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MÚSICA DE FUNDO E AUDIÇÃO DE VÍDEOS E AUDIOS PUBLICADOS

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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

TRIBUTO A LISBOA-PARTE I-LISBOA NA PRÉ-HISTÓRIA















 

LISBOA, CIDADE PORTUGUESA COM MAIS DE 8OO ANOS MAS MILENAR NA OCUPAÇÃO HUMANA

CAPITAL DO PAÍS COM AS MAIS ANTIGAS FRONTEIRAS DA EUROPA



PARTE I


LISBOA NA PRÉ-HISTÓRIA

Brevíssima História da Cidade


LISBOA NA ANTUIGUIDADE – LISBOA DOS MITOS

Existem vestígios de ocupação humana na área que hoje é Lisboa de há muitos milhares de anos, atraídos pela proximidade do rio Tejo. Os primeiros habitantes humanos da região teriam sido há cerca de 30.000. Às margens do Tejo desenveram-se comunidades de ancetrais do Homo sapiens que os historiadores e antropólogos mais tarde designariam como Homo Taganos.

Segundo a lenda, Lisboa teria sido fundada por Ulisses, acreditando-se que Ulisses nas suas longas viagens teria conseguido sair do Mar Mediterrâneo e subido o Ocenao Atlântico até emcontrar um porto muito formoso e resguardado, onde decidiu permanecer por um tempo. O nome de Lisboa deriva de "Olissipo", palavra que, por sua vez, tem a sua origem nas palavras fenícias "Allis Ubbo', que significam "porto
encantador".


Recentemente foram feitas descobertas arqueológicas perto do Castelo de São Jorge, que reforçam a tese de que a cidade terá sido fundada pelos Fenícios cerca de 1.200 A.C.

O mais provável é Lisboa ter sido fundada pelos Fenícios e construída ao estilo mourisco, bem patente nas fortes influências árabes. Aliás, a cidade foi controlada pelos Mouros durante 450 anos. No século XII, os Cristãos liderados pelo primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques, reconquistaram Lisboa, embora só em meados do século XIII é que esta se tornou a capital do país.





Lisboa - Castelo de São Jorge visto de uma colina da cidade antiga.














 
Castelo de São Jorge visto do interior - Foto php
 

A história encontra-se em toda a cidade. Com mais de mil anos de história, Lisboa está repleta de monumentos de grande importância, que traduzem alguns dos momentos mais fundamentais da história nacional. Capital do que chegou a ser no Século XVI e princípio do Século XVII o maior Império do mundo, pioneiro do que hoje se poderia chamar a primeira grande globalização da história, Lisboa teve o seu expoente máximo de riqueza na época dos Descobrimentos, assegurando um património único de rara beleza. Mas foi no Castelo, conquistado aos Mouros (muçulmanos) no séc.XII, pelo primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques, que tudo começou.


Uma ameia do Castelo Castelo de São Jorge -Foto Andy

Muralha vista do interior
do Castelo de São Jorge- Foto php



Foi na época dos Descobrimentos, que Lisboa enriqueceu bastante ao tornar-se o mais importante centro da Europa para o comércio de tecidos, ouro, pedras preciosas, porcelanas e especiarias do oriente. Do Brasil vinha ouro e pau brasil, este muito utilizado como fornedor de um apreciado corante para tecidos.


O grande passo em frente da expansão portuguesa chegou em 1498, quando Vasco da Gama descobriu o Caminho Marítimo para a Índia. Retirando assim aos mercadores muçulmanos o monopólio do coméricio com o oriente que estes alcançavam a partir do Mediterrâneo.


O que todas potências marítimas europeias na época procuravam alcançar era uma 
via de navegação que conduzisse às Índias e que, não podendo ser pelo Mediterrâneo – via mais curta, mais rápida mas dominada pelo grande poder há muito instalado pelos muçulmanos, teria que encontrar um caminho marítimo descendo o Atlântico e contornando o Continante Africano – O desejado caminho marítimo para as Índias que Colombo julgava ter alcançado quando, erradamente, chegou à América.



