da obra editada em 1990 e reeditada em 2003 pela editora moçambicana, Ndjira.
Na segunda viagem, a escritora a voar nos “Ventos do Apocalipse”, lançada pela editora Caminho, em 1999 e reeditada, em 2006.
Guerra, destruição, miséria, sofrimento, humilhação, ódio, superstição, morte. Este é o cenário dantesco, boscheano, que encontramos nas páginas deste romance. A escritora consegue levar-nos ao âmago do mais baixo dos mais baixos degraus de degradação do ser humano.
Com ela percorremos as vinte e uma noites de pesadelo e tormentos que foi o êxodo dos sobreviventes de uma aldeia.
«Se o homem é a imagem de Deus, então Deus é um refugiado de guerra, magro e com o ventre farto de fome. Deus tem este nosso aspecto nojento, tem a cor negra da lama e não toma banho à semelhança de nós outros, condenados da terra. O Diabo, sim, esse deve ser um janota que segura os freios da vida dos homens que sucumbem.» Ndjira.

Já “O Sétimo Juramento”, lançada em quatro edições, concentra-se num fenómeno que é muito característico nas famílias moçambicanas, mas hoje ainda que de forma oculta.
Feitiços, tabus, magia negra, fantasia e muito pânico, é a vida que nos é demonstrada por esta autora, baseando-se numa família de condições médias, e cheia de muitos problemas, que se supõe que seja obra de feitiçaria.
Nesta obra, o personagem David, sem se aperceber, entrega-se a magia negra e as tradições mais antigas das famílias moçambicanas, sobrevivendo do curandeirismo e actos assustadores para o seu crescimento económico.
Por outro lado o seu filho enfrenta uma maligna doença que se manifesta de uma maneira estranha, e assim vai se fazendo esta obra, desvendando estes mistérios que nos levam a delirar a cada página.
Estas são algumas ideias trazidas em termos da nossa percepção da qualidade bibliográfica da Paulina Chiziane, que brindou as mulheres, já em 2002 com seis reedições que tomaram o mundo.
Por último, nos trouxe “O Alegre Canto da Perdiz” que exalta, igualmente, a vida de uma mulher bonita que encanta até homens brancos e “As Andorinhas” que relata a estória de alguns Heróis Moçambicanos, como Eduardo Mondlane.
Prémios
Em termos de prémios, Paulina Chiziane, não nos remete a várias viagens, tendo vencido em 2003. o Prémio José Craveirinha, pela obra Niketche: Uma História de Poligamia.
Mas em termos de acontecimentos mais marcantes na carreira desta escritora, destaca-se a sua designação, pela União Africana (UA), como embaixadora da paz para África em Julho de 2010.

Sobre o feminismo da Paulina Chiziane
Muitas vezes tem se chegado a conclusão de que Paulina Chiziane é feminista, entretanto, em entrevista com o Kuphaluxa, a escritora não deu importância, simplesmente escusou-se de assumir ou negar esta postura.
“Estou-me nas tintas... que o chamem. Eu sou uma mulher e falo de mulheres, então eu sou feminista? É simplesmente conversa de mulher para mulher, não é para reivindicar nada, nem exigir direitos disto ou daquilo, porque as mulheres têm um mundo só delas e é isso que eu escrevi, e espero que isso não traga nenhum tipo de problemas, porque há ainda pessoas que não estão habituadas e não conseguem ver as coisas com isenção.”

Na mesma entrevista, a escritora, falou ainda da sua postura feminina, principalmente, argumentando o factor mulher no auge das atenções no mundo africano.
“Ser mulher é muito complicado, e ser escritora é uma ousadia. Como é uma ousadia a mulher sair de madrugada ir a praia comprar peixe para vir cozinhar. A mulher está circunscrita num espaço e quando salta essa fronteira sofre represálias, há quem não as sente de uma forma directa, mas a grande maioria...”
“É sempre uma dificuldade, porque primeiro, eu tenho de provar que sou capaz, depois tenho de conquistar um espaço. Eu tenho que trabalhar muito para mostrar que não foi por acaso que as coisas aconteceram. Mas agora estou numa fase mais estável em que as pessoas já não se assustam e, de certa maneira, já não implicam; mas para chegar até este ponto teve de ser uma batalha.” Disse Paulina.

Sobre a escrita e a literatura moçambicana, a escritora disse que escrever é uma maneira de estar no mundo. “Eu preciso de meu espaço, é por isso que eu escrevo. Em primeiro lugar eu escrevo para existir, eu escrevo para mim. Eu existo no mundo e a minha existência repete-se nas outras pessoas. E neste caso é um livro, que depois será lido.”
“Acho que está a ganhar uma dinâmica maior nos últimos anos, há autores que começam a apostar muito seriamente e apresentam propostas novas. E há novos talentos, tantos, mas o que falta é uma mão, por exemplo aqui em Quelimane há um movimento muito grande.”
Verdade ou não, Paulina Chiziane é um dos símbolos do romancismo literário moçambicano, até hoje, a única mulher que tem se identificado com este género, mas não assumindo, como me referi, na introdução deste texto.
“Não sou romancista, sou apenas contadora de estórias. Estórias longas e curtas, inspiro-me nos Nkariganas em volta da lareira, que os nossos avós contam-nos.” Diz sempre a escritora.

Paulina Chiziane, nasceu no distrito de Manjacaze, porvíncia de Gaza, a 4 de Junho 1955 é uma escritora moçambicana, que apesar de ser identificada como romancista, a autora nunca assumiu esta identidade do género literário e classifica-se como uma contadora de estórias longas.
Com as suas aves formadas nos subúrbios da cidade de Maputo, Paulina, nasceu numa família protestante onde se falavam as línguas Chope e Ronga. Aprendeu a língua portuguesa na escola de uma missão católica.
Começou os estudos de Linguística na Universidade Eduardo Mondlane sem, porém, ter concluído o curso.
Iniciou a sua actividade literária em 1984, com contos publicados na imprensa moçambicana, como, a Revista Tempo e Domingo.
 
 












Eu sou uma mulher e falo das mulheres”





Eduardo Quive
Escritor, jornalista (Moçambique)





CULTURAS E AFETOS LUSÓFONOS CELEBRA PARCERIA COM O MOVIMENTO LITERÁRIO MOÇAMBICANO KUPHALUXA










Carlos Morais dos Santos, Editor/Administrador do Blog-Revista Culturas e Afetos Lusófonos.

Professor Universitário e Consultor (economia, gestão e Desenvolvimento Estratégico), escritor, ensaísta, poeta e fotógrafo.  Cônsul da Soc. Intern. Poetas Del Mundo, Membro da Academia Portuguesa de Letras, Artes e Ciências, Membro da Soc. Portuguesa de Estudos do Séc. XVIII, Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, Membro do Instituto Histórico e Geográfico do RN - Brasil. Email: carlosmsantos2002@yahoo.com.br

 Eduardo Quive

Eduardo Quive,

Escreve prosa, monólogos e poesia, é igualmente jornalista e declamador. Vive na Matola e tem 19 anos de idade. Eduardo Quive, representante da Direção da Kuphaluxa, é também o Editor da "Literatas" - Revista da Literatura Moçambicana, lançada no mês em curso. O seu e-mail é eduardoquive@gmail.com
Eduardo Quive, é um praticante de Jornalismo num dos maiores jornais de Moçambique de dimensão Nacional, denominado ESCORPIÃO e tem vindo, nos últimos anos a dedicar-se no jornalismo cultural. Escreve para o Blog KUPHALUXA e para a revista "LITERATAS" - Revista de Literatura Moçambicana.
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É  com muita satisfação que anunciamos aos nossos mais de 44.000 leitores de vários países da CPLP e não só, que acabamos de ter a honra de celebrar com o jovem e dinâmico "Movimento Literário de Moçambique Kuphaluxa", um acordo de ligação fraternal e de parceria. 

