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Boas Vindas a esta comunidade de Culturas e Afetos Lusofonos que já abraça 76 países

MÚSICA DE FUNDO E AUDIÇÃO DE VÍDEOS E AUDIOS PUBLICADOS

NÓS TEMOS TODO O EMPENHO EM MANTER SEMPRE MÚSICA DE FUNDO MUITO SELECIONADA, SUAVE, AGRADÁVEL, MELODIOSA, QUE OUVIDA DIRETAMENTE DO SEU COMPUTADOR QUANDO ABRE UMA POSTAGEM OU OUVIDA ATRAVÉS DE ALTI-FALANTES OU AUSCULTADORES, LHE PROPORCIONA UMA EXPERIÊNCIA MUITO AGRADÁVEL E RELAXANTE QUANDO FAZ A LEITURA DAS NOSSAS PUBLICAÇÕES.

TODAVIA, SEMPRE QUE NAS NOSSAS POSTAGENS ESTIVEREM INCLUÍDOS AUDIOS E VÍDEOS FALADOS E/OU MUSICADOS, RECOMENDAMOS QUE DESLIGUE A MÚSICA AMBIENTE CLICANDO EM CIMA DO BOTÃO DE PARAGEM DA JANELA "MÚSICA - ESPÍRITO DA ARTE", QUE SE ENCONTRA DO LADO DIREITO, LOGO POR BAIXO DA PRIMEIRA CAIXA COM O MAPA DOS PAISES DOS NOSSOS LEITORES AO REDOR DO MUNDO.

terça-feira, 30 de março de 2010

JORGE FERNANDES DA SILVEIRA - Homenagem justa ao Emérito Professor Titular de Literatura Portuguesa da Univ.Fed.Rio de Janeiro









TRIBUTO DE HOMENAGEM

Temos hoje a grande satisfação e honra em nos associarmos, por este singelo Tributo, à homenagem que, muito justamente, vai ser prestada ao nosso amigo o ilustre Professor Jorge Fernandes da Silveira, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, nos próximos dias 6 e 7 de Abril, assinalando os 40 anos de dedicado e amoroso labor que este notável Professor-escritor-poeta especialista em literatura portuguesa, muito conhecido e admirado mos meios literários e académicos de Portugal, vem consagrando aos autores e obras dos escritores portugueses mais significativos, divulgando e valorizando as letras portuguesas. Portugal tem todas as razões para nutrir por este grande amigo  a maior estima e gratidão pelo muito que tem feito em prol da valorização da literatura portuguesa.

Jorge Fernandes da Silveira é Professor Titular da Faculdade de Letras da UFRJ, onde se doutorou, em Literatura Portuguesa, em 1982, e formou alguns dos melhores estudiosos brasileiros da literatura portuguesa. Foi Professor Visitante nas Universidades de Brown (onde se pós-doutorou), Santa Barbara - California, Minnesota e Salamanca. Tem obra vasta, dispersa por revistas de referência – Colóquio/Letras, Relâmpago, Metamorfoses, Cadernos de Literatura Comparada, Veredas, Scripta, Semear – e editoras de Portugal e Brasil.

Destacamos, além de obras que organizou e outras de cariz antológico (sobre Cesário Verde ou Luiza Neto Jorge,  os livros:

Portugal Maio de Poesia 61 (Lisboa, 1986); Verso com Verso [Estudos de Poesia Portuguesa] (Coimbra, 2003); O Beijo Partido – Uma Leitura de O Beijo Dado Mais Tarde: Introdução à Obra de Llansol (Rio de Janeiro, 2004); Lápide & Versão: O Texto Epigráfico de Fiama Hasse  Pais Brandão (Rio de Janeiro, 2006); O Tejo é um Rio Controverso – António José Saraiva contra Luís Vaz de Camões (Rio de Janeiro, 2008).

