O brasileiro Eduardo Zilles Borba
tem 28 anos e é doutorando da Universidade Fernando Pessoa, em
Portugal. Ele foi um dos académicos que participaram de uma vasta
pesquisa que virou livro em dezembro do ano passado e que resgata a
forma como o jornalismo português foi pensado por pesquisadores e
jornalistas ao longo de 400 anos.
“O Pensamento Jornalístico
Português: das origens a Abril de 1974″ tem foco “culturológico”, com a
intenção de contribuir para o resgate da memória coletiva do jornalismo
em meio a análises de estudos e reflexões que foram produzidas apenas em
Portugal, por autores portugueses, e editados até a Revolução dos
Cravos (mais precisamente, 25 de abril de 1974).
Segundo o coordenador da pesquisa, o professor doutor Jorge Pedro Sousa,
“a arqueologia dos estudos jornalísticos portugueses se revelou um
campo fértil, pois efetivamente escreveu-se bastante sobre jornalismo
até a Revolução. Tendo em conta que a primeira reflexão escrita sobre o
jornalismo português remonta, tanto quanto se apurou, a 1644, pode
afirmar-se que os teóricos portugueses produzem conhecimento
jornalístico há quase 400 anos”.
A principal ambição do projeto,
além do livro, foi a construção de uma biblioteca on line de acesso livre
a resumos sobre jornalismo publicados em Portugal até 1974, assim como
textos interpretativos dessas obras, seus autores e respectivas
localizações em bibliotecas.
Aliás, o interessante é que os pesquisadores e autores decidiram colocar o livro para download gratuito no site da editora (http://www.livroslabcom.ubi.pt/), onde pode ser lido em dois volumes.
Não é uma obra sobre a História
do jornalismo português, mas sim uma obra que visa resgatar a forma como
o jornalismo foi pensado pelos pesquisadores e jornalistas portugueses.
Não há, até ao momento, qualquer obra similar em Portugal.
Jornalismo português e jornalismo brasileiro aproximam-se de novo
O
jornalismo brasileiro e o português atravessaram uma fase de sintonia
até ao início do século XX, até porque, bem vistas as coisas, até o
início do século XIX eram o mesmo país. Somente depois começaram a
divergir, pois o jornalismo brasileiro sofreu uma forte influência do
jornalismo norte-americano, enquanto o jornalismo português se
singularizou mais por causa da ditadura do Estado Novo. Hoje em dia
estão, de novo, mais próximos, por causa das forças de mercado.
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