O nosso Blog-Revista Culturas e Afetos Lusófonos, proseguindo o seu objetivo e a sua ação de aumentar a ponte de ligação a todos os países lusófonos no sentido de revelar, enaltecer e promover as culturas e os afetos lusófonos, acaba de celebrar uma parceria de mútua colaboração com o jovem e dinâmico  "Movimento Literário Kuphaluxa", de Moçambique, editores do Blog  - Revista da Literatura Moçambicana
No âmbito deste acordo de parceria, o Blog-Revista da Literatura Moçambicana "Kuphaluxa", passa a integrar, com link, o quadro dos Blogues que seguimos e recomendamos, e a ter uma caixa de destaque, assim como o seu representante,  Eduardo Quive, passa a integrar o corpo do nosso "Conselho Editorial/Redatorial e a ser um nosso correspondente em Moçambique, representante do Kuphaluxa, quer na sua qualidade de autor-jornalista-escritor, quer na sua qualidade de jornalista de cultura que nos dará conta do que vai ocorendo de eventos e notícias  culturais no belo país irmão de Moçambique.
Por outro lado, O nosso Blog-Revista Culturas e Afetos Lusófonos 
Será mencionado, com link, e/ou em caixa própria, na estrutura do Blog Kuphaluxa e o nosso Editor/Administrador Carlos Morais dos Santos, será o nosso representante, como autor-escritor-poeta-fotógrafo que, não só publicará no Kuphaluxa obras de sua autoria, como dará conta de notícias e eventos da lusofonia por si tratados e comentados jornalisticamente e que possam interessar ao Blog Kuphaluxa publicar.

Esta parceria abrirá, naturalmente, as portas de ambos os blogues a todos os criadores-autores, jovens, iniciados ou consagrados que nos campos das letras, das artes e das ciências (cultura), desejem publicar seus trabalhos, independentemente da livre iniciativa de ambos os blogues continuarem a revelar e a promover o nome e as obras já públicas, de quaisquer autores lusófonos que os responsáveis editoriais de ambos os blogues, entenderem por bem divulgar em prol da valorização das culturas lusófonas. Porém, deverão ambas as estruturas responsáveis pela edição dos dois blogues agora ligados por esta parceria, se reservarem a decisão de publicação ou não e, em caso de serem aceites as matérias recebidas para publicação, em que momento oportuno as mesmas deverão ser dadas à luz nas postagens dos dois blogues, tendo em conta as suas programações de postagens agendadas.

Quaisquer dos dois Blogues poderão reproduzir matérias das postagens do outro Blog parceiro, desde que seja referida a fonte e a autoria das matérias publicadas. 

Desejamos exortar todos os visitantes, leitores e colaboradores dos blogues agora ligados nesta parceria que ajudem a enriquecer e a valorizar esta ligação fraternal de culturas e afetos, quer nos remetendo propostas de publicação, quer nos estimulando deixando os seus comentários nas postagens que formos editando.
Deste modo, a imagem da Ponte, símbolo do nosso Blog Culturas e Afetos Lusófonos, ficará mais ampliada e continuará a justificar o amplo abraço afetuoso de convivência entre todas as culturas lusófonas, nosso objetivo e do Kuphaluxa, em prol de uma lusofonia valorizada que afirme a beleza e a riqueza da grande variedade cultural da lusofonia, ligada pelos seus traços comuns de história e de língua, como uma das mais importantes comunidades e das mais difundidas por todos os cantos do mundo, seja no universo da CPLP, seja no universo da grande diáspora dos lusófonos. 
O nosso lema, cada vez se justificará mais e melhor: 

UNIR E VALORIZAR O QUE É DIVERSO E ESTÁ DISPERSO E ENALTECER A BELEZA DESTE ARCO-ÍRIS EM QUE TODOS SOMOS DIFERENTES MAS IGUAIS E REPRESENTAMOS ESSE HUMANISMO SINCRÉTICO QUE A TODOS RELIGA E É MODELO DE UMA GLOBALIZAÇÃO SOLIDÁRIA 


Carlos Morais dos Santos     

 

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Aproximação das comunidades lusófonas é tema do Prémio Fernão Mendes Pinto


Estão abertas até ao próximo dia 30 de Maio, as inscrições para o Prémio Fernão Mendes Pinto, edição 2010. Destinado a estudantes de mestrado e doutorado, premia teses que contribuam para a aproximação das comunidades de língua portuguesa.

Instituído pelo Conselho de Administração da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), em cooperação com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e com o Instituto Camões (IC, o Prémio Fernão Mendes Pinto destina-se a galardoar anualmente uma tese de mestrado ou doutoramento que contribua para a aproximação das comunidades de língua portuguesa, defendida durante o ano civil anterior.

As propostas a apresentar por Universidades ou Institutos de Investigação Científica de países de língua portuguesa, deverão dar entrada na AULP até ao dia 30 de Maio de 2011. O vencedor receberá um prémio de 10 mil euros e terá o seu trabalho publicado pelo Instituto Camões.
A atribuição do galardão será anunciada no XXI Encontro da AULP a decorrer entre os dias 6 e 9 de Junho de 2011, no Instituto Politécnico de Bragança.

Criado em Janeiro de 2007, o Prémio Fernão Mendes Pinto tem como objectivo  distinguir trabalhos de universitários que contribuam para aproximação entre os países de Língua Portuguesa.
Pesquisadores brasileiros já foram contemplados em edição anterior. A tese de doutorado em História Social intitulada «Laços de Sangue: Privilégios e Intolerância à Imigração Portuguesa no Brasil (1822-1945)» da autoria de José Sacchetta Ramos Mendes submetida a provas públicas no Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP, Brasil), foi contemplada em 2008. O prémio atribuiu no mesmo ano a Vera Lúcia Consoni Busquets da Universidade Presbiteriana Mackenzie (Brasil)  menção honrosa pelo trabalho de investigação intitulado «Eu Queria Muito Aprender Português Mas: Aspectos da Língua Portuguesa em Uso em Timor-Leste Pós-Independência».

Para se candidatar, é necessário que a tese ou dissertação seja apresentada por instituição ou centro de pesquisa de um país de língua portuguesa. Os interessados têm que apresentar uma declaração da Universidade ou do Instituto de Investigação Científica, duas cópias da tese (uma em papel e a outra em CD), o Curriculum Vitae e um parecer do Orientador da tese. Os trabalhos devem ser enviados para a AULP - Avenida Santos Dumont, nº 67-2ºandar Caixa Postal: 1050-203 Lisboa.

