No dia 3 de maio (terça-feira), Maria Bethânia leva até Curitiba, captal do Paraná, o seu projeto especial de leitura de poemas e textos escolhidos mesclados com música.
Vem de muito tempo a ligação de Maria Bethânia com as palavras. Desde o colégio em Santo Amaro, quando seu professor Nestor Oliveira
a ensinou, assim como a seu irmão Caetano Veloso, a ouvir poesia. Esta
paixão pelas palavras ela levou para os palcos, nos textos que sempre
recitou em seus espectáculos – desde o famoso show de estréia no Teatro
Opinião, em 1965.
O projeto começou em Minas, em
2009, quando Bethânia foi convidada pela Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG) para participar do ciclo de conferências “Sentimentos do
Mundo”. Logo em seguida, realizou outras leituras na Casa do Saber e PUC
no RJ, no Itamaraty em Brasília (para o Encontro Mundial dos Países de
Língua Portuguesa) e na Casa Fernando Pessoa, em Portugal, como
retribuição à Ordem do Desassossego que recebeu com a imortal Cleonice Berardinelli por ser, no Brasil, uma das maiores divulgadoras do legado de Fernando Pessoa.
A artista lerá poetas e escritores de todas as gerações: Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Ramos Rosa, Sophia de Mello Breyner Andersen, José Craveirinha, Padre Antonio Vieira, Caetano Veloso, Fausto Fawcet, Ferreira Gullar,
entre muitos outros, entremeados por trechos de conhecidas canções
brasileiras e portuguesas como ABC do Sertão (Luiz Gonzaga), Romaria
(Renato Teixeira), Último Pau de Arara (J. Guimarães/Venâncio/Corumbá),
Estranha Forma De Vida (Amália Rodrigues), Marinheiro Só (domínio
público/adaptação Caetano Veloso), Dança da Solidão (Paulinho da Viola) e
Menino de Braçanã (Luis Vieira/Arnaldo Passos).
Maria
Bethânia reconhece que dizer poesia, hoje em dia, “neste mundo de
corre-corre”, é “um desafio”, mas também, “uma ideia que comove e
atrai”.
E Fernando Pessoa,
o poeta da sua vida, não fica de fora. “É a minha tradução mais fiel”,
afirma, acrescentando: “Suporta minha respiração, minha cadência e o
ritmo desassossegado do meu coração”. O poeta português é lembrado com
pungentes poemas, como o Poema do Menino Jesus, de Alberto Caeiro,
popularizado pela intérprete a partir do show Rosa dos Ventos; e
Ultimatum, de Álvaro de Campos, que soa impressionantemente atual desde
sua leitura no espectáculo Dentro do Mar tem Rio.
Local: Teatro Positivo – Pequeno Auditório
Endereço: Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 - Campo Comprido - Curitiba – 41- 3317-3000
Data e horário: 3 de maio(terça-feira) às 21h
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