Os portugueses - escreve Lectícia Cavalcanti
no site Terra - já encontraram por aqui, ao chegar, uma espécie nativa
de arroz - pelos índios chamada "milho d'água" (auati-i, abati-miri,
abati-uaupé). Mas nossos índios não lhe davam importância. Sequer fazia
parte de suas dietas. Assim escreveu Hery Walter Bates
("O Naturalista no Rio Amazonas"): "Há uma espécie de arroz que cresce
espontaneamente, que os índios nunca domesticaram, embora tivessem
adotado a planta introduzida no país pelos europeus".
O arroz entrou em nossa
culinária, portanto, a partir das mesas portuguesas. Com as primeiras
plantações surgindo na Bahia, pouco antes de 1600; e, logo em seguida,
no Maranhão e no Pará. Só bem depois chegou a Pernambuco, por volta de
1750.
O primeiro responsável pela democratização do arroz, entre nós, foi Dom João III,
"O Piedoso", quando mandou incluir, na dieta dos jesuítas que vieram
catequizar nossos índios, "um tanto de mandioca e arroz e um cruzado
cada mês" - assim escreveu Gabriel Soares do Souza ("Capítulos").
Depois, também Dom João VI, ao determinar que fizesse
parte da alimentação dos soldados da corte. Em Canudos (1896-1897),
esses soldados comiam arroz na "bóia" - assim chamado porque alguns dos
grãos boiavam na água em que eram cozidos. Enquanto os seguidores de Antonio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Antonio Conselheiro,
preferiam farinha de mandioca. Seja como for e afinal, o arroz acabou
se afirmando como prato indispensável na alimentação do brasileiro.
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