É romancista, ensaísta e professor de Filosofia, mas também escreve para teatro. Miguel Real, pseudónimo de Luís Martins,
considera que língua portuguesa é a grande marca da cultura de Portugal
– e deve ser entendida com mais seriedade. Nos passados dias 21 e 22.04, Miguel Real falou
sobre livros e cultura na Livraria Portuguesa, em Macau.
Em entrevista, faz uma
radiografia do que é o romance histórico luso e explica como se escrevem
ensaios e ficção em simultâneo, sobre o mesmo tema.
– Em Macau falou sobre
cultura portuguesa, a propósito do seu mais recente ensaio
[“Introdução à Cultura Portuguesa”]. O que podemos esperar desta sua
intervenção?
M.R. – A cultura portuguesa
possui hoje dois grandes valores, que perfazem a sua identidade. No
passado, a epopeia dos Descobrimentos, da Expansão. Independentemente do
que hoje pensarmos sobre os séculos XV e XVI, eles constituíram a nossa
marca na história mundial. Se não tivéssemos feito os Descobrimentos,
seria apenas uma grande Galiza, território e nação muito honrados, mas
que muitíssimo pouco contaram para a história europeia e mundial.
No que respeito ao presente, a
cultura portuguesa é absolutamente dominada pelo uso da língua
portuguesa. É ela o grande traço de união entre povos de todos os cantos
do mundo, perfazendo mais de 200 milhões de falantes.
–
Enquanto autor de ensaios, foi abordando temáticas tão distintas como
Eduardo Lourenço, Agostinho da Silva, Eça de Queiroz e o Marquês de
Pombal, entre outros. Como surge esta diversificação de interesses?
M.R. – Não há diversificação.
Todos os meus ensaios se prendem com a cultura portuguesa no sentido de
lhe demarcar as características constantes que a individualizam faces às
restantes culturas europeias. Os autores e políticos que refere são
(foram) autores cuja obra alterou radicalmente o horizonte da cultura
portuguesa em certo período. Por isso merecerem o meu atento interesse.
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