O fadista português António Zambujo
atravessou o oceano algumas vezes, guiado pela música da terra
descoberta por Cabral. Numa das últimas viagens, aportou em praias
brasileiras para firmar parcerias com novos compositores, que registou
no seu quarto álbum, "Guia". Encerrando um pequeno giro por terras
brasileiras, o cantor português volta a São Paulo para espectáculo único
amanhã, no Bourbon Street Music Club, depois de se ter apresentado no
Recife e no Rio, na semana passada.
Zambujo, já há algum tempo,
juntou-se à seleta galeria de cantores portugueses que dialogam com a
música brasileira "de forma orgânica", como definiu Caetano Veloso, um de seus muitos entusiastas. Desde o encontro de Amália Rodrigues com Vinicius de Moraes, seguiram-se cantores e grupos como Eugénia Melo e Castro, Teresa Salgueiro, Maria João Quadros, Sérgio Godinho, Trinadus e o poeta Tiago Torres da Silva, entre outros, fadistas ou não, nessa produtiva troca de impressões.
"No disco anterior gravamos
compositores brasileiros, mas não tivemos contato com eles. Eram músicas
mais antigas. Desta vez, o encontro foi direto e pessoal com novos
autores, houve uma empatia de parte a parte. Isso se deu um pouco graças
ao disco anterior, e pelo fato de termos vindo apresentá-lo no Brasil",
diz Zambujo. "A música brasileira sempre foi uma grande influência para
mim, por causa dos intérpretes, especialmente João Gilberto, mas os autores também, como Caetano Veloso, Chico Buarque. Por tudo isso, acaba sendo uma ligação muito natural, porque é a música com a qual mais me identifico."
A base de hoje no
Bourbon Street é o repertório de "Guia", mas "há sempre uma
flexibilidade", e Zambujo deve incluir canções dos discos anteriores e
outras inéditas. O cantor, que também toca violão, será acompanhado por Bernardo Couto (guitarra portuguesa), Ricardo Cruz (contrabaixo) e Jon Luz (cavaquinho).
António Zambujo. hoje, às 22h30. Bourbon Street Music Club (Rua dos Chanés, 127, Moema). Tel. (011) 5095-6100. .
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