O artista plástico português Acácio Videira (1918-2008) é a figura central do documentário Acácio, da brasileira Marília Rocha,
também realizadora de A Falta Que Me Faz. Os dois filmes estrearam na
sexta-feira passada em Salvador e Belo Horizonte, e no próximo mês em São Paulo.
O fio condutor do filme é a
história de Acácio e sua mulher, Maria da Conceição, que se casaram
secretamente em Angola e, em 1975, por causa da Guerra de Independência, se transferiram para o Brasil, se fixando em Belo Horizonte.
O trânsito do casal entre os
três continentes serve com base de reflexão sobre a arte, a política,
relações colonialistas e, por fim, a memória.
A equipa de Marília fez seu
primeiro contato com Acácio por conta do acervo de filmes e fotos que
ele fez nos anos em que a família morou em Angola. São imagens raras
sobre a vida de angolanos e colonos portugueses, sempre sob o olhar
sensível do artista.
Ele e sua mulher foram filmados e
entrevistados pela equipa deste documentário durante dois anos. Depois,
a documentarista fez o trajeto inverso do seu biografado, deslocando-se
para Angola e Portugal.
Acácio busca, então, a
intersecção entre as lembranças e a herança colonial portuguesa, e dá
também espaço para que o artista exponha sua visão de mundo.
Escultor e pintor, Acácio reuniu
um acervo que inclui não apenas obras de sua autoria que possuem um
enfoque etnográfico, mas também peças que ele recolheu durante sua
permanência em África.
Filme lindíssimo. Já tínhamos assistido em uma mostra de cinema no Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes meses atrás. Na sexta, fomos ver de novo! Vale cada minuto!
ResponderExcluirThelma e Flavio Shimomura
Belo Horizonte