Tanzânia, Etiópia, Myanmar, Sri
Lanka. A lista pode não parecer a mais óbvia quando se trata de enumerar
países com resquícios portugueses, mas eles estão lá. Agora, três
volumes dirigidos por José Mattoso e editados pela Fundação Calouste
Gulbenkian listam o legado de matriz lusa espalhado pelo globo, em
“Património de Origem Portuguesa no mundo: arquitectura e urbanismo”.
José Mattoso, historiador
medievalista – e um dos mais notabilizados do país –, não é um
especialista em património português. Decidiu, ainda assim, encontrar as
pessoas certas para compor este dicionário ou mapa-mundo do legado luso
nos vários continentes.
Em entrevista, o homem que
durante 20 anos foi monge da Ordem de São Bento, vivendo na Abadia de
Singeverga – e que voltou à vida laica, em 1970, para se tornar num dos
académicos mais admirados do país e escrever uma História de Portugal
que ainda é referência – fala da importância do que se deixou noutros
países mas, principalmente, da importância de conhecer e ajudar a
preservar esse património.
Sem tiques de exaltação
patriótica, a obra que a Gulbenkian publica vai das fábricas às prisões,
das fortalezas aos armazéns, dos hotéis aos cinemas e às sedes de
bancos, das estações de correios a ruas e praças. E nunca ficará
completa.
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