A imagem de cidade símbolo do modernismo - escreveu no passado dia 14, no "Hoje em Dia" o repórter Luís Cláudi Cicci
- encobre um passado pouco visível e pouco conhecido do território onde
está Brasília, história guardada em mapas e diários de viajantes,
documentos que datam até do século XVII, da época do Brasil como parte
do império português.
A mmenos de 20 quilómetros do
Plano Piloto (centro de Brasília), resquícios de um traçado que
atravessava o Brasil de ponta a ponta mostram que, apesar dos candangos
(primeiros habitantes da cidade, vindos de todo o Brasil para trabalhar
na obra de construção da capital federal) serem mesmo os pioneiros na
construção da capital federal, quase 400 anos antes bandeirantes e
tropeiros eram os primeiros homens brancos a desbravar a vastidão do
Planalto Central. (...)
A Estrada Colonial adotou lógica
geográfica própria devido à ausência de rios caudalosoos no Planalto
Central. O trajeto seguia pelo divisor de bacias hidrográficas, por isso
eram raras as habitações à beira do percurso das comitivas. (...) Só
dois anos depois de um tropeiro escrever o diário mais antigo que se
conhece sobre a Estrada Colonial, veio, em 1736, o reconhecimento da
Coro Portuguesa. A estrada recebeu então o nome de Real.
Sítio Novo, Rodeador, Contagem e
Ponte Alta são designações geográficas ainda presentes nos mapas de
hoje. "É uma sequência que confirma, que refaz o caminho da antiga
estrada" - diz a Dra. Lenora Barbo, que o ano passado
defendeu na Universidade de Brasília a tese "Preexistência de Brasília.
Reconstruir o território para construir a memória."
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