Convento de São Francisco – Olinda – foto de Cecilia Lucchese
Foi somente no século XIX que o uso do azulejo como revestimento de fachadas começou a difundir-se em Portugal, mas um pouco antes eles eram já usados no interior das casas e igrejas.
O
uso de azulejos nas fachadas das residências tornou-se comum em
cidades no Norte do Brasil, como São Luiz (Maranhão) e Belém (Pará),
como forma de enriquecer as fachadas dos ricos comerciantes, ao mesmo
tempo que protegia as paredes das fortes chuvas e da humidade, além de
isolar o interior do calor do sol.
Dizem alguns historiadores que
portugueses que regressavam a Portugal depois de morarem no Brasil,
levaram este costume, favorecendo os fabricantes portugueses, que
começaram a produzir um número maior de azulejos, para exportação e
consumo interno.
Lisboa, Porto e Coimbra foram as
cidades portuguesas responsáveis pela maior parte da produção de
cerâmica no século XVIII. Sacavém, Viúva Lamego, Lusitânia, Fábrica da
Roseira, Massarelos, Devesas, Miragaia, Carvalhinho e Caldas foram
algumas das fábricas que prosperam com a produção de azulejos de
revestimento de fachadas.
Detalhe do azulejo de padrão -Santarém – foto de Cecilia Lucchese
No Brasil , o uso do azulejo português é uma constante em cidades coloniais do litoral, em igrejas, mosteiros e fachadas de construções residenciais e comerciais.
Na Bahia, a Igreja de São Francisco em Salvador, é um dos locais onde se pode apreciar o azulejo português, na técnica majólica.
Azulejos com essa
técnica, em igrejas e conventos, também podem ser encontrados na cidade
do Rio de Janeiro, na Paraíba, no Recife e em Olinda, Pernambuco.
Existem muitos painéis, em grande formato, no Estado de Pernambuco em
inúmeras Igrejas no Recife e Olinda, e na cidade de Igarassu. Na cidade
do Rio de Janeiro, o maior exemplo deste tipo de trabalho, encontra-se
na Igreja Nossa Senhora da Glória do Outeiro
Casas comerciais no centro histórico de São Luiz, com azulejos nas fachadas
foto de Antônio Carlos Costa
foto de Antônio Carlos Costa
Mas o uso de azulejos nas
fachadas das residenciais e casas comerciais, ainda que possam ser
encontrados em outros lugares, são característicos do Pará e do
Maranhão, e numa época em que os actuais estados eram uma única
província, o Grão-Pará e Maranhão, não é de estranhar que encontremos
azulejos idênticos em locais tão distantes.
Em
Belém e Santarém, o uso do azulejo tornou-se possível pelo dinheiro da
borracha, no século XIX, e a maioria dos azulejos são portugueses, de
produção industrial tipo tapete ou de padrão, e revestem as edificações
de inspiração neoclássica.
No Maranhão foi o dinheiro da
cultura do algodão que permitiu a importação do azulejo e seu uso em
larga escala, que teve início por volta de 1840. Várias são as técnicas
utilizadas, como a estampilha, a decalcomania, padrões em relevo e
majólica.Em São Luís existem vários imóveis do período colonial e
imperial, com azulejos de fachada oriundos principalmente de Portugal.
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