A
decisão do Comité do Património Mundial de voltar a analisar numa
próxima reunião a candidatura dos sítios dos icnofósseis dos
dinossauros da Península Ibérica foi considerada positiva pelos
representantes de Portugal. “Partimos de um 'não' para um 'sim', só não
sabemos o quando”, afirmou o embaixador Fernando Andresen Guimarães, presidente da Comissão Nacional da Unesco.
Na
avaliação do representante português, a decisão da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconhece
o trabalho científico já realizado e abre um nova etapa no processo da
candidatura, que permitirá a demonstração inequívoca do seu valor
universal.
Portugal
e Espanha vão preparar um seminário internacional de peritos, com a
participação da União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN) e
de representantes de outros países, provavelmente no início de 2011,
para chamar a atenção para os icnitos de dinossauros da Península
Ibérica.
Os icnofósseis são uma
candidatura extremamente interessante, moderna, dinâmica, diferente e,
por isso mesmo, mais difícil”, afirmou Andresen Guimarães, lembrando a
resistência de alguns paleontólogos em reconhecer as pegadas dos
dinossauros para o interesse mundial. “Alguns paleontólogos estão mais
atentos aos fósseis de dinossauros quando se trata de jazidas com
ossos”, explicou. “Mas houve muito interesse nesta candidatura. Foi-nos
pedido para estudar um pouco melhor a questão da articulação entre os
vários sítios e a questão da declaração do valor universal excecional”,
acrescentou.
A candidatura dos "Icnitos
de Dinossáurios da Península Ibérica” inclui oito jazidas em Espanha e
três em Portugal – Pedreira do Galinha, Vale de Meios e Pedra da Mua.
Numa das trilhas em território português é possível ver pegadas de uma
família de dinossauros, havendo vestígios de dois adultos e três jovens
animais.
Após a 34ª Sessão do Comité do
Património Mundial, em Brasília, a lista dos bens de valor universal
excecional passou a contar com 911 sítios. Portugal está presente nesta
listagem com 13 sítios inscritos, aos quais se acrescentam 24 outros
bens de origem portuguesa espalhados pelo mundo. O último a entrar
neste rol foi a Praça de São Francisco, em São Cristóvão, no estado
brasileiro do Sergipe, cuja inscrição foi aprovada durante a reunião em
Brasília.
Já a candidatura do Forte de
Jesus, em Mombaça, no Quénia, outro bem de influência portuguesa cuja
candidatura foi analisada durante a 34ª Sessão do Comité do Património
Mundial, deverá ainda ser mais trabalhada para posterior reavaliação.
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