A cultura
brasileira está em destaque na Europa desde ontem, quarta-feira,
quando começou o festival Europalia Brasil, a 23ª edição da maior bienal
multidisciplinar do continente, com cerca de 500 atividades culturais
na Bélgica e países vizinhos.
Até 15 de janeiro de 2012, um
total de 127 concertos, 57 espetáculos de dança, 40 de teatro, 20
exposições de artes visuais e 80 conferências literárias, todos
protagonizados por brasileiros, serão oferecidos principalmente em
Bruxelas, mas também em algumas cidades da França, Alemanha, Holanda e
Luxemburgo.
Os primeiros eventos da série de
atrações - e destaques do festival - são as exposições Brasil.Brasil,
com obras produzidas entre 1808 e 1950, e "Art in Brazil", que mostra
peças contemporâneas, ambas no Palácio de Belas Artes de Bruxelas.
Entre os artistas destacado estão Aleijadinho, Hélio Oiticica, Alfredo Volpi e Tarsila do Amaral.
Em paralelo, uma exposição sobre
a arquitetura de Oscar Niemeyer e Lucio Costa e sobre Roberto
Burle-Marx completa o panorama sobre a identidade do país.
As raízes do Brasil são tema de
duas mostras: "Índios no Brasil" reúne 300 objetos de tribos indígenas
da Amazônia, como cocares, cerâmicas, máscaras e instrumentos musicais;
enquanto "Terra Brasilis" mostra, através de pinturas, desenhos e
gravuras, a influência recíproca entre Europa e Brasil.
Diversidade
Para traçar um quadro completo
da música tradicional brasileira, Europalia incluiu no programa
concertos de choro e forró, além dos ritmos mais conhecidos
internacionalmente, como a MPB, a bossa nova e o samba.
A lista de artistas inclui Tom Zé, Hermeto Pascoal, Renato Borghetti, o grupo Uakti e a Velha Guarda da Portela.
A seleção de dança segue a mesma
linha: espetáculos de maracatu, frevo, xaxado, samba de roda e
capoeira serão apresentados em plena rua no centro de Bruxelas, ao lado
de barracas vendendo comidas e bebidas típicas de várias regiões do
Brasil.
Em paralelo, companhias de balé
clássico e dança moderna e contemporânea, entre elas o Grupo Corpo e
Quasar Cia. de Dança, se apresentarão em diversas salas europeias.
"Com a diversidade cultural como
tema principal, Europalia Brasil deseja mostrar que não existe apenas
um Brasil, mas tantos mais Brasil cuja cultura é incrivelmente rica e
diversificada", explicou Pierre Alain De Smedt, comissário do festival.
O programa ainda inclui mostras retrospectivas do cinema brasileiro, com clássicos como Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues, e Terra em Transe, de Glauber Rocha, e ciclos dedicados a Suzana Amaral e Walter Salles.
A inauguração do festival
coincide com o último dia da 5ª Cúpula UE-Brasil e contará com a
presença da presidente Dilma Rousseff, da ministra da Cultura, Ana de
Hollanda, e o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota.
A organização estima que 2 milhões de pessoas participarão nas atividades.
Criado
em 1969, Europalia já homenageou 18 países, entre eles México, em
1993, Rússia, em 2005, China, em 2009, e se prepara para a Índia,
convidado de 2013.
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