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Biografia de Fernão Mendes Pinto

Passa por ter feito parte da primeira expedição portuguesa que logrou alcançar o Japão, em 1543, sendo como tal um dos responsáveis pela introdução das armas de fogo naquele país.
Ainda pequeno, um seu tio levou-o para Lisboa onde o pôs ao serviço na casa de D. Jorge de Lencastre, Duque de Aveiro, filho do rei D. João II. Manteve-se aqui durante cerca de cinco anos, dois dos quais como moço de câmara do próprio D. Jorge, facto importante para a comprovação da sua descendência de uma classe social que contradizia a precária situação económica que a família então detinha.

Em 1537, parte para a Índia, ao encontro dos seus dois irmãos. De acordo com os relatos da sua obra  Peregrinação, «foi durante uma expedição ao mar Vermelho em 1538, Mendes Pinto participou num combate naval com os otomanos, onde foi feito prisioneiro e vendido a um grego e por este a um judeu que o levou para Ormuz, onde foi resgatado por portugueses.
Acompanhou a Malaca Pedro de Faria, de onde fez o ponto de partida para as suas aventuras, tendo percorrido, durante 21 acidentados anos, as costas da Birmânia, Sião, arquipélago de Sunda, Molucas, China, Japãp. Numa das suas viagens a este país conheceu S. Francisco Xavier e, influenciado pela personalidade, decidiu entrar para a Companhia de Jesus e promover uma missão jesuíta no Japão. e

Em 1554, depois de libertar os seus escravos, vai para o Japão como noviço da Companhia de Jesus e como embaixador do vice-rei D. Afonso de Noronha junto do Daimyo de Bungo. Esta viagem constituiu um desencanto para ele, quer no que se refere ao comportamento do seu companheiro, quer no que respeita ao comportamento da própria Companhia. Desgostoso, abandona o noviciado e regressa a Portugal.

Com a ajuda do ex-governador da Índia Francisco Barreto, conseguiu arranjar documentos comprovativos dos sacrifícios realizados pela pátria, que lhe deram direito a uma tença, que nunca recebeu. Desiludido, foi para Vale de Rosal, em Almada, onde se manteve até à morte e onde escreveu, entre 1570 e 1578,  a obra que nos legou, a sua inimitável Peregrinação. Esta só viria a ser publicada 20 anos após a morte do autor, receando-se que o original tenha sofrido alterações às quais não seriam alheios os Jesuítas.

Deixou-nos um relato tão fantástico do que viveu (a Peregrinação,  publicada postumamente em 1614), que durante muito tempo não se acreditou na sua veracidade; de tal modo que até se fazia um jocoso dito com o seu nome: Fernão Mendes Minto, ou então ainda: Fernão, mentes? Minto!.

Compilação: 
C.M.S.

Fontes: 
O Mundo Português e Wikipédia

Portugal é o 22.º país mais globalizado do mundo



De acordo com um estudo denominado Winning in a polycentric world, da consultora Ernst & Young e da revista The Economist, Portugal ocupa o 22.º lugar da lista de países mais globalizados do mundo, à frente de grandes potências como os Estados Unidos (28.º lugar), China (39.º) e Brasil (46.º).

O primeiro lugar da lista é ocupado por Hong Kong, seguido da Irlanda e Singapura. Já os últimos classificados são o Irão, Argélia e Venezuela.

O relatório da Ernst & Young estabelece o ranking dos 60 países mais globalizados, com base em indicadores agrupados em cinco grandes categorias (abertura ao comércio, movimentos de capital, intercâmbio de tecnologias, mercado de trabalho e integração cultural).

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Obras de artistas plásticos da lusofonia estão patentes em galeria lisboeta


Fotografia: DR
Obras de 14 artistas, naturais dos países de língua oficial portuguesa, entre os quais cinco angolanos, estão reunidas numa exposição aberta ao público há uma semana e que permanecerá até 26 de Março, no Espaço da Fundação PLMJ, em Lisboa.
Denominada “Idioma Comum: Artistas da CPLP na Colecção da Fundação PLMJ”, a exposição, da qual fazem parte obras dos angolanos Kiluanji Kia Henda, Lino Damião, Delio Jasse, Ihosvanny e Yonamine, dá a conhecer o trabalho de 14 jovens artistas plásticos com obras que tanto abordam a realidade cultural local como a ordem global num cenário pós-colonial.
Comissariada por Miguel Amado, na mostra estão igualmente obras de Abraão Vicente (Cabo Verde), Flavião Miranda e Francisco Vidal (Portugal), Julia Kater (Brazil), René Tavares (São Tomé e Príncipe) e os moçambicanos Jorge Dias, Mário Macilua, Mário Pinto, Mudaulano e Pinto.
A exposição reúne obras de artistas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que pertencem ao acervo da Colecção da Fundação PLMJ, sendo esta a primeira vez que são divulgadas ao público.
“As obras expostas caracterizam-se por uma linguagem contemporânea, marcada por uma visão do mundo de matriz cosmopolita, abordando tanto a realidade cultural local como a ordem social global num cenário pós-colonial”, destaca a Fundação num comunicado de imprensa, acrescentando que é da comunhão estilística desta nova arte que emerge o potencial da sua colecção, inteiramente dedicada a artistas da CPLP.
O espólio contempla vários artistas, 14 dos quais têm agora algumas das suas obras expostas. O acervo da Fundação centra-se em jovens criadores sobretudo angolanos e moçambicanos, mas também das demais nacionalidades da CPLP.

Fonte: Jornal de Angola

Cooperação científica foi tema de reunião de Mercadante com o embaixador de Portugal




















O ministro brasileiro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e o embaixador de Portugal no Brasil, João Salgueiro, passaram em revista os acordos entre os dois países, bem como áreas de cooperação, durante encontro realizado na capital federal.

O ano passado, por ocasião da Cimeira Luso-Brasileira, realizada em Lisboa, o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) de Portugal firmaram acordo para lançamento do Programa de Formação Avançada e Pesquisa Conjunta no setor de pesquisa e produção de hidrocarbonetos em águas profundas na Bacia do Atlântico.

O documento tem por base a parceria estratégica entre a empresa estatal brasileira Petrobras e a portuguesa Galp Energia para exploração petrolífera de águas ultra-profundas. O principal objetivo do acordo é a promoção dos mecanismos de financiamento dos projetos de Pesquisa e Desenvolvimento e programas de formação avançada.

A cooperação entre o Brasil e Portugal é desenvolvida desde 1968, quando foi firmada parceria na área de energia nuclear para fins pacíficos. Em 2009, foram retomadas as negociações com acordos nos setores de nanotecnologia, ciências sociais e humanas.

Ainda em 2009, o Brasil manifestou interesse em desenvolver trabalho conjunto com o International Iberian Nanotechnology Laboratory (INL), laboratório binacional em que participam Portugal e Espanha, dedicado ao desenvolvimento de pesquisas nas áreas de nanotecnologia e novos materiais.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Miguel Torga, Tributo de Homenagem ao grande poeta português - 15 anos após a sua morte


TRIBUTO DE HOMENAGEM A MIGUEL TORGA

Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia Rocha. Nasceu em São Martinho de Anta - perto da cidade  de Vila Real, em 12 de Agosto de 1907 — e faleceu em Coimbra, em 17 de Janeiro de 1995; foi um dos mais importantes escritores portugueses do século XX.

