Com o compromisso de mostrar as
riquezas culturais do Brasil, os Correios focalizam, nesta série
dedicada às Cidades Históricas, a cidade de Mariana, registando suas
peculiaridades e seu significado para o Estado de Minas Gerais e para o
País, na comemoração histórica dos seus 300 anos.
O lançamento das peças filatélicas aconteceu no último dia 8 de abril.
Com arte de Luciomar S. de
Jesus, no canto esquerdo, o selo retrata a igreja São Francisco de
Assis, construída entre 1762 e 1794, e a igreja de Nossa Senhora do
Carmo, cuja construção teve início em 1783 e foi concluída no século
seguinte.
Localizadas na praça Minas
Gerais, as igrejas parecem dialogar. Acima, uma vista parcial de Mariana
pintada em azul, emoldurada por rocalhas em azul e vermelho, invocando a
paleta criativa de Mestre Ataíde, o grande pintor colonial brasileiro
nascido em Mariana.
No centro da composição, a Maria
Fumaça, que liga Mariana a Ouro Preto, e o pelourinho, repleto de
elementos: o globo (conquistas marítimas portuguesas), a balança
(justiça), a espada (condenação) e o brasão português.
No canto inferior direito, a
Casa da Câmara e Cadeia construída na segunda metade do século XVIII, o
prédio mantém preservadas as características e a história de uma época
de riqueza e poder. Foram utilizadas as técnicas de pintura e computação
gráfica.
Mais informações em: www.correios.com.br/correiosonline
As notícias da descoberta de ouro na
região das minas, hoje chamada de Minas Gerais, espalharam-se pelo
Brasil e chegaram a Portugal. Milhares de pessoas acorreram à região em
busca de riqueza.
Em 16 de julho de 1696, bandeirantes paulistas, liderados por Salvador Fernandes Furtado de Mendonça,
encontraram ouro no Ribeirão Nossa Senhora do Carmo. Às suas margens
nasceu o arraial de Nossa Senhora do Carmo, que logo assumiu uma função
estratégica no jogo de poder determinado pelo ouro.
Não tardaram os conflitos
armados na zona aurífera, gerando insegurança. A Metrópole (Portugal)
realizou uma acção decisiva: desmembrou do Rio de Janeiro a capitania
constituída por São Paulo e Minas Gerais, a fim de policiar melhor a
região, enviando, em 1709, o governador António de Albuquerque Coelho de Carvalho, que ali fixou residência.
O marco inicial para Mariana é o
ano de 1711, quando um acto do citado governador, de 8 de abril, elevou
o arraial à categoria de vila, sob a denominação de Vila de Nossa
Senhora do Ribeirão do Carmo de Albuquerque, nome modificado quando de
sua confirmação por Dom João V, em 14 de abril de 1712, para Vila Leal de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo.
Segundo as determinações
metropolitanas, foi implantada, em 04 de julho de 1711, uma estrutura
administrativa e judiciária, a primeira Câmara das Minas Gerais com o
mesmo status da Câmara da cidade do Porto, em Portugal.
A Vila, em pouco tempo,
transformou-se no principal centro de comércio e instrução de Minas
Gerais. Entre a dificuldade em estabelecer a ordem na Vila e o trabalho
para conter as revoltas com a cobrança de impostos pela Metrópole, foi
criada, a 2 de dezembro de 1720, a capitania independente de Minas
Gerais.
Mariana tornou-se o ponto
convergente do movimento extractivo do ouro. Por isso, em outubro de
1730, foi estabelecida uma linha de Correio Ambulante entre Rio, São
Paulo e Mariana, a fim de que fossem estabelecidos contactos mais
rápidos e eficazes com as autoridades reais, em São Paulo e no Rio de
Janeiro.
Em 1745, por ordem do rei de
Portugal Dom João V, a Vila de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo foi
elevada a cidade com o nome de Mariana – uma homenagem à rainha Maria
Ana D'Austria, sua esposa.
Além de ter se transformado no
centro religioso do Estado, Mariana tornou-se a primeira capital de
Minas Gerais. Para uma cidade de tamanha importância, foi necessário
traçar um plano urbanístico. Ruas em linha recta e praças retangulares
são características da primeira cidade planeada de Minas e uma das
primeiras do Brasil.
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