Das obras acima mencionadas salientamos o livro Verso com Verso, editado pela Angelus Novus em 2003, onde o autor reuniu parte substancial dos seus ensaios sobre poesia portuguesa, com especial demora no período contemporâneo e, neste, nos autores de Poesia 61

Agora, para assinalar os seus 40 anos de dedicação à causa da literatura portuguesa, vai realizar-se  na sua universidade, nos próximos dias 6 e 7 de Abril, na Faculdade de Letras da UFRJ, um colóquio de homenagem ao Professor, com o título:

“A caminho do mar, mão na outra mão”
Colóquio em homenagem ao Professor Jorge Fernandes da Silveira, em seu 40º aniversário de UFRJ

2010UFRJorge40anos























 Programação

Todas as atividades ocorrerão no auditório G-1, da Faculdade de Letras/ UFRJ
Rio de Janeiro

dia 06/04, terça-feira

Abertura
08:30 h

Mesa 1, “Se tão sublime preço cabe em verso”
09:00 h./ 10:45 h.

Coordenação: Vera Lins (UFRJ)

Ida Alves (UFF) – Da distância das coisas ou da cor do mar: Ruy Belo e João Miguel Fernandes Jorge

Marcia Arruda Franco (USP) – Poesia visual e labiríntica: contribuições lusófonas em diacronia

Maria de Lourdes Soares (UFRJ) – Llansol, o alto voo do falcão

Mesa 2, “Repetem-se palavras como a erva”
11:00 h./ 12:45 h.

Coordenação: Clecio Quesado (UFRJ)

Alílderson de Jesus (UFRJ) – Jorge Fernandes da Silveira: um olhar à poesia tão contemporâneo quanto Camões e Luiza Neto Jorge

Luiz Roberto Jannarelli (UFRJ) – Imagens e sonhos em Luiza e Murilo

Luiza Nóbrega (UFRN) – Nas curvas da Graça, um dandy inédito ainda é vivo

Mesa 3, “As mãos são coisas firmes”
14:00 h./ 15:45 h.

Coordenação: Silvio Renato Jorge (UFF)

Evelyn Blaut Fernandes (UFRJ) – Luiza Neto (para) Jorge, um ramo contínuo saído da sua raiz

Luis Maffei (UFF) – Mesmo um Telefunken pode mostrar Deus, Herberto Helder

Sebastião Edson Macedo (UFRJ) – A meditação e a partilha do sensível em Jorge de Sena

Dia 07/04, quarta-feira

Mesa 4, “Uma vertigem, com certeza”
09:00 h./ 10: 45 h.

Coordenação: Cinda Gonda (UFRJ)

Caio Laranjeira Cunha (UFRJ) – Um cântico para se guardar na pupila

Emerson Inácio (USP) – Os trabalhos de olhar

Tatiana Pequeno (UFRJ) – Para que a poesia não morra: Jorge Fernandes da Silveira, Maria Gabriela Llansol e o legado poético do fulgor

Mesa 5, “A casa é como um rio”
11:00 h./ 12:45 h.

Coordenação: Lucia Helena (UFF)

Edgard Pereira dos Reis (UFMG) – Fernando Luís: “as trocas do fulgor trazem a ruína”

Marcelo Nunes da Rocha (UFRJ) – Luiza Neto Jorge: a travessia para o outro possível

Raquel Menezes (UFRJ) – Quem tem medo de Adília Lopes?

Mesa 6, encerramento, “Porque, quem não sabe arte , não na estima”
14:00 h./ 15:45 h.

Coordenação: Laura Padilha (UFF)

Cleonice Berardinelli (UFRJ/ PUC/ ABL) – Diálogo de Cleonice Berardinelli com Jorge Fernandes da Silveira, tendo por fulcro António José Saraiva

Margarida Alves Ferreira (UFRJ) – O Memorial de Jorge Fernandes da Silveira: um professor apresenta-se

Jorge Fernandes da Silveira (UFRJ) – “As mulheres da minha vida”

*******************

Desejamos ao caro amigo e ilustre cidadão brasileiro, homem de letras e cultura lusófona, que tanto tem feito pela literatura portuguesa, as maiores felicidades e realizações pessoais e aqui lhe prestamos também a nossa singela  e afetuosa homenagem nesta tribuna de Culturas e Afetos Lusófonos e nos associamos, assim, ao evento em sua homenagem que muito justamente consagra a sua obra e a sua brilhante carreira.




