A ciência polar portuguesa "deu um salto gigante" nos últimos cinco anos, considerou, ontem, em Coimbra, o investigador José Xavier,
antecipando que Portugal vai, cada vez mais, fornecer "massa crítica" a
nível internacional neste domínio. José Xavier falava na III Conferência Portuguesa das Ciências Polares, que decorreu no auditório do Zoologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (UC).
As ciências polares em Portugal
consistem atualmente em 15 equipas de várias universidades e institutos
de investigação, perfazendo mais de meia centena de cientistas.
Em declarações à agência Lusa à
margem da conferência, o cientista considerou que o maior desafio neste
domínio será continuar a estabelecer parcerias internacionais, porque só
através de outros países é que os cientistas portugueses podem ir para
zonas como o Ártico ou a Antártida.
"Portugal vai, cada vez mais,
fornecer massa crítica, conhecimento. O nosso desafio vai ser manter os
níveis de produção científica (artigos, livros) para mantermos essas
colaborações", referiu.
O investigador disse ainda que é intenção "fomentar colaborações no futuro com países como o Brasil, Espanha e Reino Unido".
Cerca de uma centena de pessoas
participam na conferência, em que as equipas polares portuguesas reveem
os desenvolvimentos científicos do último ano e identificam novas
oportunidades científicas.
A ciência polar consiste na
investigação feita quer no Ártico quer na Antártica, onde os efeitos das
alterações climáticas "são mais evidentes", segundo José Xavier.
"Temos uma grande variedade de
equipas portuguesas, quer em relação às ciências do mar e da terra,
ciências atmosféricas e até ciências extra-planetárias, que tentam
perceber como estas regiões frias do planeta estão a aquecer ou não,
como os animais são capazes de se adaptar ou não e perceber as
implicações para o próprio planeta", adiantou.
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