Nascido em 1930, no Maranhão, Ferreira Gullar é o pseudónimo de José Ribamar Ferreira. Em Portugal a sua obra está publicada pelas Quasi Edições.
O prémio, anunciado pela ministra da Cultura de Portugal, Gabriela Canavilhas,
vem distinguir o poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor,
argumentista de teatro e televisão, memorialista e ensaísta
brasileiro.Vencedor por duas vezes do Prémio Jabuti (1999 e 2007),
Gullar foi ainda indicado ao Nobel em 2002.
O escritor octagenário recebe assim a mais alta distinção literária atribuída a um autor de língua portuguesa. Esta é já a vigésima segunda edição do prémio que distingue toda a obra de um autor, com cem mil euros.
"Foi uma surpresa total. Fiquei felicíssimo",
disse Ferreira Gullar à Agência Lusa. Na avaliação de Ferreira Gullar,
o galardão "de indiscutível importância" é um reconhecimento.
"O que eu escrevi tocou as pessoas. É isso que o prémio reconhece e, por expressar um juízo multinacional de toda a comunidade de língua portuguesa, tem um significado maior", considerou.
O
poeta, afirmou que as
pessoas já nascem com uma vocação, ainda que tenham que desenvolvê-la
depois. "Noel Rosa já cantava que 'samba não se aprende na escola'. Eu
nasci poeta", afirmou o maranhense, de 79 anos.
Bisneto de portugueses, o quarto dos 11 filhos de Alzira Ribeiro Goulart e do comerciante Newton Ferreira, já recebeu, em 2007, o prémio Jabuti, com o livro Resmungos, e foi considerado pela revista Época como um dos 100 brasileiros mais influentes de 2009.
Com Gullar, o número de escritores brasileiros galardoados passa a ser nove. O último escritor vencedor do Prémio Camões foi o cabo-verdiano Arménio Vieira (2009). Nos anos anteriores foram distinguidos o brasileiro João Ubaldo Ribeiro (2008) e o português António Lobo Antunes (2007).
O Prémio Camões foi criado por Portugal e pelo Brasil em 1989 e é o maior prémio de prestígio da língua portuguesa. O objectivo é distinguir um escritor cuja obra contribua para a projecção e o reconhecimento da língua portuguesa. Na primeira edição do prémio (em 1989), o escritor distinguido foi o português Miguel Torga.
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