Carlos Morais dos Santos



                                                                                                           

domingo, 28 de março de 2010

Encontro de poetas senta à mesa vozes da lusofonia em Almada - Portugal

O encontro de poetas   - POEMA - decorreu no Convento dos Capuchos, em Almada, sentando à mesma mesa vários poetas da lusofonia para pensar e discutir as poéticas contemporâneas.

Ana Paula Tavares (Angola), José Luís Hopffer Almada (Cabo Verde), Sylvia de Montarroyos (Brasil), Inocência Mata (São Tomé e Príncipe), Maria Inácia Reis (Portugal) e Armindo Reis (Portugal) contaram histórias, leram poemas e sublinharam que o tempo não é uma distância que separe os poetas.

Maria Adelaide Silva, do Centro de Formação de Escolas do Concelho de Almada, organizador do evento, explicou que este encontro surgiu a propósito do projeto "Língua, Cultura e Cidadania", uma das áreas de intervenção do programa Almada Referencial do Ensino do Português.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Países da CPLP debatem em Brasília o futuro da Língua Portuguesa

Brasília, Palácio do Itamaraty

Começa hoje no Palácio do Itamaraty, em Brasília, a Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial.

Estarão representados os oito países de língua oficial portuguesa – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. O objectivo é examinar as oportunidades e definir os instrumentos que valorizem cada vez mais o nosso idioma.

Além dos oito países da língua portuguesa, foram convidados o Senegal, a Guiné Equatorial e as Ilhas Maurícias, na qualidade de Estados observadores associados.

Cimeira da CPLP em Lisboa - 2008
A sessão inaugural da Conferência está marcada para amanhã (26), às 9h, no auditório do Palácio. O evento prossegue até quarta-feira da próxima semana (31) com reuniões da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) divididas em duas etapas.
A primeira, de hoje até sábado, constituirá ocasião para debate, intercâmbio de ideias e troca de experiências entre representantes da sociedade civil dos Estados membros da CPLP, com a participação de delegações governamentais dos países da Comunidade.
Já a segunda etapa da conferência, dias 29 e 30 , consistirá de reuniões das delegações governamentais dos países da CPLP. Os Estados membros discutirão propostas passíveis de integrar um programa de acções da Comunidade para cumpriros objectivos traçados pelos Chefes de Estado e de Governo da CPLP na “Declaração sobre a Língua Portuguesa” (VII Cimeira, Lisboa, 25 de Julho de 2008).
Luanda, capital de Angola, onde reunirá a Cimeira da CPLP - 2010

Para o último dia, 31 de Março, está marcada uma Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP, durante a qual serão debatidas estratégias e acções para a projecção da língua portuguesa, com vista à formulação de recomendações à próxima Cimeira da Comunidade, marcada para a capital angolana, Luanda, em 2010, onde os resultados dos trabalhos em Brasília serão analisados pelos Chefes de Estado e do Governoda CPLP.

A Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no sistema Mundial e a Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP serão co-presididas pelo Brasil, como país-sede, e por Portugal, como actual presidente da Comunidade.

Paralelamente à Conferência Internacional, será organizada uma Semana Cultural da Língua Portuguesa, cuja programação inclui uma exposição intitulada “Língua Viagem – em português todos se encontram”, mostra de cinema, apresentações musicais e encontros de escritores, com participação de todos os Estados membros da CPLP.

A exposição sobre a língua portuguesa estará patente ao público no Palácio Itamaraty e os demais eventos irão decorrer no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília.

Língua Portuguesa à procura de maior projeção internacional 


A Língua Portuguesa é falada por mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo, a grande maioria – quase 200 milhões – no Brasil. Até 2050, prevê-se que esse número chegue a 335 milhões.

