A história deste monumento começa nos festejos do 4º Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, em 1965, quando os compositores Haroldo Barbosa e Raul Mascarenhas fizeram um samba que comentava inexistência de um monumento ao fundador da cidade: “Cadê a estátua de Estácio de Sá?”
O facto gerou muita polémica a
realização de um levantamento para descobrir que homenagens haviam
sido prestadas ao fundador da cidade. Passados os anos, a ideia
ressurgiu no Instituto de Patrimônio Histórico Nacional.
O Governo do Estado criou, então, uma comissão, à qual foram apresentados diversos projetos, sendo escolhido o de Lúcio Costa.
Finalmente, em 1970, o monumento a Estácio de Sá teve a pedra
fundamental lançada pelo então primeiro ministro de Portugal, professor Marcelo Caetano.
O projeto de Lúcio Costa deu
origem a um monumento dividido em dois ambientes: um ao ar livre,
elevado em relação ao nível do parque, ocupando uma área de 450 m², e
outro abaixo, formando um grande salão.
A área externa, talvez
intencionalmente, recria o Passeio Público (primeiro espaço público da
cidade), cujo terraço permite a vista do mar, tendo próxima uma pirâmide
triangular de pedra de 17m de altura que pode ser vista da Baía de
Guanabara, um marco na paisagem da cidade.
Lápide de Estacio de Sá, na Igreja de São Sebastião, Capuchinhos
O monumento valoriza o principal
símbolo de Estácio de Sá, sua lápide. A partir dela, criou-se uma
ambiência de exposição. Instalou-se uma cópia da lápide que está na
Igreja dos Capuchinhos, no bairro da Tijuca, a qual foi instalada no
piso inferior do monumento, no salão, mas é visível do terraço. Para
tanto, criou-se uma estrutura de vidro trapezoidal na laje. Esse vidro
dá um efeito de clarabóia no salão, permitindo que os raios solares
entrem e incidam sobre a cripta.
No salão, a cripta está sobre
uma caixa de areia, que representa a areia onde o fundador da cidade
desembarcou, ao lado do marco em pedra, réplica do existente na Urca. O
piso e as paredes são de pedras extraídas das ruas do Rio de Janeiro,
emparelhadas uma a uma para adequação ao projeto.
Outra
preciosidade do monumento é sua porta de bronze, que dá acesso ao
salão. Ela foi realizada por Honório Peçanha. De um lado está o
primeiro mapa quinhentista, em relevo; do outro, o brasão do fundador da
cidade.
Finalmente, em 29 de marco de 1973, às 10h, foi inaugurado o monumento, com a presença do governador do Estado, Chagas Freitas, e do então embaixador de Portugal no Brasil, Pr. José Hermano Saraiva.
Em 11 de novembro de 2010, após
permanecer fechado para obras durante três anos, foi inaugurado o centro
de visitantes do monumento, idealizado por Lúcio Costa há 40 anos.
O local passou a ser mais uma
alternativa de passeio, que permite a visão da Baia da Guanabara com o
Morro do Pão de Açúcar ao fundo. Foram instalados computadores que
poderão ser usados para pesquisa, além de multimídia com conteúdo
audiovisual que conta a história do Rio de Janeiro.
O local, que também conta com um
espaço para exposições, encenações e apresentações musicais, possui um
auditório com capacidade para 37 pessoas, com projetor, tela gigante e
televisores LCD de alta definição, podendo ser utilizado para sessões de
cinema, palestras, workshops, entre outras atividades.
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