Filho de Francisco Correia Rocha e Maria da Conceição Barros, gente humilde do campo do concelho de Sabrosa (Alto Douro).

Em 1917, aos dez anos, vai para uma casa apalaçada do Porto, habitada por parentes da família. Fardado de branco servia de porteiro, moço de recados, regava o jardim, limpava o pó e polia os metais da escadaria nobre, atendia campainhas. Foi despedido um ano depois, devido à constante insubmissão.

Em 1918 vai para o Seminário de Lamego, onde viveu um dos anos cruciais da sua vida, tendo melhorado os conhecimentos de português, da geografia, da história, aprendido o latim e ganhado familiaridade com os textos sagrados. No fim das férias comunicou ao pai que não seria padre.

Emigrou para o Brasil em 1919, com doze anos, para trabalhar na fazenda do tio, na cultura do café. O tio apercebe-se da sua inteligência e patrocina-lhe os estudos liceais, em Leopoldina. Distingue-se como um aluno dotado.

Em 1925, na convicção de que ele havia de vir a ser doutor em Coimbra, o tio propôs-se pagar-lhe os estudos como recompensa dos cinco anos de serviço - o que levou ao seu regresso a Portugal.

Em 1928 entra para a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e publica o seu primeiro livro, "Ansiedade", de poesia.

Em 1929, com 22 anos, deu início à colaboração na revista Presença, folha de arte e crítica, com o poema “Altitudes”. A revista, fundada em 1927 pelo grupo literário avançado de José Régio, Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca, era bandeira literária do grupo modernista e era também, bandeira libertária da Revolução Modernista.

Em 1930 rompe definitivamente com a revista Presença, por "razões de discordância estética e razões de liberdade humana".

É bastante crítico da praxe e tradições académicas, e chama depreciativamente "farda" à capa e batina, mas ama a cidade de Coimbra, onde viria também a exercer a sua profissão de médico a partir de 1939 e onde escreve a maioria dos seus livros.

Em 1933 concluiu a formatura em Medicina, com apoio financeiro do tio do Brasil. Exerceu no início nas agrestes terras transmontanas, de onde era originário e que são pano de fundo da maior parte da sua obra.

Casa com Andrée Crabbé em 1940, estudante de nacionalidade belga - aluna de Estudos Portugueses, ministrados por Vitorino Nemésio em Bruxelas - que viera a Portugal para frequentar um curso de férias na Universidade de Coimbra. A sua filha, Clara Rocha, nasce a 3 de Outubro de 1955.

Vida política

Foi preso várias vezes devido aos seus escritos, sendo a primeira em 1939, em Aljube. A PIDE, polícia política do regime salazarista,  negar-lhe-ia , várias vezes o pedido de visto para sair do país. Andrée Rocha é suspensa do seu lugar académico, passou a fazer traduções e a ajudar o marido na sua actividade profissional.

Em 1967, assina um manifesto no qual é pedida a aprovação de uma lei da Imprensa, a abolição da censura prévia e a interposição de recurso no caso de apreensão de livros.

A origem do pseudónimo

Em 1934, aos 27 anos, Adolfo Correia Rocha auto-define-se pelo pseudónimo que criou, "Miguel" e "Torga". Miguel, em homenagem a dois grandes vultos da cultura ibérica: Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno. Já Torga é a designação nortenha da urze, planta brava da montanha, que deita raízes fortes sob a aridez da rocha, de flor branca, arroxeada ou cor de vinho.

A obra de Torga

A obra de Torga tem um carácter humanista: criado nas serras transmontanas, entre os trabalhadores rurais, assistindo aos ciclos de perpetuação da Natureza, Torga aprendeu o valor de cada homem, como criador e propagador da vida e da Natureza: sem o homem, não haveria searas, não haveria vinhas, não haveria toda a paisagem duriense, feita de socalcos nas rochas, obra magnífica de muitas gerações de trabalho humano.

Ora, estes homens e as suas obras levam Torga a revoltar-se contra a Divindade Transcendente a favor da imanência: para ele, só a humanidade seria digna de louvores, de cânticos, de admiração: (hinos aos deuses, não/os homens é que merecem/que se lhes cante a virtude/bichos que cavam no chão/actuam como parecem/sem um disfarce que os mude).

Para Miguel Torga, nenhum deus é digno de louvor: na sua condição omnisciente é-lhe muito fácil ser virtuoso, e enquanto ser sobrenatural não se lhe opõe qualquer dificuldade para fazer a Natureza - mas o homem, limitado, finito, condicionado, exposto à doença, à miséria, à desgraça e à morte é também capaz de criar, e é sobretudo capaz de se impor à Natureza, como os trabalhadores rurais transmontanos impuseram a sua vontade de semear a terra aos penedos bravios das serras. E é essa capacidade de moldar o meio, de verdadeiramente fazer a Natureza mau grado todas as limitações de bicho, de ser humano mortal que, ao ver de Torga fazem do homem único ser digno de adoração.

Considerado por muitos como um avarento de trato difícil e carácter duro, foge dos meios das elites pedantes, mas dá consultas médicas gratuitas a gente pobre e é referido pelo povo como um homem de bom coração e de boa conversa.  

Miguel Torga ganhou uma dimensão tal com a gandeza da sua poesia e a riqueza da sua obra, ao mesmo tempo íntima, pessoal, regional e universal, mas profundamente marcante que, várias vezes, se movimentaram prestigiadas figuras da cultura portuguesa e lusófona, assim como a legião de seus leitores e admiradores, no sentido de ser apresentada por Portugal a sua candidatura ao prémio Nobel da Literatura.

Carlos Morais dos Santos
  Escritor, Poeta, fotógrafo 
Cônsul S.I. Poetas Del Mundo



Eis alguns de seus poemas:



Livro de Horas
Miguel Torga

Aqui, diante de mim,
Eu, pecador, me confesso
De ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
Que vão em leme da nau
Nesta deriva em que vou.

Me confesso
Possesso
Das virtudes teologais,
Que são três,
E dos pecados mortais
Que são sete,
Quando a terra não repete
Que são mais.

Me confesso
O dono das minhas horas.
O das facadas cegas e raivosas
E das ternuras lúcidas e mansas.
E de ser de qualquer modo
Andanças
Do mesmo todo.

Me confesso de ser charco
E luar de charco, à mistura.
De ser a corda do arco
Que atira setas acima
E abaixo da minha altura.

Me confesso de ser tudo
Que possa nascer em mim.
De ter raízes no chão
Desta minha condição.
Me confesso de Abel e de Caim.

Me confesso de ser Homem.
De ser o anjo caído
Do tal céu que Deus governa;
De ser o monstro saído
Do buraco mais fundo da caverna.

Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim
Para dizer que sou eu
Aqui, diante de mim!

_____________________________

MACERAÇÃO

Peço-te vida, que não leves tudo.
Dá-nos caridade
Desta humana ilusão
De que não foi a nossa cobardia
Que nos perdeu
Humilhados e tristes no caixão,
Será mais triste ainda apodrecer
Sob o peso de ver
Que nem de nós temos perdão.”