Na lista das línguas com maior número de falantes, o português oscila entre o quinto e o sétimo lugar, dependendo da classificação. Se o critério for apenas o da língua materna, o português aparece em sétimo, mas se também for analisado como segunda língua, sobe para o quinto lugar.
Mesmo tendo essa posição entre os idiomas falados em todo o mundo, o português ainda não tem a projecção que merece no plano internacional. Um descompasso que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pretende debater durante a Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial.
Língua oficial em quatro continentes
A futura difusão da língua portuguesa é justamente o foco da conferência de Brasília, que pretende definir uma estratégia conjunta para a internacionalização do idioma. Isso implica, entre outras coisas, a consolidação do português nos organismos internacionais, sua presença na internet e o ensino da língua tanto para nativos como para estrangeiros.

Falado em quatro continentes, o português é a língua oficial de oito países: Angola (12,7 milhões de habitantes), Brasil (198,7 milhões), Cabo Verde (429 mil), Guiné-Bissau (1,5 milhões), Moçambique (21,2 milhões), Portugal (10,7 milhões), São Tomé e Príncipe (212 mil) e Timor-Leste (1,1 milhões).

Maria  Bethânia, hoje, na Conferência sobre Língua Portuguesa 
  
A cantora brasileira Maria Bethâniaabre hoje simbolicamente, às 20 horas, no Palácio do Itamaraty, a primeira Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial.

Ela lerá alguns textos e interpretará poemas e canções de escritores e compositores de países de língua portuguesa.

Estarão reunidos, além dos membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste), jornalistas, professores, poetas, escritores e delegações governamentais.

O objectivo é debater o futuro do idioma: os desafios e os meios para valorizar a língua e projectá-la no mundo.

Museu dos Descobrimentos em Portugal recria a chegada de Cabral ao Brasil

O Museu dos Descobrimentos, em Belmonte, na Serra da Estrela, Portugal, recria a saga de Pedro Álvares Cabral, com um espaço reservado para o Brasil e Porto Seguro.

O espaço funciona nas antigas casas da família de Pedro Álvares Cabral, no Solar dos Cabrais, construído no século XVIII depois da destruição por um incêndio da outra residência da família, o Paço do Castelo de Belmonte. Trata-se do primeiro espaço museológico dedicado à interpretação e divulgação dos descobrimentos portugueses.

Os turistas têm a oportunidade de conhecer como foi a preparação do empreendimento, sentir o ambiente ao longo da viagem e reviver os momentos da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.

Também são retratados aspectos como o clima tropical, a paisagem, a biodiversidade brasileira – com mais de 2,5 mil frutos - as suas referências musicais e a sua cultura e a consequente miscigenação entre diferentes povos.

Literatura de Cordel no Brasil - Uma herança portuguesa

O nome "literatura de cordel" vem da forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões, também chamados cordéis. Inicialmente, continham peças de teatro, como as de Gil Vicente (1465-1536).

Foram os portugueses que trouxeram o cordel para o Brasil, desde o início da colonização. Na segunda metade do século XIX, começaram as impressões de folhetos brasileiros, com características próprias.

Os temas incluem desde factos do quotidiano, episódios históricos, lendas , temas religiosos, entre muitos outros. Não há limite para os temas dos folhetos. Praticamente todo e qualquer assunto pode virar "cordel" nas mãos de um poeta competente.As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) foram dois temas que tiveram maior destaque e maiores tiragens no passado, no Brasil.

No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje, a literatura de cordel também se faz presente noutros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos "cordelistas".

Americantiga apresenta reportório musical luso-brasileiro de finais do século XVIII


Fundado em 1995 por Ricardo Bernardes, o Americantiga é um conjunto especializado em música brasileira, hispano-americana, portuguesa e italiana dos séculos XVIII e princípios do XIX. Com diferentes formações e enfoques interpretativos, o trabalho tem procurado a execução historicamente informada com o uso de instrumentos de época.

Nos últimos anos, tem realizado concertos nos Estados Unidos, Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia. Muitos desses concertos foram organizados por embaixadas e consulados brasileiros com o objectivo de difundir esta importante e pouco conhecida produção musical. Na sua discografia já se encontram quatro CDs e um DVD a ser lançado brevemente.

O Americantiga tem sido elogiado pela crítica e público como um dos mais sólidos e activos conjuntos de música antiga no terreno do repertório Luso-Brasileiro.

