Está patente ao público até ao próximo
dia 30 de Abril, no Museu de Arte Popular (MAP) do Recife, a exposição
“Teia de Cordéis”. A mostra é composta por cerca de 150 "cordéis"
portugueses raros do início do século XVII até ao século XX, reunidos
pelo colecionador Arnaldo Saraiva, professor da Universidade do Porto.
Alguns "cordéis" brasileiros e
espanhóis também integram a exposição, em paralelo com a literatura de
cordel portuguesa. Os folhetos que fazem parte da mostra trazem
romances, biografias de personagens históricos, operetas, manuais,
autos, hinos, elegias, canções e sátiras.
Exposição “Teia de Cordéis”
Até 30 de abril – de segunda a sexta, das 9h às 17h
Museu de Arte Popular - Casa 49, Pátio de São Pedro, bairro de São José/Recife
Entrada gratuita
Mais informações: pelos telefones 3355-3110 e 3355-4720 ou no blog do museu
Literatura de Cordel - um tradição portuguesa que cruzou o Atlântico
"A presença da literatura de cordel no
Nordeste Brasileiro tem raízes lusitanas; chegou com o romanceiro
peninsular, e possivelmente começam estes romances a ser divulgados no
Brasil, já no século XVI, ou o mais tardar, no XVII." , refere o
Professor Gil Francisco em artigo sobre as origens desta tradição.
O primeiro estudioso brasileiro a
indicar essas fontes para as narrativas em verso, prosa com registo de
factos memoráveis em folhetos ou pequenos livros, foi Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), autor de uma obra fundamental para os estudos etnográficos e antropológicos no Brasil.
Literatura de Cordel,
denominação dada em Portugal e difundida no Brasil, é poesia popular,
história contada em versos ou ainda em prosa, em estrofes a rimar,
escrita em papel comum feita para ler ou cantar. A capa do folheto é em
xilogravura, trabalho artesão que esculpe em madeira um desenho
preparando a matriz para reprodução.
Na região do Alentejo (Sul de
Portugal), este tipo de literatura era difundida em feiras e romarias,
cantada por poetas e vendida em bancas de feira.
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