Calçadão do Rio de Janeiro: é uma calçada portuguesa, com certeza...
A convite da Câmara Municipal do
Rio de Janeiro, encontram-se na cidade para ministrar um curso de
formação profissional cinco mestres calceteiros portugueses. O curso
começou segunda-feira passada e terá duração de três semanas. Os
passeios e calçadas fluminenses são mundialmente conhecidos pela sua
característica traça portuguesa, como a Orla de Copacabana, na zona sul
da cidade.
Um total de 60 alunos aprenderão
a técnica portuguesa de assentar pedra - geralmente calcário e
basalto. Eles também terão aulas sobre a história dos passeios
portugueses e sua difusão pelo mundo. De acordo com o secretário
Municipal de Conservação e Serviços Públicos do Rio, Carlos Roberto Osório, o objectivo do curso é resgatar a arte do calçamento com pedras portuguesas, passando a técnica para as gerações futuras.
“Ao longo dos anos, o Rio perdeu
um pouco a capacidade de assentar correctamente as pedras portuguesas e
precisamos recuperar essa capacidade. Daí esse convénio com a
prefeitura de Lisboa, trazendo os cinco melhores calceteiros de Portugal
para darem um curso de reciclagem aos calceteiros cariocas e também
formar oito novos mestres calceteiros do Rio de Janeiro, para que
possamos replicar esse conhecimento e formar uma nova geração”, afirmou.
Mestres calceteiros - um trabalho duro, que exige precisão e sensibilidade
Segundo o professor de arquitectura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Cristovão Duarte,
as pedras portuguesas são económicas e ambientalmente sustentáveis. “É
uma arte urbana a pedra portuguesa. Isso é muito importante, além de ser
uma técnica inteligente, porque ela é sustentável. Ela (a técnica do
calçamento) é económica, (as pedras) são sempre reaproveitadas, não
causam cicatrizes quando é necessário fazer uma intervenção na calçada
ou na praça, porque você desencaixa e encaixa de novo. É uma técnica
muito ajustada aos desafios do século XXI”, afirmou.
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