Aparentemente , quase nada faria prever que o pequeno país mais ocidental da europa – Portugal - entalado entre uma Espanha hostil e sempre disposta a anexar o território lusitano - conseguisse ganhar às grandes e poderosas potências Europeias essa grande corrida, desígnio estratégico nacional que já vinha sendo seguido desde o reinado do inteligente e visionário Rei – Poeta D. Diniz, quando incentivou com grandes investimentos as artes de construção naval e mandou plantar florestas de pinheiro para abastecer os estaleiros.


As competências portuguesas, haviam sido desenvolvidas a partir da colonização àrabe, civilização então das mais avançadas, que tinham um grande avanço e domínio de ciências e técnicas relacionadas com as artes de construção naval e de orientação da navegação, em que os povos àrabes eram muito desenvolvidos.


Os àrabes que colonizaram o sul de Portugal por quase 600 anos e o sul de Espanha (Andaluzia) por quase 800 anos, possuíam também um grande conhecimento de cartas naúticas, orientação pelas estrelas e já uma técnica básica, ainda não muito precisa, de medição de altitude e longitude, com aparelhos antecessores do revolucionário astrolábio dos portugueses. Eram um povo culto de grande esplendor nas artes, letras e ciências, civilização de grandes artistas, arquitetos, construtores, poetas.


Herança que Portugal herdou do muçulmanos - pioneiros no conhecimento e domínio da matemática, da astronomia, da cartografia, da geografia - juntamente com a antiga sabedoria dos povos judeus que habitavam o território português, a sabedoria e a riqueza dos Templários - grandes viajantes e conhecedores do oriente próximo, e que tiveram o seu último refúgio em Portugal que os protegeu das fúrias de extinção física decretada por Filipe IV de França em conluio com o "seu servil mandatário", Papa Clemente V (1314) - constituiram as bases que viriam a fazer de Portugal, surpreendentemente, o mais avançado país nas artes e ciências de construção naval militar e navegação.


Portugal havia sabiamente contornado a bula papal de extinção da Ordem Templária em Portugal, criando uma nova ordem para a qual se transferiram os Templários, a Ordem de Cristo (1319), da qual o poderoso e genial Infante D. Henrique, O Navegador, foi um dos seus primeiros Grãos Mestres (1417), que a partir da chamada Escola de Sagres (que era de fato, em Lagos), empreendeu a “grande empresa” nacional de fazer de Portugal uma grande potência marítima e partir para as “descobertas” que visavam, principalmente, encontar o Caminho Marímo para a Índia das especiarias, e de outros bens do Oriente, que a ávida Europa , até aí, era “obrigada” a comprar dos comerciantes àrabes.


Foi a partir de então, da célebre "Escola de Sagres", que se desenvolveram os mais avançados conhecimentos da época que, vieram a dar lugar aos grandes “saltos tecnológicos” de Portugal quando ocasionaram uma grande revolução dessas ciências ao inventarem a Caravela, navio ligeiro, fácil de manobrar e muito mais rápido que os seus antecessores, assim como a invenção do astrolábio que permitia medir com mais precisão altitude e longitude, e com boas cartas de navegação desenhadas com a ajuda de geografos e mareantes genoveses, judeus “cristãos novos” e moçarabes, que o grande estratega Infante D. Henrique contratava para planear as viagens dos portugueses cada vez mais além, financiando grande parte dessas grandes empreitadas marítimas com os meios de fortuna da Ordem de Cristo, que haviam sido transferidos da riquíssima Ordem Templária, “falsamente” extinta para apaziguar a hostilidade papal.


Mas a grande revolução nas artes e ciências da navegação feita pelos portugueses e que constituiu a maior avanço na história da humanidade no que tocava à navegação marítima, foi a invenção da vela latina que, girava em torno do mastro captanndo os ventos de todas as direções e que, pela primeira vez na história humana, permitia navegar e conservar razoavelmente as rotas traçadas nas cartas, mesmo contra o vento.

Isto é, até aí, na história da humanidade, todos os homens em todas as latitudes em que empreendiam navegar nas águas só íam para onde os ventos e as marés os levavam, empurrados pelos ventos de popa nas velas quadradas e não tinham retorno garantido quando queriam, porque tinham de esperar que os regimes de vento se alterassem no sentido inverso para navegarem novamente com vento de popa, isto é, empurrados pelo vento que, muitas vezes os desviavam, irremediavelmente, do seu regresso a casa.


