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MÚSICA DE FUNDO E AUDIÇÃO DE VÍDEOS E AUDIOS PUBLICADOS

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sábado, 12 de março de 2011

Império português - o primeiro e mais duradouro dos impérios coloniais



O Império Português foi o primeiro e o mais duradouro dos Impérios coloniais (1415-1999) da Era dos Descobrimentos. Com o culminar da Reconquista cristã da Península Ibérica, Portugal ocupou-se da sua expansão territorial por território africano.

Com a tomada de Ceuta em 1415 e a "descoberta" das ilhas da Madeira (1418) e Açores (1432), que basicamente eram territórios de colonização e exploração agropecuária, atestada que era a sua pobreza mineral, Portugal marcava o início da sua expansão territorial.

Conquistam-se mais praças a partir de 1458 em Marrocos que servem como pontos de apoio logístico e material às navegações portuguesas ou mesmo como entrave ao corso e pirataria dos mouros.

Estabelecendo em Arguim uma feitoria comercial, com guarnição militar, fundam os portugueses uma nova plataforma de acção e comércio em plena área de navegação, sondando e obtendo as riquezas necessárias para o financiamento e continuidade da gesta marítima.

Grandes navegadores como Diogo Cão e Bartolomeu Dias explorariam a costa africana. Mais tarde, Vasco da Gama aproveitaria os traçados marítimos para estabelecer uma rota marítima para a Índia, enquanto outros navegadores importantes como Fernão de Magalhães, Pedro Fernandes de Queirós e Luís Vaz de Torres exploravam o Oceano Pacífico ao serviço do Império Espanhol, uma vez que o trono português esteve sob domínio dos Habsburgos entre 1580 e 1640. Pouco depois de Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, em 1500, "descobria" o Brasil.

As embarcações portuguesas sulcam agora o Oceano Índico, "descobrindo" novas terras, conquistando pontos-chave do comércio regional, estendendo-se o domínio de Ormuz, no Golfo Pérsico, ou Quíloa, na África Oriental, até Malaca, Ceilão, Insulíndia, Molucas, alcançando mais tarde a China e o Japão, para além de expedições e viagens no interior asiático e africano e além da "descoberta" da Austrália.

Construiu-se uma rede de feitorias, entrepostos, e fortalezas, captando riquezas e irradiando a cultura portuguesa e a religião católica, num esforço de criação de uma unidade civilizacional de cariz português, quer através da missionação quer da miscigenação, e até pela força das armas. Do Índico e Extremo Oriente vieram as especiarias, os metais preciosos, os tesouros artísticos, as porcelanas, sedas e madeiras, entre outros produtos para venda na Europa.

O século XVI foi o "século de ouro" para Portugal

Neste século, Portugal tornou-se a maior potência colonial da Europa e do mundo. Da economia e do conhecimento científico e geográfico  à gastronomia, passando pela literatura, Portugal floresceu em todos os domínios. Foi nesta altura que o poeta Luís Vaz Camões escreveu a sua famosa epopeia "Os Lusíadas", em que imortaliza os feitos gloriosos, corajosos e heróicos do povo marinheiro português, exaltando os marinheiros, os guerreiros e os Reis portugueses que contribuíram para dilatar o Império (Português) e a Fé (Católica).

No século XVIII, as ambições coloniais de Portugal centraram-se no Brasil e nalguns entrepostos em África e na Ásia. O Brasil, a princípio abandonado, rapidamente se tornou - com o declínio comercial no Oriente, à mercê de novas potências europeias (Inglaterra e Holanda) e após a derrota da "Invencível Armada" espanhola -, a "jóia" do Império Português até ao século XIX. Pau-brasil, açúcar, ouro, diamantes, cacau e tabaco alimentaram os cofres do erário nacional português durante três séculos.

Com a declaração de independência do Brasil, Portugal acentuou a sua expansão territorial para o interior de África a fim de se manter a par com as outras potências europeias. A sua independência, porém, criou uma imensa onda de choque emocional e material no país: a perda do maior baluarte do império, símbolo do orgulho nacional, ameaçava mesmo a integridade política de Portugal, segundo alguns, pois tratava-se da base económica e garantia da sua projecção universal.

A manutenção dos territórios na Índia, de Macau e de outros pontos-chave do antigo domínio colonial português na Ásia, cada vez mais diluído, era outro ponto de honra nacional. Mas o desígnio era África nomeadamente Angola e Moçambique, para além do imenso e rico território que as separava. Guarnições militares, missões católicas, formas e instituições de governo colonial foram transplantadas para África, assegurando a presença efectiva portuguesa de forma a afastar potências concorrentes. Apesar das dificuldades económico-financeiras, climáticas, demográficas e do isolamento, conseguiu-se ampliar alguns aglomerados urbanos e construir outros, já no interior, apoiando plantações ou zonas de mineração.

A expansão colonial africana parou com o Ultimato britânico de 1890. A Grã-Bretanha pretendia criar um grande Império, conquistando e submetendo muitos territórios, principalmente em África. Muitas vezes, a Grã-Bretanha, a maior potência do mundo no séc. XIX, afasta os seus concorrentes menos poderosos e pequenos (no caso de Portugal que, ironicamente, tem com a inglaterra a mais antiga aliança) com ultimatos, ameaças, pressões económicas e inclusivamente com alguns conflitos militares.

Após a Segunda Guerra Mundial, e contrariamente à vontade do regime político em vigor na altura, que entretanto designara os territórios além-mar como províncias ultramarinas (em 1951) - também porque as circunstâncias políticas condenavam o colonialismo - Portugal iniciou um processo forçado de descolonização de África, acabando os territórios africanos por serem desanexados. O Estado da Índia já tinha sido perdido para a União Indiana e Timor-Leste invadido pela Indonésia à altura da Revolução dos Cravos,  em 1974, processo revolucionário que ditou o fim do Estado Novo, do regime ditaturial de Salazar  e do colonialismo português.

Em 1999, Portugal entregaria Macau à República Popular da China. Esse era o seu último território ultramarino (após a Revolução dos Cravos, Macau passou a ser designada por "Território Chinês sob Administração Portuguesa" ou simplesmente "Território de Macau") e a sua  entrega ditou o fim do Império Português.

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