Um estudo internacional que
incluiu pesquisadores brasileiros e portugueses demonstrou como um
composto de ferro no sangue pode piorar muito as infecções por certas
bactérias.
Mas o trabalho também apontou o
caminho para uma solução, ao mostrar que uma proteína conseguiu depurar o
sangue de cobaias desse ferro tóxico.
O composto chamado heme aparece
no sangue quando os glóbulos vermelhos são destruídos no processo
infeccioso. As células liberam então a hemoglobina na corrente
sanguínea, e sua degradação produz o heme.
A doença, conhecida como sepse,
caracteriza-se pela grande quantidade de micróbios no sangue, levando à
exaustão do sistema de defesa do organismo. Nos casos severos, há
redução súbita da pressão arterial e falha de órgãos, levando à morte.
O estudo foi chefiado por Miguel P. Soares, do Instituto Gulbenkian, em Portugal, e contou com a participação de André Miguel Japiassú, da Fundação Oswaldo Cruz.
"O papel tóxico do heme já tinha
sido notado em outras doenças. Nós estudamos isso no ser humano,
fizemos a avaliação de proteínas no sangue de pacientes com sepse",
disse André Japiassú.
A equipa descobriu que cobais
que não têm a enzima que degrada hemoglobina eram mais susceptíveis a
morrerem de sepse. Mas também mostrou que a hemopexina, proteína
produzida pelo organismo e capaz de depurar o heme, protegeu os animais.
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