Historiador ganha prémio com pesquisa sobre açúcar no Brasil colonial


O Prémio Clarival do Prado Valladares anuncia o projecto vencedor da 6ª edição. Com o tema “Açúcar em águas revoltas: o comércio entre Brasil, Portugal e Holanda (1595-1618)”, o economista e historiador Daniel Strum teve seu trabalho seleccionado entre mais de 200 projectos inscritos.

O trabalho de Strum apresenta um panorama da evolução da produção, comercialização e consumo de açúcar desde o início da colonização do Brasil até à invasão holandesa, em 1630.

Com um rico material colhido "in loco" nos arquivos do Porto, Lisboa e Amsterdão, a originalidade do projecto está justamente na integração e no cruzamento de fontes e literatura portuguesa, holandesa e brasileira.
 
A sexta edição do Prémio Clarival do Prado Valladares registou 218 trabalhos inscritos por pesquisadores de 18 Estados brasileiros. As temáticas versavam sobre as mais diversas áreas – história, arte, arquitectura, antropologia e política.

SÉTIMA EDIÇÃO - Para a 7ª edição (2010), podem inscrever -se no Prémio Clarival do Prado Valladares, até ao dia 30 de Abril, pesquisadores de todo o Brasil, vinculados ou não a instituições académicas, com projectos de pesquisa inéditos nas áreas de história económica, evolução sóciopolítica e criação artística. A Organização Odebrecht é responsável pelos recursos necessários à realização completa dos projectos selecionados, da pesquisa à edição de livro ilustrado.

Acordo Ortográfico fortalecerá difusão mundial do português, defende director do Museu da Língua

                                                  Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo
 
O Acordo Ortográfico fortalecerá a difusão mundial do português e aproximará os países lusófonos, com a valorização da diversidade e da riqueza do idioma, disse o director do Museu da Língua Portuguesa, de São Paulo.

António Sartini afirmou que o Acordo Ortográfico pode desagradar a muitas pessoas, num primeiro momento, mas representa um importante passo "para que o belo idioma se desenvolva livremente em cada país".
 
"Nossa língua, tenho certeza, além de bela é sábia", salientou o director, que participará em Brasília na conferência internacional sobre o futuro da língua portuguesa, entre os dias 25 a 31 de Março.
"Sou muito optimista com o futuro de nossa língua, pois o português é a sexta mais usada no mundo [a quinta como língua nativa], a terceira do ocidente, e cada vez mais se torna conhecida e reconhecida", sublinhou.
 
"O Brasil é uma das maiores economias do mundo, Portugal é um país extremamente importante no cenário mundial e europeu e a tendência é que os demais países também ocupem locais de destaque no continente africano e no mundo, quer por suas riquezas naturais, patrimoniais e históricas e, também, económicas, caso de Angola, com o petróleo", disse.
 
Em Brasília, o Museu da Língua Portuguesa apresentará, durante a conferência internacional, uma exposição com parte de seu acervo permanente, como vídeos sobre a origem do português, e também criações especialmente pensadas para o encontro.

A mostra Linguaviagem será a primeira realizada pela instituição fora de suas instalações, em São Paulo, para apresentar um pouco da diversidade literária dos oito países de língua oficial portuguesa.

Festival de Teatro da Língua Portuguesa no Rio de Janeiro



O Festlip - Festival de Teatro da Língua Portuguesa chega este ano à terceira edição. A organização do evento, que decorrerá de 14 a 25 de Julho no Rio de Janeiro, já abriu o período de inscrições para que as companhias teatrais do espaço lusófono se possam candidatar a estar presentes no festival.

A organização anunciou que "as companhias teatrais interessadas têm até 20 de Abril para concorrer a uma vaga no festival, voltado ao intercâmbio cultural entre os oito países lusófonos – Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste".
Depois haverá a selecção. Serão escolhidas 14 peças de teatro, necessariamente inéditas no Rio de Janeiro. O resultado dessa escolha será anunciado até 3 de Maio.

Além da mostra teatral, o evento, realizado pela Talu Produções em parceria com o SESC-Rio, oferece atividades paralelas incluindo exposição, mostra gourmet, oficinas teatrais, palestras e o Festlipshow, que reúne músicos da lusofonia.
 