Esta característica ocasionava viagens perigosas e muito demoradas. Talvez essa tenha sido uma das razões porque, muito antes, as lendas das viagens de Ulisses (que se demorou no local que viria a ser Olissipo-Lisboa ao ponto de ter tempo para, segundo a lenda, fundar a cidade, falavam dos muitos anos em que sua amada Penélope tinha de tecer de dia os seus tapetes e, astuciosamente, desfaze-los à noite para empatar os insistentes pretendentes, havendo lhes prometido que escolheria um deles quando terminasse seus tapetes. Para não faltar às promessas feitas aos pretendentes que a disputavam por sua beleza e virtudes e a tomavam há muito por viuva, julgando Ulisses perdido e morto em mares longínquos, ela demorava a sua tecelagem e, secretamente, persistia em esperá-lo, porque esperava que os t"orna ventos" de feição o trouxessem de volta.





Mar desconhecido - Foto de óleo de Carlos Alberto Santos
 

O grande empreendimento das navegações portuguesas no seu conjunto constituiram um feito pioneiro e extraordinário sem pararelo na anterior história da humanidade, porque revelaram ao mundo a geografia do planeta, provocaram a maior revolução nas ciências que nunca antes havia sido possível alcançar e foram os obreiros da primeira grande globalização, nos sentidos económico, comercial, cultural, científico e técnico, o que impulsionou o Renascentismo não apenas no plano económico mas também nos planos das ideias-paradigmas, das ciências, das artes e da cultura em geral.

Esta enorme contribuição das navegações portuguesas para o brilho do Renascentismo europeu tem sido, infelizmente, alienada das glórias da história , principalmente pelos historiadores não portugueses, que parecem "ignorar" a importância para a história da Europa e do mundo desse período português e, aparentemente, se concentram quase obsecadamente em salientar, apenas, como paradigmático das grandes navegações dessa época, como decisivas para a história universal, o "achamento" da América que, por erro grosseiro, Colombo confundiu como sendo as índias, o que lhe valeu o cárcere e a morte desonrosa, porque naqueles tempos o que se buscava era a glória e a fortuna do achamento do caminho marítimo para as Índias. É certo que quando Portugal anunciou ter conseguido este feito, o fez posteriormente, iludindo o que já havia conseguido antes, para garantir a sua soberania pelo "Tratado de Tordesilhas I".

Também se sabe que já haviam os navegadores portugueses chegado antes ao Brasil, que interessou à Coroa portuguesa explorar e só anunciar o seu achamento em 1500 por Alvares Cabral, assim como já haviam outros navegadores portugueses chegado à América, conforme existem provas irrefutáveis, que na altura não interessou explorar por isso não ser, então, de interesse estratégico e ser desviante do objectivo principal.

A exagerada importância que passou a dar-se às viagens de Cristóvao Colombo - cujo projeto foi primeiro oferecido por ele ao Rei D. Manuel I de Portugal e que este recusou por já ter secretas informações do "Caminho Marítimo para as Índias" - não resulta da importância para a época do achamento da América, que não se procurava e não interessava então - por isso Colombo foi punido pelo Rei Católico de Espanha por ter insistido no erro de pensar e dizer que era as Índias o que tinha encontrado, e até chamar índios aos octótenes - mas por essa importância da América só se ter revelado posteriormente, a partir do séc. XVII.

Mas essa Grande Empresa Marítima Portuguesa, seguida pela Espanha com um atraso desta de cerca de 60 anos, não foi possível sem um grande esforço da pequena nação e sem sofrimento. Já no século XX, Fernando Pessoa, podia afirmar isso na sua genial obra épica “Mensagem”, no belo poema:


MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu



Apesar de ser uma pequena nação, situada no "fim da Europa", Portugal tinha a seu favor conhecimentos preciosos e bem guardados e algumas quase desconhecidas e secretas vantagens.
 







Foto de Carlos M.Santos



...Continua na próxima postagem - Parte II


"LISBOA DOS SEGREDOS E "SABERES" ANTIGOS"

Carlos Morais dos Santos
Escritor, poeta, fotógrafo

Cônsul do M.I. "Poetas Del Mundo"

Membro da Academia Portuguesa de Letras, Artes e Ciências

Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa

Membro do IHG/RN-Instituto Histórico Geográfico do RN-Brasil

Email: carlos.morais.santos@gmail.com


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