Miguel Torga
_________________________________

Aos Poetas  

Somos nós
As humanas cigarras.
Nós,
Desde o tempo de Esopo conhecidos...
Nós,
Preguiçosos insectos perseguidos.

Somos nós os ridículos comparsas
Da fábula burguesa da formiga.
Nós, a tribo faminta de ciganos
Que se abriga
Ao luar.
Nós, que nunca passamos,
A passar...

Somos nós, e só nós podemos ter
Asas sonoras.
Asas que em certas horas
Palpitam.
Asas que morrem, mas que ressuscitam
Da sepultura.
E que da planura
Da seara
Erguem a um campo de maior altura
A mão que só altura semeara.

Por isso a vós, Poetas, eu levanto
A taça fraternal deste meu canto,
E bebo em vossa honra o doce vinho
Da amizade e da paz.
Vinho que não é meu,
Mas sim do mosto que a beleza traz.

E vos digo e conjuro que canteis.
Que sejais menestréis
Duma gesta de amor universal.
Duma epopeia que não tenha reis,
Mas homens de tamanho natural.

Homens de toda a terra sem fronteiras.
De todos os feitios e maneiras,
Da cor que o sol lhes deu à flor da pele.
Crias de Adão e Eva verdadeiras.
Homens da torre de Babel.

Homens do dia-a-dia
Que levantem paredes de ilusão.
Homens de pés no chão,
Que se calcem de sonho e de poesia
Pela graça infantil da vossa mão.

Miguel Torga, in 'Odes'

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Liberdade
 
— Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.

— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.

Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.   

Miguel Torga, in 'Diário XII'

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Poema Melancólico a não sei que Mulher

Dei-te os dias, as horas e os minutos
Destes anos de vida que passaram;
Nos meus versos ficaram
Imagens que são máscaras anónimas
Do teu rosto proibido;
A fome insatisfeita que senti
Era de ti,
Fome do instinto que não foi ouvido.

Agora retrocedo, leio os versos,
Conto as desilusões no rol do coração,
Recordo o pesadelo dos desejos,
Olho o deserto humano desolado,
E pergunto porquê, por que razão
Nas dunas do teu peito o vento passa
Sem tropeçar na graça
Do mais leve sinal da minha mão...

Miguel Torga, in 'Diário VII'
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À Beleza  

Não tens corpo, nem pátria, nem família,
Não te curvas ao jugo dos tiranos.
Não tens preço na terra dos humanos,
Nem o tempo te rói.
És a essência dos anos,
O que vem e o que foi.

És a carne dos deuses,
O sorriso das pedras,
E a candura do instinto.
És aquele alimento
De quem, farto de pão, anda faminto.

És a graça da vida em toda a parte,
Ou em arte,
Ou em simples verdade.
És o cravo vermelho,
Ou a moça no espelho,
Que depois de te ver se persuade.

És um verso perfeito
Que traz consigo a força do que diz.
És o jeito
Que tem, antes de mestre, o aprendiz.

És a beleza, enfim. És o teu nome.
Um milagre, uma luz, uma harmonia,
Uma linha sem traço...
Mas sem corpo, sem pátria e sem família,
Tudo repousa em paz no teu regaço.

Miguel Torga, in 'Odes'

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Fraternidade

Não me dói nada meu particular.
Peno cilícios da comunidade.
Água dum rio doce, entrei no mar
E salguei-me no sal da imensidade.

Dei o sossego às ondas
Da multidão.
E agora tenho chagas
No coração
E uma angústia secreta.

Mas não podia, lírico poeta,
Ficar, de avena, a exercitar o ouvido,
Longe do mundo e longe do ruído.

Miguel Torga, in 'Cântico do Homem'

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Miguel Torga é um dos maiores poetas portugueses contemporâneos e, como dizia Camões, é "daqueles que por obras valorosas, da Lei da morte se foram libertando".

Tenho pela obra, pelo poeta e pelo homem, uma profunda admiração. E ouso ter até em Miguel Torga um de meus Mestres, voz interior que escuto, lembrando seus poemas, que me fazem sentir  humildemente  pequeno quando enfrento a escrita de meus poemas. Ainda em 2010, fiz uma comovente viagem de romaria à sua terra e à sua região de origem, para visitar os seus lugares, de nascimento, vida e morte, e ali lhe prestar mais uma singela homenagem de um simples aprendiz da arte em que Torga subiu ao Parnaso dos Grandes Eleitos. 

Acompanhado de minha mulher, e de alguns meus amigos, seus leitores e admiradores, entre os quais alguns seus conterrâneos, ali bebemos a imensidão da beleza das serranias e das encostas em sucalcos de terra e rocha dura, que os bravos e indómitos transmontanos transformam, ao longo de séculos em vinhedos plantados em sucalcos. Paisagem belíssima, eleita "património da humanidade", lugares de silêncios sábios, onde se pode escutar o sussuro dos ventos e a voz das montanhas, e por onde a poesia de Miguel Torga parece ecoar em suas austeras mas doces vozes e quase se podem imaginar as marcas dos seus passos nos longos passeios solitários que o Mestre ali deixou impressos.

Adolfo Correia da Rocha é seu nome, nasceu simples, em modesta casa, em  São Martinho de Anta - perto da cidade de Vila Real, capital de Trás-os-Montes, em 12 de Agosto de 1907 — e  faleceu em Coimbra onde vivia e exercia a sua profissão de médico, em 17 de Janeiro de 1995, mas desejou ser sepultado simples,  simplesmente como nascera no pequeno cemitério de sua terra Natal, em campa rasa, lá em Trás-os-Montes na pequena vila de São Martinho de Anta.   

 
 As belas serras de Trás-os-Montes, perto de sua terra, por onde Torga passeava (Foto C.M.S.)
 A singela sepultura de Miguel Torga no 
pequeno cemitério de São Martinho da Anta (Foto de C.M.S.)















A modesta casa em que nasceu Miguel Torga (Foto de C.M.S.)

Portugal inteiro solidário com o Brasil e vítimas, familiares e operacionais de socorro



A Autoridade Nacional de Proteção Civil de Portugal enviou mensagem ao Departamento Geral de Defesa Civil do Rio de Janeiro, na qual expressa "a mais profunda solidariedade com as vítimas, seus familiares e todos os opercionais que continuam cumprindo a sua nobre missão."

Dirigida ao coronel Marcos Monteiro Rossi, a mensagem, assinada pelo presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Arnaldo Cruz, reitera a disponibilidade, caso necessário, de assegurar da parte portuguesa uma possível colaboração, solicitando para isso que as autoridades brasileiras informem sobre eventuais "necessidades consideradas mais críticas no quadro das operações em curso, para que possamos avaliar a viabilidade da mesma, no âmbito das nossas possibilidades."

