O Museu de Arte Popular (MAP) do
Recife, Pernambuco, inaugurou no passado dia 16 a exposição “Teia de Cordéis”,
composta por uma colecção de folhetos portugueses, desde início do
século XVII até ao século XX.
A mostra reúne cerca de 150
"cordéis" com romances, personagens históricos, operetas, manuais,
autos, hinos, elegias, canções e sátiras, que fazem parte da colecção do
pesquisador português Arnaldo Saraiva, professor da
Universidade do Porto - Portugal. Alguns "cordéis" brasileiros e
espanhóis também irão compor a exposição, fazendo um paralelo com a
literatura portuguesa.
A exposição é uma realização da
Prefeitura do Recife e tem o apoio do Governo do Estado, por intermédio
da Secretaria de Cultura e Fundarpe, e da Universidade do Porto, por
meio do Centro da Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e
Memória (CITCEM).
Conferência
- Quem quiz conhecer um pouco mais sobre a literatura de cordel pode
assistir à conferência “Literatura de Cordel Portuguesa”, do
pesquisador e professor Arnaldo Saraiva, ontem dia 17, no Teatro Hermilo Borba Filho (Cais do Apolo,
s/n, Bairro do Recife). Em seguida, houve um recital com o grupo Vozes
Femininas e poetas da União dos Cordelistas de Pernambuco (Unicordel),
que apresentou"cordéis" portugueses e nordestinos.
Map – O Museu
de Arte Popular pertence à Fundação de Cultura Cidade do Recife – FCCR.
Instalado no Pátio de São Pedro desde novembro de 2008, o museu possui
um acervo representativo de todos os estados do Nordeste brasileiro, com
obras em madeira, gesso e cerâmica (barro), originárias da coleção
Galeria Nega-fulô, da pesquisadora Silvia Coimbra.
Arnaldo Saraiva
- é professor universitário, pesquisador, ensaísta, cronista e poeta,
nascido em 1939, em Casegas (Covilhã – Portugal). É sócio correspondente
da Academia Brasileira de Letras e professor catedrático jubilado da
Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde ensinou Literatura
Portuguesa e Literatura Francesa, Literatura Brasileira e Literaturas
Orais e Marginais. É colaborador de várias publicações portuguesas e
estrangeiras, inclusive da Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura.
Fundador do Centro de Estudos Pessoanos, co-diretor da revista Persona e
do Jornal O Boavista.
Licenciado em Filologia Românica
pela Faculdade de Letras de Lisboa, doutorou-se na Faculdade de Letras
do Porto, onde exerceu a função de docente de Estudos Brasileiros e
Africanos. Fez estudos de pós-graduação no Rio de Janeiro (tese Carlos
Drummond de Andrade: do Berço ao Livro), em Paris (França) e em Urbino
(Itália).
Literatura de Cordel - uma tradição portuguesa que cruzou o Atlântico
"A presença da literatura de cordel no
Nordeste Brasileiro tem raízes lusitanas; chegou com o romanceiro
peninsular, e possivelmente começam estes romances a ser divulgados no
Brasil, já no século XVI, ou o mais tardar, no XVII." , refere o
Professor Gil Francisco em detalhado artigo sobre as origens desta tradição.
O primeiro estudioso brasileiro a
indicar essas fontes para as narrativas em verso, prosa com registo de
factos memoráveis em folhetos ou pequenos livros, foi Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), autor de uma obra fundamental para os estudos etnográficos e antropológicos no Brasil.
Literatura de Cordel,
denominação dada em Portugal e difundida no Brasil, é poesia popular,
história contada em versos ou ainda em prosa, em estrofes a rimar,
escrita em papel comum feita para ler ou cantar. A capa do folheto é em
xilogravura, trabalho artesão que esculpe em madeira um desenho
preparando a matriz para reprodução.
Na região Alentejo (Sul de
Portugal), este tipo de literatura era difundida em feiras e romarias,
cantada por poetas e vendida em bancas de feira.
Quarta-feira 16 de março, às 19h
Até 30 de abril – de segunda a sexta, das 9h às 17h.
Museu de Arte Popular - Casa 49, Pátio de São Pedro, bairro de São José - Recife
Entrada Livre
Informações: 81 3355-3110
3355-4720
Blog: http://museudeartepopular.wordpress.com/
Local:
Teatro Hermilo Borba Filho - Cais do Apolo, s/n, Bairro do Recife
Entrada Livre
Informações: 81 3355-3320
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