O GÁUDIO DE GAUDÍ
Os olhos se enchem
De mares ondulados
Em onírica festa
Dos fabulosos ornamentos !
Não há conflito ou aresta
Nos braços entrelaçados,
Nos desencontros de movimentos,
Nas curvas em contra – tempos,
Que são poemas não rimados !
Os sentidos despertam
De júbilo provocado
Com a livre criação:
É gótico ressuscitado ?
É barroco suavizado ?
É a modernidade em libertação !
As emoções transbordam
Com a criação genial !
Mística de sonhos ardentes,
Das mil formas confluentes,
Na inacabável Catedral !
Oh sublime Gaudí tão diverso
Grande Arquitecto do Universo
É Divina tua Obra Original !
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Nota:
Antoni Placid Gaudí i Cornet (Reus ou Riudoms, 25 de Junho de 1852 - Barcelona, 10 de Junho de 1926) foi um arquitecto Catalão,
um dos símbolos da cidade de Barcelona, onde se educou e passou grande
parte da vida. Aparece como um arquitecto de novas concepções plásticas
ligado ao Modernismos Catalão (a variante local da Art Nouveau).
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QUEM ME DERA
Quem me dera viver ligeiramente
Sem me dar conta das misérias deste mundo
Viver assim brejeiro e docemente
Um dia atrás do outro e sem vislumbro
Quem me dera viver um século de vida
Sempre capaz de amar e ser amado
Sem ter lembranças de qualquer antiga
ferida
Conservar meu corpo e espírito renovado
Quem me dera conservar no meu olhar
O céu azul em noites estreladas
O sol nascente, o poente e o mar
Os rostos das crianças encantadas
Quem me dera ser como o girassol–flor
Sempre virado para a luz natural
Rejeitar toda a vivência incolor
Nunca tomar o todo pelo parcial
Quem me dera ao morrer ser lembrado
Pelos afectos que eu sempre quis
expressar
Pelas ideias, pelos combates, e pelo
pecado
De não ter sido mais generoso no amar
Quem me dera ser pó, finalmente
Lançado ao mar com algumas brancas flores
Ficar “vivo” e apenas bem presente
Por um sorriso de bem - querer, sem
deixar dores
Carlos Morais
dos Santos
In
Sossego Intranquilo, Ed.Hugin, 2003
Cônsul “Poetas Del Mundo” - Lisboa
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