LISBOA,CIDADE PORTUGUESA COM MAIS DE 8OO ANOS,
MAS MILENAR NA OCUPAÇÃO HUMANA
MAS MILENAR NA OCUPAÇÃO HUMANA
CAPITAL DO PAÍS COM AS MAIS ANTIGAS FRONTEIRAS DA EUROPA
Breve História da Cidade
PARTE II
(...Continuação)
LISBOA DOS MISTÉRIOS E "SABERES" ANTIGOS
Portugal, esse pequeno país, essa Finisterra, esse fim da Europa, de onde as grandes nações europeias não esperavam tamanhas capacidades de liderar as grandes navegações, mostrou que era, afinal, um digno herdeiro do património civilizacional da cultura e tradições do Mediterrâneo, berço das mais avançadas civilizações ocidentais da antiguidade até ao Renascimento.
Portugal pequenino, à beira do atlântico, mas culturalmmente mediterrânico, finisterra da europa - eufemismos que a história desmentia – estava a mostrar porque, durante milénios, as grandes civilizações europeias partiram precisamente desse fim da europa, desse mediterrâneo que o modernismo passou a subestimar a partir do séc. XVIII, com a ascenção da supremacia inglesa e dos países baixos, como potências navais.
Portugal, que havia beneficiado da herança de todas essas grandiosas civilizações por ter sido ocupado e colonizado por fenícios, gregos, cartagineses, romanos, árabes, judeus e até, antes disso e vindos mais do norte, por povos mais rústicos como godos, visigodos, celtas. Portugal, entalado entre a grande espanha hostil e o grande oceano atlântico, só podia sonhar com o além-mar e vir a ser navegador !
O grande património dos Lusitanos, apesar de se terem conservado autóctenes guerreiros invencíveis durante algumas das grandes invasões das nações poderosas do mediterrâneo, que bravamente rechaçavam, mesmo no caso das invasões romanas - só depois da traição ao indomável lusitano Viriato e das cedências do pró-romano Sertório, é que Roma consolidou uma ocupação que nunca foi total– passaram a ser um povo que mais não se confinou às suas inóspitas montanhas do maçisso central.
A partir daí, e cada vez mais, o território que veio a ser Portugal passou a ser um “melting pot” de grandes misturas de culturas com outros povos que invadiam o território em busca das suas riquezas naturais. Isso contribuiu para uma das mais ricas e diversicadas fusões etno-culturais de toda a Europa, condição que, se não fora o espartilho do fechamento dogmático judaico-cristão-católico, bem mais cedo teria feito valer as suas virtualidades, evidenciando um povo possuidor de sabedoria cultural sincrética das mais antigas e ricas de diversidade civilizacional.
Só nos tardios séc. XV e XVI esse povo oriundo da “Lus-Citânia” – Terra da Luz, se levantou luminosamente para dar ao Renascimento o maior impulso cultural-técnico-científico e económico, que revolucionou o próprio Renascimento e toda a Europa, que não mais permaneceu a mesma, nem ao norte ignorante e bárbaro, porque muitos mitos e paradigmas de seculares ignorâncias caíram com as descobertas produzidas pelas viagens dos portugueses primeiro, e só com as dos espanhois a seguir, 60 anos mais atrasados.
Lisboa-Monumento aos Descobrimentos e aos Navegadores
Foto de Carlos M.Santos
As próprias Artes, Ciências e Letras sofreram radicais avanços
causados pelos impulsos de novos e revolucionários conhecimentos
que os portugueses traziam desses até então desconhecidos
"admiráveis mundos novos”, desses “Novos Mundos que Portugal
deu ao Mundo”.
Portugal, esse pequeno país, “plantado”, como dizia Camões, “... onde a terra acaba e o mar começa”, a “Finisterra” da Europa, apesar de ter, então, nos séc. XV e XVI, uma pequena população que, apenas, não deveria ultrapassar 1,5 milhões de habitantes, tinha a seu favor conhecimentos e competências pouco conhecidas dos reinos europeus e possuía uma estratégia e um desígnio nacional, sonhado desde o luminoso Rei D. Diniz (1261-1325), talvez um dos mais cultos e inteligentes reis europeus do seu tempo e, seguramente, um dos mais notáveis reis de Portugal.
A D. Diniz, esse Rei poeta-trovador, autor de brilhante obra poética e musical da idade média, mas também um lúcido e ativo administrador, se deve também um inteligente impulso do comércio, da agricultura, da construção naval, da instrução pública de estudos superiores universitários, primeiro com a instalação em Lisboa do Estudo Geral (1290) e depois com a criação da Universidade de Coimbra, (1308), uma das mais antigas do mundo, sucessora dos Estudos Gerais de Lisboa.
D. Diniz, esse inteligente e hábil monarca diplomata que iludiu as ordens contida na Bula Papal de Clemente V que, às ordens de Filipe IV de França, na senha de extermínio dos Templários (1314), ordenava ao Rei de Portugal que extinguisse a Ordem do Templo e devolvesse ao Papado os seus bens, o que D. Diniz não fez e, em vez disso, criou a Ordem de Cristo (1319) para onde transferiu os Templários e todos os seus bens, conservando os símbolos e as regras.