Presidente de Portugal envia condolências ao "povo irmão do Brasil" pelas vítimas das cheias


Dilma visita áreas atingidas pelas chuvas acompanhada do governador Sérgio Cabral (à dir.)
Presdidente do Brasil  Dilma Rousseff visita áreas atingidas pelas chuvas
Homem passa por baixo de poste caído em rua de Teresópolis; veja fotos dos estragos

O Presidente da República portuguesa, Cavaco Silva, enviou uma mensagem de condolências à Presidente brasileira, Dilma Rousseff, demonstrando "profundo pesar e sentida solidariedade" àquele "povo irmão", após cheias e deslizamentos de terras terem provocado centenas de mortos.

"Nesta hora difícil e de grandes desafios, quero transmitir a Vossa Excelência, ao povo irmão do Brasil e, muito especialmente, às famílias das vítimas, os sentimentos do nosso profundo pesar e sentida solidariedade".

Cavaco Silva  manifestou ainda "grande consternação" ao tomar conhecimento do "elevado número de vítimas e avultados prejuízos materiais" provocados pelas fortes chuvas na região do Rio de Janeiro.

É o seguinte o teor da mensagem de condolências do Presidente Aníbal Cavaco Silva:

"Senhora Presidente,

Foi com grande consternação que tomei conhecimento dos trágicos efeitos das fortes chuvas que vêm atingindo vastas regiões do Brasil, provocando um elevado número de vítimas e avultados prejuízos materiais.

Nesta hora difícil e de grandes desafios quero transmitir a Vossa Excelência, ao povo irmão do Brasil e, muito especialmente, às famílias das vítimas, os sentimentos do nosso profundo pesar e sentida solidariedade.

Aníbal Cavaco Silva"

José Sócrates expressa "consternação e tristeza" a Dilma Rousseff pela tragédia


O primeiro-ministro português José Sócrates expressou à Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, "grande consternação" e "tristeza" pelas consequências das cheias provocadas pelas chuvas que assolam o Estado do Rio de Janeiro.

"É com grande consternação e tristeza que acompanhamos as notícias das cheias provocadas pelas fortes chuvas que assolam o Estado do Rio de Janeiro", lê-se na mensagem enviada pelo chefe do Governo.

José Sócrates expressou ainda a sua solidariedade e a do povo português, num momento que classificou como "difícil".

Parlamento Europeu expressa solidariedade ao Brasil pelas vítimas das cheias



O presidente do Parlamento Europeu (PE), Jerzy Buzek, mostrou nesta quinta-feira sua admiração pelos trabalhadores das equipas de resgate das inundações na região serrana do Rio de Janeiro, onde fortes chuvas já causaram mais de 300 mortes.

"Eu gostaria de expressar o meu apoio ao pessoal das equipas de resgate que com coragem trabalharam colocando suas vidas em risco", afirmou Buzek, que  transmitiu a "solidariedade" da União Europeia (UE) e "condolências" às famílias das vítimas".
As cidades mais castigadas pelas chuvas no Rio de Janeiro foram Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis, onde foram registados deslizamentos de terras que soterraram diversas casas, principalmente, nos sopés das montanhas.

sábado, 15 de janeiro de 2011

O TRIUNFO DA INSENSATEZ CONTRA A VIDA, PELA ANTI-ECONOMIA DO TERROR














A propósito das grandes calamidades causadas pelas chuvas intensas e consequentes enxurradas que estão a provocar uma enorme tragédia por todo o Brasil, e que só na região serrana do Rio de Janeiro já contabilizou mais de 700 mortos, número que se espera continue a aumentar - somando, ainda, muitos pessoas que continuarão soterrados, tecnicamente consideradas como "desaparecidos - queremos deixar aqui a nossa reflexão seguinte:

Há muito que se sabe que estas calamidades causadas pelos grandes e constantes desequilíbrio climatéricos, são devidos aos erros cometidos pela atividade humana, e estão a acontecer cada vez com mais frequência, grandeza e intensidade, em muitas outras regiões do mundo, com consequências imprevisíveis de ano para ano.

Todos sabemos que estas tragédias atinjem não só os seres humanos e o seu património construído, mas também todos os seres viventes, animais e vegetais, a sua biodiversidade, rompendo os equilíbrios dos ecosistemas naturais e alterando até a topologia e a morfologia  das vastas áreas atingidas, com graves consequências para a vida do próprio planeta, que continua a sofrer da incomensurável destruição que a insensatez humana vem produzindo, por interesse egoista criminosamente consciente ou, por ignorância ou descaso inconsciente.

Ao nível dos maiores responsáveis pelos interesses públicos,  continua a adiar-se a mudança radical de paradigmas de interesse económico e financeiro e a não se tomarem as medidas que ainda possam corrigir alguns erros acumulados e a reverter as situações que respeitem as "Leis da Natureza".  As prioridades continuam a ser dadas à   ganância e à corrupção de princípios e valores, mesmo aos mais altos níveis da governação das nações e sabendo-se, conscientemente, que se está a atentar contra toda a vida do planeta e de toda a biodiversidade que nele vive, comprometendo-se mesmo o futuro já próximo.

Os interesses privados de curto prazo de ordem "economicista" e financeira, continuam a sobrepor-se aos interesses públicos a favor da continuação da vida e da sustentabilidade do planeta - de que somos hóspedes temporários com a obrigação de o deixar melhor e mais saudável aos nossos filhos e sucessores.

As "Corporações do Mal", e os seus servidores, contiuam a explorar e a destruir estupidamente tudo, mesmo perante as evidências e as denúncias que os cientistas e a opinião pública da cidadania mundial vão apresentando e mostrando de que o grau de devastação já compromete a vida no planeta a curto prazo - ou seja, já vai atingir muitos filhos e netos das gerações actuais - mostrando que a dimensão da ganância  estúpida já ultrapassa e contradiz a própria noção de que o homem é um Ser racional, pois continua a insistir em omissões irresponsáveis e criminosas e a levar por diante intervenções contra si próprio, com objetivos de lucros fáceis e rápidos.

Na maioria dos casos, as omissões ou decisões que originam tantos problemas,  têm custos bem mais elevados e "lucros" menores, do que os custos de soluções que corrigiriam os erros cometidos, ou que, desde logo, respeitariam os equilíbrios dos nossos eco-sistemas naturais e ofereceriam mais vantagens imediatas e futuras. Ignora-se que a "Eco-economia ou Economia Verde", apresenta já, em muitos casos, soluções de custos mais baixos e resultados mais compensadores do que as "receitas" míopes tradicionais, ou as que vislumbram mais facilmente a satisfação da ganância imoral. Desconhece-se o incomensurável valor e dimensão do mercado dessa "Nova Economia Sustentável" cujo potencial e inadiável desenvolvimento é bem mais promissor e compensador do que as "soluções sujas" habituais.

E os erros continuam a cometer-se e vão acumulando-se as ameaças, as tragédias, que semeiam a morte e a destruição, apesar de as ciências e as tecnologias para se corrigirem erros passados e acumulados e se inverterem os paradigmas que criam os problemas, já existirem para se encontrarem as soluções que abram franco caminho para essa Nova Economia.

MAS PARECE QUE OS MAIS ALTOS RESPONSÁVEIS DA VIDA PÚBLICA, DA GOVERNAÇÃO E DA ECONOMIA, ISTO É, POLÍTICOS E EMPRESÁRIOS, CONTINUAM A DEMONSTRAR A IGNORÂNCIA, A INSENSATEZ E A GANÂNCIA DE PREFERIREM OS LUCROS EFÉMEROS DOS PROBLEMAS, DO QUE AS VANTAGENS DURADOIRAS E SUSTENTÁVEIS DAS INTELIGENTES SOLUÇÕES. 

