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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Leituras pós-coloniais de obra de Gilberto Freyre - Colóquio em Lisboa



Cientistas sociais propõem reflexão sobre a obra do pensador brasileiro Gilberto Freyre no Colóquio ‘Identidades, Hibridismos e Tropicalismos leituras pós-coloniais’, a decorrer na Universidade Lusófona, em Lisboa organizado pelo Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), a Universidade Lusófona e a Fundação Gilberto Freyre.

Gilberto Freyre foi um cientista social brasileiro que nasceu em 1900 e faleceu 1987. Foi um cientista social que se dedicou tanto à história, à sociologia, antropologia. Ele próprio definia-se sobretudo como um escritor, embora fizesse ciência social. É autor de uma das obras mais emblemáticas sobre a história do Brasil, a ‘Casa Grande & Senzala’, que foi publicada em 1933.

Em Portugal é sobretudo conhecido devido à sua doutrina do luso-tropicalismo, que em traços gerais preconizava que os portugueses tinham uma especial capacidade para se relacionarem com os trópicos através da miscigenação, tanto biológica como cultural. O Estado Novo português apropriou-se no contexto do pós II Guerra Mundial das ideias chave do pensamento de Freyre, um pouco para justificar a permanência de Portugal nas colónias depois do avanço dos movimentos anti-coloniais», explica Cláudia Castelo, investigadora do IICT e membro da Comissão Científica Organizadora do Colóquio.

Um pensador que introduziu conceitos como o hibridismo na construção da identidade nacional do Brasil e rompeu com o paradigma do racismo científico.

«Gilberto Freyre valoriza muito a questão da mestiçagem ou do hibridismo, tanto na sua componente biológica, a constituição dos mestiços, como também na componente cultural. E por essa via ele combatia qualquer ideologia racista», explica Cláudia Castelo.

A investigadora do IICT acrescenta que «embora ele em ‘Casa Grande & Senzala’ tenha destacado o contributo não só dos portugueses mas também dos negros, dos escravos negros e dos ameríndios para a formação do Brasil. Isso era inovador na época, a importância que ele deu ao contributo dos negros e dos ameríndios, uma vez que a obra foi publicada em 1933, que é o ano da ascensão de Hitler ao poder e toda a ideologia nazista e racista. Por isso ele foi, de certa forma, também um pioneiro na forma como valorizou contributos que não só os dos europeus, o dos portugueses, para a formação do Brasil».

Inovador e controverso, as obras de Gilberto Freyre chegaram mesmo a ser banidas das universidades brasileiras. «De certa forma o facto de ele ter vindo a Portugal e ter visitado as colónias portuguesas a convite do Ministra do Ultramar, Sarmento Rodrigues, em 1951 e 1952, fez com que o conotassem com o salazarismo. E depois no Brasil, mais tarde, o facto de ele se ter ligado à ditadura militar a partir de 1964 foi mau visto por diversos quadrantes da sociedade brasileira e, nomeadamente, por sociólogos da Escola de São Paulo», explica.

Precursor de novas metodologias nas ciências sociais, Gilberto Freyre é lembrado por uma vasta obra e por isso difícil de caracterizar. «Ele tem um pensamento muito vasto. Ele escreveu sobre não só o Brasil e a formação do Brasil, mas também sobre muitos outros tópicos. Sobre a questão da rur-urbanização, a ligação entre o espaço rural e o espaço urbano, escreveu sobre a importância do açúcar na formação do Brasil, vamos ter uma comunicação especificamente sobre a obra dele Açúcar, que é uma obra até com algumas receitas de culinária. É um pensador muito diversificado e é difícil estar a apontar uma característica em particular».

A obra de Gilberto Freyre junta em Lisboa, diversos investigadores que durante dois dias vão refletir sobre a contemporaneidade do pensador brasileiro, tendo presente linhas mestras como identidades, hibridismo, racismo ou tropicalismos.

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