"O Guardião de Livros", editada pela Livros d´Hoje, é a mais recente obra de Cristina Norton.
Através das suas palavras conhecemos que rumo levaram os livros da Real
Biblioteca do Palácio de Ajuda em Lisboa, aquando da saída da Corte portuguesa
para o Brasil, em 1808. Mas também conhecemos em pormenor a vida de Luís Joaquim dos Santos Marrocos,
um bibliotecário hipocondríaco, e de muitos outros personagens.
História e ficção congregam-se na perfeição neste livro, transformando
a leitura num momento de «alienação» dos problemas do dia-a-dia. «A
leitura faz bem à saúde», defende a autora.
Cristina
Norton conheceu Luís Marrocos por acaso e a sua história, desde então,
nunca a abandonou. A pesquisa foi intensa, mas acabou por ser
frutífera, já que o livro editado pela Livros d´Hoje tem o dom de
revelar histórias apaixonantes, que cativam facilmente o leitor. Um dos
méritos da obra é a junção do que é real e do que é ficcional,
oferecendo um cenário muito próximo do vivido na época, concretamente
num país desconhecido na altura para os europeus, o Brasil. Mas é
notório salientar que um sentimento percorre todas as páginas: a
admiração pelos livros.
Cristina Kace Norton nasceu a 28 de Fevereiro de 1948, em Buenos Aires, Argentina. Reside há mais de 30 anos em Portugal e optou pela nacionalidade portuguesa. Fez vários cursos de línguas e literatura. Está publicada no Brasil e no Chile. A sua obra engloba a poesia, o romance e o conto, da qual destacamos os livros O Afinador de Pianos, O Lázaro do Porto, Os Mecanismos da Escrita Criativa, O Segredo da Bastarda, O Barco de Chocolate – contos infantis, Prémio Adolfo Simões Müller, 2002; em 2.ª edição, com ilustrações de Danuta Wojciechowska – A Casa do Sal e agora O Guardião de Livros. Trabalha, desde 1998, em oficinas de escrita criativa dando, com o seu método, cursos de formação a professores, organizados pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, pela Fundação Calouste Gulbenkian e por outras instituições.
Sendo breve, se o engenho e a arte me ajudarem.
ResponderExcluirComprei este livro porque o tema tratado me interessava. Não sabia que iria deparar com tal quantidade de erros gramaticais e um tão visivel desconheciemnto da língua portuguesa que me fizeram perder o fio à meada, abandonando a leitura do mesmo.
Vim "navegar" e fiquei estupefacta: 1- Francisco José Viegas escreveu sobre este livro nas "Suas Escolhas" do Correio da Manhã;2- J. Eduardo Agualusa foi quem apresentou o livro no seu lançamento; 3- Rita Ferro também estev no lançamento do livro.
-Que diabo de país é este? - pergunto-me. Pessoas que têm por obrigação defender a Língua Portuguesa (e defendem, pois conheço algumas obras dos dois últimos e as crónicas do primeiro)e de a difundir gostaram do livro?
Ou são só amigos da escritora?
Não é de todo admissivel que um livro chegue a público neste estado- e passo a apresnetar só alguns exemplos, porque o tempo não é elástico:
1- " ...o que estava por acontecer." pg.27 Preposição incorrecta. Deveria ser "para" e não "por"
2- "O resto dos homens que trabalhavam na biblioteca foi chegando..." pg. 27
Estamos em presença de um erro gravissimo e de dois problemas: a falta de conhecimento da oração relativa e do reconhecimento de um grupo nominal função de sujeito -o resto dos homens- que sendo plural deve ter o verbo a concordar. Assim, "...foram chegando..."
3- Onde se escreve "reboliço"- pg.29- deveria estar "rebuliço". É que são coisas diferentes!
4-"Vai beber um copo de água e vê... para ir fazeres..." pg. 43. Terrível! O que se conjuga é o verbo auxiliar, não o verbo principal, logo "para ires fazer"
5- Este exemplo mais por graça: "... e a decadência dos corpos com vestidos e corpetes que lhes segurvam os peitos tristes e não os tiravam nem para copular" pg.52
Dei a ler ao meufilho de 15 anos a frase na íntegra e ele disse-me: "Não percebo!" Eu ajudei: " O que é que elas não tiravam nem para copular?" Resposta rápida, concisa e correcta: " Os peitos tristes!" Por isso é que não percebia.É caso para dizer, como o outro, o Português é uma língua muito traiçoeira!
Saltei a incorrecta colocação dos pronomes pessoais em algumas frases; saltei a lembrança inaudita de separar por vírgula um sujeito do verbo; saltei a má pontuação, sobretudo a falta de vírgulas onde elas são obrigatoriamente necessa´rias para que não seja retirado à frase o seu significado; saltei
a escolha duvidosa de alguns vocábulos. Evito discutir a criatividade das páginas lidas e a qualidade literária que, obviamente, não tem.
Estou zangada e sinto-me enganada. Preocupada também por ver a língua portuguesa tão maltratada.
Aconselho à autora e revisor(es) o estudo da "Nova Gramática do Português Contemporâneo" de Celso Cunha e Lindley Cintra. Em relação aos pronomes podem ainda, aprendendo divertindo-se ( como agora está tão moda),ler "Papos" na obra de Luís F. Veríssimo, "Comédias para se ler na escola". leitura
À minha saúde, a leitura deste livro não fez bem nenhum.
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