É O TRIUNFO DA INSENSATEZ CONTRA A VIDA, PELA ANTI-ECONOMIA DO TERROR !

Carlos Morais dos Santos

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

2012 - Ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal




2012 será o Ano de Portugal e do Brasil e do Brasil em Portugal, em organização conjunta dos dois países.
Portugal deu agora o primeiro passo com vista à consecução do projecto na área literária.

Estão previstas, para já, três iniciativas, organizadas pela Casa Museu Fernando Pessoa, dirigida pela escritora Inês Pedrosa. Um filme, a vinda de escritores portugueses ao Brasil e a realização de uma biblioteca com novos escritores portugueses que possa ser vendida a preços acessíveis no Brasil.

" Será um filme de 30 minutos dedicado a dez novos autores, com três minutos para cada um, que vai passar nas televisões portuguesas e brasileiras. Poderá ser transmitido em conjunto ou também um por vez. A opção por um filme é porque assim pode chegar a um universo mais vasto que o público tradicional,"explica a ministra portuguesa da Cultura, Gabriela Canavilhas.

A biblioteca tem como objetivo divulgar autores pouco conhecidos. "'Vai ser uma coletânea de obras de referência da literatura portuguesa para ser editada e distribuída no Brasil. Serão livros de autores novos, em edições baratas, de autores que ainda não foram editados no Brasil", esclarece Gabriela.

A terceira iniciativa prevista será a de levar os novos escritores portugueses para palestras e conferências pelo território brasileiro. Para isso serão feitas parcerias com instituições locais, de forma a dar maior visibilidade às iniciativas. 'Eu gostaria de contar com instituições ou fundações como o Instituto Moreira Salles, com que a Casa Fernando Pessoa tem um acordo de parceria', disse Inês Pedrosa.

Os escritores que serão convidados incluem Gonçalo M. Tavares, valter hugo mãe (em minúsculas, como ele assina), José Luís Peixoto, Patrícia Reis, Jacinto Lucas Pires, Felipa Leal e Cláudia Clemente, incluindo ficção e poesia. 'Para mim, é importante a paridade. Pretendo levar o mesmo número de escritores e escritoras', diz Inês.

Segundo a ministra da Cultura portuguesa, a programação das outras áreas, como cinema, artes plásticas, música e teatro, será definida após reunião com a nova ministra da Cultura brasileira, Ana de Hollanda.

A Igreja mais antiga do Brasil

Igreja Nossa Senhora do Monte, em Olinda

Por Leonardo Dantas Silva

"Ao se indagar sobre a antiguidade das igrejas em Pernambuco, logo vem à menção o templo dos Santos Cosme e Damião de Igarassu, assim consagrado pela tradição que vem do frei Rafael de Jesus quando da publicação do seu livro O Castrioto Lusitano (1675).

A afirmativa do cronista, no entanto, vai contra o texto da Carta Foral da Vila de Olinda, assinada pelo Donatário Duarte Coelho em 12 de março de 1537; isto é, dois anos após o seu desembarque no Sítio dos Marcos, às margens do Canal de Santa Cruz, vindo de Lisboa com um grande número de famílias do Norte de Portugal.

Ao outorgar a carta Foral da Vila de Olinda, o primeiro donatário, Duarte Coelho Pereira, reservou para os habitantes da nova povoação as terras do outeiro do monte, com exceção das cem braças situadas ao redor da Igreja de Nossa Senhora do Monte, que já existia naquele local: "O monte de Nossa Senhora do Monte águas vertentes para toda a parte, tudo será para serviço da vila e povo dela, tirando aquilo que se achar ser da casa de Nossa Senhora do Monte que é cem braças da casa ao redor de toda a parte, e assim o valinho que é da banda do norte rodeia o dito Monte pelo pé até o caminho que vai da vila para Val de Fontes para o curral velho das vacas, e isto é da dita casa de Nossa Senhora do Monte."

Assegura José Antônio Gonsalves de Mello ser "esta a única referência à igreja constante do Foral e a simples menção da sua existência faz dela a mais antiga de Pernambuco, com certidão de nascimento por documento contemporâneo. Essa primazia tem sido atribuída até agora a uma Igreja de Igarassu, atual matriz dos Santos Cosme e Damião".

Confirma o mesmo autor que "a indicação do ano da chegada de Duarte Coelho [1535] como sendo o mesmo da construção da Igreja de Igarassu é do frei Rafael de Jesus, que escreveu em 1675 [com base nos originais de Diogo Lopes Santiago] e não abona a sua afirmativa. Ao contrário, a igreja olindense - a casa de Nossa Senhora do Monte - tem em seu favor um documento de autenticidade estabelecida e de data conhecida, campeando ela há quase quatro séculos e meio no alto de um dos morros da cidade".

Um segundo documento, também do século XVI, vem comprovar a antiguidade daquele templo. Trata-se de certidão passada pela então viúva do primeiro donatário, Dona Brites de Albuquerque, que, em 16 de fevereiro de 1582, reitera a doação daquelas terras, a pedido do ermitão João Martins, que, ao entrar na posse da Igreja do Monte, "não achou até agora carta nem data que fosse para a dita casa de Nossa Senhora".

Assim, dentre as igrejas de Pernambuco, é a de Nossa Senhora do Monte de Olinda a que possui a mais antiga documentação de sua existência."

Nos cem anos da Universidade do Porto - proposta de colaboração com o Brasil


Com raízes no séc XVIII, a Univ. do Porto foi oficialmente constituida a 22 de Março de 1911

A propósito dos cem anos da criação da Universidade do Porto, que se assinalam em 2011, escreve o  professor e membro da Academia Brasileira de Letras Arnaldo Niskier:
"Das quase 200 universidades brasileiras, nenhuma delas até agora fez 100 anos. Em compensação, em Portugal, de onde recebemos tanta influência cultural, o ano de 2011 reserva uma dupla comemoração: o centenário das Universidades de Lisboa e do Porto.

Estivemos nesta última e conversámos com o seu reitor, professor José Carlos Marques dos Santos, na companhia agradável do académico Arnaldo Saraiva.

Cerca 1000 estudantes brasileiros estudam na Universidade do Porto

Soubemos que na Universidade do Porto estudam cerca de 1.000 brasileiros, especialmente nos cursos de Letras e Engenharia. Por isso mesmo, discutimos a possibilidade de assinar um convénio cultural com a Academia Brasileira de Letras, visando  três objetivos: a) iniciar estudos para a elaboração do Vocabulário Técnico previsto no Acordo Ortográfico de Unificação da Língua Portuguesa; b) intercâmbio permanente de professores e especialistas, notadamente em Língua Portuguesa; c) projetar a construção de uma biblioteca brasileira na cidade do Porto, que poderia ganhar o nome do poeta João Cabral de Melo Neto, que serviu como Cônsul, naquela cidade, durante dois anos.

