Igreja Matriz de Cáceres, com o Marco do Jauru, construído em Lisboa, em primeiro plano
O Conselho Consultivo do
Património Cultural aprovou no dia 09 de Dezembro a inclusão do município de Cáceres,
cidade fundada pelos Portugueses, no Estado de Mato Grosso, na lista do
Património Cultural do Brasil. A proposta de classificar o conjunto
urbanístico e paisagístico da cidade foi apresentada pelo Instituto do
Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão vinculado ao
Ministério da Cultura.
Para Luiz Fernando de Almeida,
presidente do Iphan, "a classificação de Cáceres é um marco na
estratégia de proteção e conhecimento no processo de definição da
fronteira do Brasil, e sem dúvida, a acrescentar ao conjunto das cidades
de Corumbá e Vila Bela da Santíssima Trindade e dos Fortes de Príncipe
da Beira e Coimbra".
Desde sua fundação, no século
XVIII, a cidade desempenhou importante papel para a definição de
fronteiras das terras lusas e castelhanas. Também foi fundamental para a
defesa da fronteira entre terras brasileiras e bolivianas, representando
importante documento da história urbana do país.
A história de Portugal e do Brasil na fronteira com a Bolívia
A vila de São Luís de Cáceres
foi fundada em 6 de outubro de 1778 na margem esquerda do rio Paraguai,
na fronteira com a Bolívia, pelo tenente de Dragões António Pinto Rego e Carvalho, por determinação do quarto governador e capitão-general da capitania de Mato Grosso, Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres. Objectivo - reforçar a presença da Coroa Portuguesa na área de fronteira com os domínios da Espanha.
O local era estratégico para a
defesa e incremento da fronteira sudoeste de Mato Grosso em função da
facilidade de comunicação entre Vila Bela da Santíssima Trindade e
Cuiabá e com a capitania de São Paulo pelo Rio Paraguai.
Atualmente, ainda existem
imponentes construções como as da Fazenda Descalvados com capela, casa
grande, alojamento de operários e instalações industriais, que ainda são
utilizadas pelo eco-turismo. A navegação no Rio Paraguai proporcionou a
chegada de novos materiais de construção e novas influências, o que
resultou na arquitetura eclética e rebuscada de grande parte dos imóveis
do centro histórico de Cáceres.
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