Significativamente, o Infante D. Henrique, que montou a Escola de Sagres com os bens e os saberes dos Templários, foi um dos primeiros Grãos Mestres (1417) da Ordem de Cristo.
A D. Diniz, esse Rei poeta-trovador, autor de brilhante obra poética e musical da idade média, mas também um lúcido e ativo administrador, se deve também um inteligente impulso do comércio, da agricultura, da construção naval, da instrução pública de estudos superiores universitários, primeiro com a instalação em Lisboa do Estudo Geral (1290) e depois com a criação da Universidade de Coimbra, (1308), uma das mais antigas do mundo, sucessora dos Estudos Gerais de Lisboa.
D. Diniz, esse inteligente e hábil monarca diplomata que iludiu as ordens contida na Bula Papal de Clemente V que, às ordens de Filipe IV de França, na senha de extermínio dos Templários (1314), ordenava ao Rei de Portugal que extinguisse a Ordem do Templo e devolvesse ao Papado os seus bens, o que D. Diniz não fez e, em vez disso, criou a Ordem de Cristo (1319) para onde transferiu os Templários e todos os seus bens, conservando os símbolos e as regras.
Significativamente, o Infante D. Henrique, que montou a Escola de Sagres com os bens e os saberes dos Templários, foi um dos primeiros Grãos Mestres (1417) da Ordem de Cristo.
Não podendo Portugal expandir-se senão para terras de além mar, essa necessidade aguçava o engenho para perseguir a grande ambição europeia da época – a descoberta do caminha marítimo para as Índias. Sabia-se que a nação europeia que o conseguisse em primeiro lugar se transformaria no maior e mais rico império europeu.
Torre de Belem - séc.VI - Foto de Carlos M. Santos
E foi nisso que o pequeno Portugal se transformou, no maior império do mundo,
cujos navios, avançadíssimos e armados de uma artilharia assustadora, chegavam
às praias, portos, baías e terras do oriente extremo – até aos Shogunatos nipónicos
que, ainda em tardio feudalismo, jamais haviam visto ou sequer imaginado
tamanho avanço em seres humanos que, embora estranhos, pareciam,
ao mesmo tempo, vagamente semelhantes e diferentes, mas vinham para
fazer comércio.
fazer comércio.
“Portugal Senhor dos Sete Mares” que, começando por dominar parte considerável do continente africano, da américa do sul (Brasil) da Àsia, desde Calecute, Ceilão,
Sião, domínio dos mares da Austrália, da China, do Japão e do comércio com toda
a Àsia.
Sião, domínio dos mares da Austrália, da China, do Japão e do comércio com toda
a Àsia.
Painel de chão em mármore, junto ao Monumento às Descobertas e
e aos Navegadores, com os mapas e percursos das caravelas portuguesas
em torno do mundo
Foto de Carlos M. Santos
em torno do mundo
Foto de Carlos M. Santos
Domínio, esse que, inteligentemente, ora era concretizado militarmente pelas poderosas armadas portugueses e o seu assustador poder de fogo, tomando posse das terras, onde se estabeleciam Vice-Reinados, Capitanias, ou apenas Feitorias, ora era conseguido pela via negocial, diplomática, com o estabelecimento de Entrepostos de Comércio, muitos deles estabelecidos dentro dos quase invioláveis Fortes, obras da moderna, avançada e famosa engenharia militar portuguesa que, dotados de pequenas guarniçoes militares, asseguravam as garantias de comércio e de alguns monopólios sobre vários produtos de que toda a europa carecia, o que fazia de Lisboa a cidade mais multilingue e cosmopolita da Europa e o maior empório comercial europeu, onde uma grande parte de todo o comércio de então ali se transacionava.
Placa evocativa do Infante D. Henrique - O grande ideólogo e dirigente da Escola
de Sagres, onde se planearam e organizaram as grandes navegações planetárias, e
celebração de todos os mareantes que desbravaram os caminhos do mar. Esta placa
está colocada na base do Monumento aos Navegadores e às Descobertas, em Belem,
junto ao rio Tejo, frente ao Mosteiro dos Gerónimos do outro lado.
junto ao rio Tejo, frente ao Mosteiro dos Gerónimos do outro lado.
...Continua na III e IV partes em próxima postagem, com:
- Lisboa Capital da Luz - da Lu(s)citânia
- Belem o berço das navegações
Carlos Morais dos Santos
Cônsul (Lisboa) do M.I.Poetas Del Mundo
Escritor, poeta, fotógrafo
Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa
Membro do Instituto Histórico-Geográfico de Natal-RN-Brasil
Membro da Academia Portuguesa de Letras, Artes e Ciências
Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa
Membro do Instituto Histórico-Geográfico de Natal-RN-Brasil
Membro da Academia Portuguesa de Letras, Artes e Ciências
Email: carlos.morais.santos@gmail.com
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