É impressionante a história da Universidade do Porto. Foi criada por decreto de 22 de março de 1911, ao mesmo tempo que a Universidade de Lisboa, com um preâmbulo revelador: “Um dos primeiros deveres do Estado democrático é assegurar a todos os cidadãos, sem distinção de fortuna, a possibilidade de se elevarem aos mais altos graus de cultura...” Portanto, desde a origem teve a missão de democratizar a cultura. O seu primeiro reitor, eleito, foi o dr. Francisco Gomes Teixeira.

Hoje com cerca de 30 mil alunos e mais de 2 mil professores, a Universidade do Porto conta com 12 escolas superiores (Ciências, Farmácia, Economia, Letras, Engenharia, Educação etc) e extensas atividades culturais, como o cultivo, por exemplo, do teatro clássico e da música. A mulher tem importância especial na sua comunidade universitária.

A instituição é dotada de belos edifícios, laboratórios, museus e bibliotecas, além de preciosas coleções de quadros. Com isso faz jus aos desejos dos seus criadores. Tem destaque especial na pesquisa, utilizando-se de uma intensa criatividade, que vem desde o seu início. Ressente-se, no entanto, de maiores fontes de financiamento, embora talento não falte, até em áreas complexas, como Oncologia, Biologia Molecular e Celular.

Uma das características modernas da Universidade do Porto é a abertura para o exterior, o que se faz em diferentes áreas da Fundação Gomes Teixeira, que promove o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural e econômico do país.

Segundo nos declarou o seu atual reitor, Marques dos Santos, a Universidade do Porto tem os olhos voltados para o futuro. Além do crescimento físico, existe a preocupação dominante com a qualidade, para o que se tornou indispensável criar e manter um eficiente sistema de avaliação, à semelhança do que ocorre hoje no Brasil.

Desenvolvimento e avaliação passaram a ser elementos-chave desse processo, em que toda a Universidade do Porto, agora centenária, se encontra empenhada."

Actualmente com catorze faculdades, uma business school e 61 centros de investigação, com mais de 30 mil estudantes e de dois mil docentes e investigadores, a Universidade do Porto é hoje a maior instituição de ensino e investigação científica de Portugal.

Trompetista português e violinista brasileiro entre os vencedores do YouTube


O trompetista português Pedro Silva e o violinista brasileiro Vasken Fermanian, que estuda em Portugal, estão entre os vencedores da Orquestra Sinfónica do YouTube, cujos elementos foram escolhidos através de audições na internet e se estreiam na Ópera de Sydney em março.

Pedro Silva tem 20 anos, reside em Santa Maria da Feira, frequenta a Licenciatura em Música da Universidade do Minho e, depois de em 2009 ter sido selecionado para a Jeunesses Musicales World Orchestra, foi agora escolhido entre 12 finalistas para integrar o coletivo do YouTube juntamente com outros três trompetistas.

Integrando o naipe dos 31 violinistas mais votados entre 79 finalistas desse instrumento, Vasken Fermanian também tem 20 anos, mas é natural de Fortaleza, no Brasil, embora se encontre a frequentar o 2.º ano da Licenciatura em Violino na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco, em Portugal.

Globo terá Oficina de Atores em Portugal, em parceria com a SIC



Segundo a jornalista Keila Jimenez, a Globo vai lançar este ano  a sua primeira Oficina de Atores fora do país. A emissora vai formar novos talentos em Portugal especialmente destinados às coproduções de dramaturgia.

A ausência de elenco é um dos problemas da Globo nas suas parcerias com a estação televisiva portuguesa SIC, já que  boa parte dos atores portugueses mais famosos pertencem ao "cast" da concorrente TVI.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Fernando Pessoa será embaixador da parceria cultural Portugal-Brasil, em 2012


O escritor Fernando Pessoa será o embaixador de um programa de divulgação da literatura portuguesa junto dos brasileiros em 2012, ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal.

«Pessoa é um cartão que facilita a entrada da literatura portuguesa no Brasil» e tem «uma expressão no exterior de que os portugueses ainda não se aperceberam», disse hoje a directora da Casa Fernando Pessoa, Inês Pedrosa, na assinatura de um protocolo em Lisboa com a autarquia e o Ministério da Cultura.

A tutela irá disponibilizar, para já, 55.000 euros para a Casa Fernando Pessoa delinear e executar um programa de iniciativas para a promoção da literatura portuguesa no Brasil em 2012.

Jornais da Ejesa recebem prémios do jornalismo brasileiro


Os jornais "Brasil Econômico" e "O Dia", publicações da Ejesa - grupo de media brasileiro detido em 29,9% pela empresa portuguesa Ongoing -   receberam 12 prémios, duas menções honrosas, além de outras oito indicações em 2010.

"Esse é o resultado do investimento da Ejesa num jornalismo de qualidade e numa equipe altamente talentosa", diz Ricardo Galuppo, diretor de Redação do "Brasil Econômico". "É a comprovação de que estamos no caminho certo para um crescimento sustentado de nossas marcas", completou.

Entre os destaques, "O Dia" venceu o Prêmio Esso de Fotografia 2010 - o mais importante reconhecimento do jornalismo nacional - pelo trabalho "Faroeste Carioca", do fotógrafo Alexandre Vieira.

O "Brasil Econômico" venceu na categoria "Jornal de Economia", do 24ª Prémio Veículos de Comunicação, realizado pela revista Propaganda.  
Por seu turno,  o Prémio Vladimir Herzog de Amnistia e Direitos Humanos atribuiu duas menções honrosas a "O Dia"  pelas reportagens 'Diários da Liberdade', de Paula Sarapu (categoria Jornal) e 'Amor nos tempos da Aids', de Pâmela Oliveira (Especial - Saúde como direito do cidadão).

Agência de comunicação portuguesa amplia atuação no Brasil


A agência portuguesa de comunicação integrada Cunha Vaz & Associados, responsável pela comunicação da UEFA em Portugal e do Campeonato Africano das Nações realizado em Angola, está ampliando sua participação no Brasil.

Após a realização de diversos projetos desde outubro para empresas portuguesas, a agência inaugura agora uma delegação em São Paulo. "Com a nossa chegada definitiva queremos acompanhar o ritmo de muitos de nossos clientes que estão aumentando asua participação no Brasil e também empresas brasileiras interessadas em Portugal", afirma David Seromenho, responsável pelo escritório brasileiro.

Seromenho destaca que este é o melhor momento de aproveitar os dois grandes eventos desportivos que acontecerão no país - a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 - para aumentar a atuação junto a empresas portuguesas e brasileiras.

"Vamos utilizar a nossa especialidade em projetos de comunicação de grandes eventos desportivos para executar projetos de comunicação de nossos clientes". O executivo destaca que outra ideia é promover o país como destino turístico durante esses eventos, já que Europa e África são grandes focos de interesse e relação comercial com o Brasil.

Entre os serviços da agência estão assessoria de imprensa, relações públicas, comunicação interna, externa e digital. Outra motivação para a chegada da Cunha Vaz ao país foi o alto número de empresas portuguesas com filiais por aqui e que demandam serviços de comunicação especializada. O escritório brasileiro  junta-se às outras unidades da agência em Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Bélgica e Inglaterra, além de Angola, Moçambique e Cabo Verde.