Macau - Aberta ao futuro, sem esquecer o passado
A
expansão económica da China e o interesse nos países de língua
portuguesa podem estar evitando que o idioma de Camões se extinga em
Macau, cidade do sul do país que voltou ao domínio chinês em 1999
depois de 450 anos de colonização portuguesa.
Na época, muitos acreditavam que a entrada do chinês e também do inglês chegaria a provocar o desaparecimento do português, que é uma das línguas oficias, mas é falado por menos de 10% dos cerca de 400 mil habitantes.
Na época, muitos acreditavam que a entrada do chinês e também do inglês chegaria a provocar o desaparecimento do português, que é uma das línguas oficias, mas é falado por menos de 10% dos cerca de 400 mil habitantes.
Mas,
apesar de uma queda na procura por cursos de português no ano 2000, as
diversas escolas que ensinam a língua já passaram a registar um retorno
do interesse pelos cursos a partir de 2001 e, mais acentuadamente, a
partir de 2002.
O Instituto Português do Oriente (Ipor) exemplo, que, em 2000, tinha apenas 200 alunos, agora conta com cerca de mil.
A
mesma tendência se verifica na Escola Superior de Línguas e Tradução do
Instituto Politécnico de Macau, que em 2000 chegou a admitir apenas 12
novos estudantes e, em 2003, atraiu 50 novos alunos.
Nós
temos a consciência nítida de que isso se deve ao crescimento da China,
à abertura dos mercados, ao estabelecimento das prioridades nas
relações externas da China que passam pelos países de língua
portuguesa", afirma Antonio Saldenha, do Ipor.
Saldenha
cita como exemplo desse incentivo o estabelecimento, no ano passado, do
Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países
de Língua Portuguesa, com sede em Macau.
Macau - Leal Senado: Herança Portuguesa
"A
China está com um grande desenvolvimento económico e com olhos para
cooperação com os países em desenvolvimento da África, com o Brasil e
também com Portugal, como porta de entrada na União Europeia", afirma o
vice-reitor da Universidade de Macau, Rui Martins."Então, esses alunos vêem nisso uma série de oportunidades de trabalho", completa.
A
universidade, que em 1999 tinha cerca de 700 alunos aprendendo o
português dentro das diversas áreas de especialização, agora tem cerca
de 1.500.
O Vice Reitor Rui Martins lembra que a
Universidade chegou a prever que o curso de Direito oferecido em
português iria acabar ficando sem alunos, mas isso não aconteceu. Parte
dessa volta do interesse pelo português em Macau, segundo Martins,
deve-se à chegada à cidade de estudantes de outras partes da China
"Macau é uma cidade única em comparação com outras cidades chinesas, por causa do seu passado histórico de ligação com Portugal. É o ponto de encontro entre a cultura chinesa e a ocidental", afirma Choi Wai Hao, director da Escola Superior de Línguas e Tradução do Instituto Português de Macau, IPM. "E eu acho que o governo chinês percebeu o valor de Macau", conclui.
"Macau é uma cidade única em comparação com outras cidades chinesas, por causa do seu passado histórico de ligação com Portugal. É o ponto de encontro entre a cultura chinesa e a ocidental", afirma Choi Wai Hao, director da Escola Superior de Línguas e Tradução do Instituto Português de Macau, IPM. "E eu acho que o governo chinês percebeu o valor de Macau", conclui.
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