Com proposta inovadora, que
inclui edições “clonadas” (reproduções idênticas de versões originais
antigas), curadoria editorial de grande escritor e coleção de clássicos
fora do cânone, a Babel, um dos principais grupos editoriais
portugueses, desembarca no Brasil com um braço 100% nacional, fruto de
investimento inicial de R$ 6 milhões.
O novo empreendimento será oficialmente lançado hoje em cerimónia no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.
O Brasil já estava nos planos
desde que a Babel foi criada, há pouco mais de um ano, após processo de
consolidação de fusões de algumas das editoras mais tradicionais de
Portugal, sob o comando do empresário Paulo Teixeira Pinto.
“A ambição da Babel é ser a casa
da cultura e língua portuguesas, que transcendem fronteiras e
continentes. Por isso, em Portugal somos uma editora portuguesa. E, no
Brasil, seremos uma editora brasileira, não uma sucursal”, adianta.
Paulo Teixeira Pinto é jurista, professor, escritor, pintor,
ex-secretário de Estado, ex-presidente do Millennium BCP e presidente da
Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (Apel).
Entre os três maiores grupos
editoriais portugueses, a Babel reúne hoje nove selos que, somados,
contam com aproximadamente 4.500 títulos, a maioria de estrelas da
literatura portuguesa, como Jorge de Sena (cujo trecho de obra inédita poderá ser lido na próxima edição da revista Pessoa) e Agustina Bessa-Luis, e brasileira, como Ferreira Gullar e Eucanaã Ferraz.
A Babel brasileira, no entanto,
não será subdividida. “Nossa estratégia não é exportar o que já temos.
Vamos publicar autores brasileiros para leitores brasileiros”, afirma Rui Gomes Araújo, que, ao lado de Nuno Barros,
dirige a editora no país. Os dois executivos portugueses estarão à
frente de uma equipa totalmente nacional, com sede em São Paulo.
Uma das inovações da nova
editora é a criação da figura do curador editorial. “A Babel não será
uma editora de livros, mas de autores”, define o premiado escritor
brasileiro Luiz Ruffato, escolhido para ocupar o cargo, inédito no mercado brasileiro.
O destaque da primeira leva de
publicações da Babel é a edição clonada de Mensagem, recriação idêntica
da única obra que o poeta Fernando Pessoa publicou em vida, em 1934, e
hoje conservada na Biblioteca Nacional de Portugal.
Entre seus primeiros lançamentos estão ainda a edição clonada de um clássico nacional: Espumas Flutuantes, de Castro Alves, edição de luxo do Índice das coisas mais notáveis, do Padre António Vieira, e a edição fac-similar do histórico primeiro catálogo do Museum of Modern Art, fundado em 1929 em Nova York.
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