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MÚSICA DE FUNDO E AUDIÇÃO DE VÍDEOS E AUDIOS PUBLICADOS

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sábado, 30 de outubro de 2010

Reportagem da TV Globo sobre o fado


O programa "Bom dia Brasil", da TV Globo, lançou uma nova rubrica sobre música. Na reportagem de estreia, o correspondente da estação brasileira em Lisboa, Pedro Bassan, escreveu :

"O fado é tão amargurado que exige um instrumento em forma de coração. Só a guitarra consegue transmitir o que o fadista sente.

“Eu comecei com 6,7 anos a tocar piano e havia alguma coisa no piano que sempre me faltou: o piano não geme”, diz o fadista Pedro Castro.

Pedro Castro agarrou as cordas para se tornar um artista da nova geração de Lisboa. Ele foi um dos escolhidos pelo cineasta espanhol Carlos Saura para um filme em que a música é a personagem principal.

O curioso é que a guitarra portuguesa tinha tudo para ser um instrumento alegre, pelo timbre agudo e pela rapidez com que dispara suas notas.

“Como a nossa diva, imperatriz e imperadora Amália [Rodrigues] era uma pessoa tendencialmente triste, é normal que o fado seja catalogado com essa tristeza”, explica o fadista.

Portugal não superou até hoje a tristeza de viver sem Amália. A casa onde a cantora morava foi deixada do jeito em que estava quando ela morreu. A melhor amiga cuida pessoalmente de cada item.

“Não sou eu que preservo a memória da Amália. É a Amália que vive na memória de todos nós”, diz a melhor amiga da Amália Rodrigues, Estrela Carvas.

O guarda-roupa de vestidos pretos e o brilho dos adereços da diva deixam uma certeza: Amália se foi, mas nunca parou de cantar.“A Amália era o fado”, comenta Estrela Carvas.

Amália Rodrigues levou para os palcos do mundo a melodia da cidade em que nasceu e viveu. A nova geração do fado continua com os pés firmes em Lisboa. Mas presta muita atenção nos sons que o vento traz do outro lado do mar.

António Zambujo é uma das novas vozes da música portuguesa contemporânea: “Eu tenho uma formação que passa pela minha região, pelo Alentejo, pela música popular brasileira, pelo norte da África e Espanha”.

A cada voz diferente que canta Lisboa, fica a certeza de que ninguém inventou o fado. Ele já estava escrito nas paredes da cidade, onde cada telhado é uma nota musical."

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