"....nada
disso impede que seja também um homem abrasado no fogo do amor da
humanidade, como prova defendendo, sempre que pode, as grandes causas da
emancipação dos escravos, da educação popular, todas as causas santas,
de cuja resolução está suspenso o futuro da civilização."
A Câmara Municipal da Lousã, em Portugal, vai prestar homenagem no próximo dia 30 de Abril ao Comendador João Elisário de Carvalho Montenegro.
O português João Elisário de
Carvalho Montenegro nasceu no município de Lousã, próximo a Coimbra, e
chegou ao Brasil com cerca de 18 anos, radicando-se no Rio de Janeiro no
início da década de 1840. Ele vinha de uma família de posses. Seu pai
era um médico de prestígio em Portugal, mas envolveu-se em lutas
políticas que lhe renderam perseguições e considerável perda de
patrimônio. Diante disso, o jovem Montenegro decidiu tentar a sorte do
outro lado do Atlântico.
Inicialmente dedicou-se ao
comércio, trabalhando como caixeiro-viajante. Sua trajetória foi um
sucesso: o negócio prosperou e o tornou conhecido como “rei dos
viajantes”. Em 1867, resolveu investir seu capital na compra de uma
propriedade em Pinhal, interior de São Paulo, e pôr em prática suas
idéias sobre a melhor maneira de se administrar uma lavoura de café.
Batizou a fazenda com o nome de sua cidade natal e começou a inovar já
na contratação dos empregados.
O Núcleo Colonial da Nova Lousã
adotou um sistema de recrutamento muito original. Aproveitando-se de sua
condição de imigrante, o próprio Montenegro ia selecionar famílias de
conterrâneos dispostas a vir para o Brasil trabalhar na fazenda. O
procedimento teve rápida repercussão. Jornais da época não tardaram a
creditar a este sistema grande parte do clima de boas relações que
reinava na colônia e do sucesso alcançado pelo estabelecimento de
Montenegro.
Duas décadas depois de
implantado, o sistema salarial proposto por Montenegro ainda tinha pouca
aceitação na província de São Paulo, e não inspirou seguidores.
Prevaleceu o sistema de parceria, que mais tarde evoluiu para a
empreitada (na qual os colonos eram contratados para realizar tarefas
específicas, como preparação do terreno, plantio ou colheita). Após a
abolição, em 1888, generalizou-se um sistema de remuneração misto,
conhecido como contrato de colono, que combinava salários anuais pelo
trato do cafezal, pagamentos pelo volume de café colhido, por tarefas,
diárias e alguns benefícios não-monetários.
Diante das dificuldades financeiras, Montenegro vendeu sua propriedade três meses antes do fim oficial da escravidão.
Leia mais na Revista de História
Homenagem ao Comendador João Elisário de Carvalho Montenegro
28 de Abril
Abertura da Exposição “Entre Portugal e Brasil: Vida e Obra do lousanense Comendador Montenegro”
Local: Átrio da Biblioteca Municipal da Lousã
30 de Abril
16h – Abertura e Evocação do dia pelo Presidente da Câmara Municipal da Lousã
16h15m – Descerramento de Placa de Atribuição do nome do Comendador à Biblioteca Municipal da Lousã
16h20m – Actuação da Banda da Sociedade Filarmónica Lousanense, que interpretará tema da época, na ocasião da recepção ao Comendador numa sua vinda do Brasil à Lousã
16h30m – Inauguração da Exposição “Entre Portugal e Brasil: Vida e Obra do lousanense Comendador Montenegro”
17h – Palestra sobre o Comendador Montenegro “Vida e Obra”, pela Doutora Sónia Freitas
Local: Biblioteca Municipal da Lousã
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