Os engenheiros civis portugueses vão
ver já a partir de Maio as suas competências reconhecidas por 19 países
da América do Sul, entre os quais o Brasil, onde são necessários 150 mil
profissionais, anunciou ontem o Bastonário da Ordem dos Engenheiros.
Segundo Carlos Matias Ramos,
este acordo de reconhecimento das competências dos engenheiros
portugueses e espanhóis pelos países sul-americanos será oficializado
«dentro de um mês», com a escritura pública em Lisboa.
«O reconhecimento é feito, mas
queremos que não demore tanto tempo. Queremos que com o selo de garantia
da Ordem dos Engenheiros estes profissionais sejam reconhecidos de
forma praticamente imediata», explicou.
Este anúncio foi feito ontem, em
Valença, à margem de um convénio semelhante entre Portugal e Espanha
para permitir o reconhecimento destes profissionais entre os dois
países.
O acordo dos representantes de
Portugal e Espanha com estes 19 países da América do Sul já existe desde
2008 mas só entrará em vigor em Maio, depois de realizada, em Lisboa, a
escritura pública do mesmo.
No mercado que se abre nestes
países, o Brasil, com a necessidade de 150 mil engenheiros para
desenvolver as várias obras públicas em curso - além dos equipamentos
desportivos para o campeonato do Mundo de Futebol e Jogos Olímpicos -, é
mesmo o mais desejado.
«Até agora não tem havido
homogeneidade por parte das estruturas [brasileiras] que reconhecem as
competências e com este acordo tudo isso vai mudar», admitiu.
Trabalham no Brasil,
actualmente, cerca de 1200 engenheiros portugueses e as perspectivas de
futuro são «animadoras», tendo em conta os níveis de crescimento do país
e alguns programas lançados pelo Governo.
«Estão a estimular a procura de
uma engenharia de grande qualidade como a que temos em Portugal,
especializada na construção de infra-estruturas portuárias,
aeroportuárias, ferroviárias e até ao nível dos estádios de futebol»,
apontou Carlos Matias Ramos.
É o caso do Minha casa, Minha
Vida, programa com o qual o Governo brasileiro pretende construir dois
milhões de habitações para as famílias mais necessitadas.
«Face à muita procura que há no
mercado brasileiro, é uma nova janela de oportunidade que se abre para
os engenheiros portugueses», rematou o bastonário.
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