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MÚSICA DE FUNDO E AUDIÇÃO DE VÍDEOS E AUDIOS PUBLICADOS

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domingo, 14 de março de 2010

Poema Ilha de Moçambique do poeta Moçambicano Ribeiro Couto

F O R T A L E Z A  D E   S. S E B A S T I Ã O


 ( Ilha de Moçambique  -  Ilha de Mussa-Bin-M´Biki ) 
ILHAMOC01
 À Memória do Grande Poeta Rui Knopfli  -

     
    Soberba e estratégica alvenaria    
    Magno-flanqueada à repugnante cobiça,
    Ainda permaneces hoje no plantão,
    Magnífica, ante os leques das palmeiras
    Na Índica margem das inclementes monções.

    Gizou-te Miguel de Arruda na imponência
    Do tempo, airosas arestas, torreões
    E ameias, para que (im)ponderável
    Rugisses dos bronzes a cava
    Retórica ante o afrontamento holandês

    E assim, na cadenciada triangulação
    Balística, nutrida à incomparável e sagaz
    Contemplação no eterno, dos ardis
    Protegesses o trânsito do Ocidente
    No Oriente à omnivisão do Baluarte.

    Férreo e persistente espírito
    O de Dom Estêvão de Athayde obstinado
    Na sintomática vigília dos ventos,
    Contraponto aos dolentes cânticos muçulmanos
    De Ziara, madrugada enluarada fora …

    E enquanto inapagáveis vultos
    De antanho te revisitam patinados,
    Hábil na recordação te restauro
    Das brechas a que o novo senhor,
    Inábil, torpe e péssimo, te votou.

    Para que doravante, na cálida atmosfera,
    Às maresias de jade, toada monocórdica
    Sobre teus ásperos corais, se irmanem
    Na preciosa candura das mesquitas, palacetes
    E templos, em luso-pérseo e indianos alçados.

    Habita-te o trejeito esplêndido, magestoso e capulânico
    À re-iluminação do velho-novo levitar espiritual !
    Só Moisés, Krishna, Cristo e Mahomed te radicam
    Soberanos, vigilantes quedos e firmes
    À contemplação agente do mesmo VERBO.
   
   
Ribeiro Couto, jm
      1986
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