Percorro o teu corpo ébrio
E dispo-te de madrugada
É para matar o meu tédio
Que te possuo, quase nada
Ouço-te o respirar ofegante
E o teu ciciar já rouco
E como um cansado amante
Dou-te pouco, muito pouco
Em teus braços, teus enleios,
Eu me deixo envolver,
Para sufocar meus anseios
Em boemias de amanhecer
Meus amigos, teus amantes,
Companheiros de cumplicidade,
Procuram-te, também errantes,
Numa estranha solidariedade
É sempre à noite, já cansada,
Quando já estás adormecida,
Que te amo mais, minha amada,
Grande amor da minha vida
Em recantos do teu corpo
Descobri o meu prazer,
E já exausto, quase morto,
Tu me fazes renascer
Óh Lisboa das minhas noites,
Óh companheiros de viagem,
Com dores e amores contidos
Te bebemos com libertinagem
Tens sortilégios de encantos antigos
Mulher amante,te presto vassalagem
Quero tuas colinas,seios belos,amigos
Para repousar do cansaço das viagens
E acordar no colo do Tejo,sem perigos
Com este canto de amor,esta homenagem !
Cônsul da Assoc.Intern.Poetas Del Mundo
Sempre inspiradíssimo Seareiro: Bem haja!
ResponderExcluirQue primor! Que percepção maravilhosa! Enfim, quanta Poesia (isto mesmo, com P maiúsculo) da melhor qualidade! Ah, e quanta verdade!
Trata-se de um "retrato fiel" do que se passa nas sempre belas e aliciantes noites da capital portuguesa!
Parabéns pelo lirismo intrínseco contido em mais esta sua bela obra, como sempre, de extremo bom gosto!