"Culturas e Afetos Lusofonos" traz hoje a contribuição de Helena Domingues, uma sensível e belíssima voz da poesia lírica portuguesa, na linha moderna de um romantismo que nos remete para Florbela Espanca, esse expoente máximo do romantismo português no feminino. Os poemas de Helena Domingues são plenos de vivências emocionais, que ora nostalgicos, ora bucólicos, transmitem a vitalidade de emoções que sempre projetam a sua lírica - muito ligada aos elementos da natureza - numa corrente lustral, como as águas de um grande Rio Tejo, que sempre correm para o mar, olhando as paisagens que vão ficando para trás, mas transmitindo a energia de quem não desiste de navegar no mar aberto que há-de alcançar.
A partir de agora, passamos a contar com a colaboração no nosso Blog de Helena Domingues que nos irá brindando com a beleza dos seus poemas e textos.
Saudamos pois a poetisa Helena Domingues, Membro do Mov. Intern. Poetas Del Mundo e, como poeta e professora, abrimos alas, estendendo nossas capas, para deixar passar a sua bela poesia.
Carlos Morais dos Santos
Poetisa Membro do M.I. Poetas Del Mundo
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CANTO
Enquanto
houver um rio, hei-de cantar
Lonjuras de outros tempos, esquecidas.
Enquanto houver gaivotas rumo ao mar,
Cantarei lembranças de outras vidas.
Enquanto houver um rio, hei-de sonhar
Venturas de outros tempos, proibidas.
Enquanto houver mordaças de matar,
Cantarei esperanças coloridas.
E enquanto o rio correr e eu cantar
Vontades, ilusões, destinos, fados,
Talvez um dia, o meu canto chegue ao mar
Se não, que espalhem as gaivotas pelo ar
Em pios, em voos, em desenhos ousados
Tudo quanto meu canto nunca ousou cantar...
Lonjuras de outros tempos, esquecidas.
Enquanto houver gaivotas rumo ao mar,
Cantarei lembranças de outras vidas.
Enquanto houver um rio, hei-de sonhar
Venturas de outros tempos, proibidas.
Enquanto houver mordaças de matar,
Cantarei esperanças coloridas.
E enquanto o rio correr e eu cantar
Vontades, ilusões, destinos, fados,
Talvez um dia, o meu canto chegue ao mar
Se não, que espalhem as gaivotas pelo ar
Em pios, em voos, em desenhos ousados
Tudo quanto meu canto nunca ousou cantar...
Rio Tejo e Ponte 25 de Abril - Foto de Carlos M. Santos
Gaivotas do Tejo - Fotos de Carlos M. Santos
Amigo Carlos
ResponderExcluirAgora é que me deixaste sem jeito...
Grata pela tua atenção.
Como sabes, sempre disse que não escrevo, "escrevinho" apenas o que me vai na alma
Bem hajam, Carlos e Helena!
ResponderExcluirPois se Helena afirma que so "escrevinha", que continue assim a nos deliciar com a sua Poesia que nos remete,liricamente, de volta às margens do querido Tejo, de cujas lembranças não me desapego.
Que Deus os abençoe e permita que continuemos a usufruir dos respectivos talentos e sensibilidades neste espaço ímpar de beleza estética e poética.
Fraternal abraço do admirador contumaz,
Rubens Barros de Azevedo
Presidente da Sociedade Brasileira de Dentistas Escritores e amante da querida nação portuguesa, em especial, da sua bela Capital.
Oi Lena,
ResponderExcluirGostei muito do teu poema, fala muito, acho eu, de ti, da vida. Um beijo. Selma