Para esta edição do evento, que conta com o apoio institucional do Instituto Camões e do Ministério da Cultura do Brasil, está prevista também uma homenagem à actriz portuguesa Maria do Céu Guerra.

domingo, 21 de março de 2010

DIA MUNDIAL DA POESIA - TRIBUTO AO POETA PORTUGUÊS ARY DOS SANTOS

TRIBUTO DE HOMENAGAM AO POETA PORTUGUÊS

José Carlos ARY DOS SANTOS
(1937 - 1984)

Hoje, 21 de Março, DIA MUNDIAL DA POESIA, decidimos assinalar e celebrar  este dia com a publicação de um TRIBUTO DE HOMENAGEM a esse famoso e popular poeta português, José Carlos ARY DOS SANTOS, porventura um dos poetas mais cantados, amados e controversos, durante o período de transição do regime ditaturial português para a democracia, com a Revolução de 25 de Abril de 1974.

Dizer que hoje é o Dia Mundial da Poesia, será o mesmo que dizer que hoje é o Dia Mundial da Liberdade, porque a poesia  é libertação e, quando necessário, exprime-se como grito incontido de liberdade. contra a opressão, pelos direitos humanos e pela justiça. De Ary dos Santos podemos afirmar que ele primeiro gritou e, depois, cantou a Liberdade, porque, como ele afirmava num dos seus poemas ..."serei tudo o que disserem...poeta castraddo não".

Ary dos Santos, poeta e declamador, escreveu muitas canções para os músicos e cantores desse glorioso período da história recente de Portugal e foi, sem dúvida, uma das grandes vozes poéticas mais cantadas pelos maiores artistas cantores e músicos do seus tempo. Poeta polémico, corajoso, provocador e teatral, mas de grande alma poética, romântico, foi o parceiro dilecto de grandes interpretes da canção de intervenção e da canção popular, como Fernando Tordo, Carlos do Carmo e outros. 

Poeta português, natural de Lisboa. Saiu de casa aos 16 anos, exercendo várias actividades como meio de subsistência.

Revelando-se como poeta com a obra Asas (1953), publicou, em 1963, o livro Liturgia de Sangue, a que se seguiram Azul Existe, Tempo de Lenda das Amendoeiras e Adereços, Endereços (todos de 1965). Em 1969, colaborou na campanha da Comissão Democrática Eleitoral e, mais tarde, filiou-se no Partido Comunista Português, tendo tido uma intervenção politizada, mas muito pessoal.

Ficou sobretudo conhecido como autor de poemas para canções do Concurso da Canção da RTP. Os seus temas «Desfolhada» e «Tourada» saíram ambos vencedores. Em 1971, foi atribuído a «Meu Amor, Meu Amor», também da sua autoria, o grande prémio da Canção Discográfica. Declamador, gravou os discos «Ary Por Si Próprio» (1970), «Poesia Política» (1974), «Bandeira Comunista» (1977) e «Ary por Ary» (1979), entre outros. Publicou ainda os volumes Insofrimento In Sofrimento (1969), Fotos-Grafias (1971), Resumo (1973), As Portas que Abril Abriu (1975), O Sangue das Palavras (1979) e 20 Anos de Poesia (1983). Em 1994, foi editada Obra Poética, uma colectânea das suas obras.

Personalidade entusiasta e irreverente, muitos dos seus textos têm um forte tom satírico e até panfletário, anticonvencional, contribuindo decisivamente para a abertura de novas possibilidades para a música popular portuguesa. Deixou cerca de 600 textos destinados a canções.

 












POEMA ORIGINAL
De José Carlos Ary dos Santos

Original é o poeta

que se origina a si mesmo

que numa sílaba é seta

noutra espasmo ou cataclismo

o que se atira ao poema

como se fosse ao abismo

e faz um filho às palavras

na cama do romantismo.

Original é o poeta

capaz de escrever em sismo.


Original é o poeta

de origem clara e comum

que sendo de toda a parte

não é de lugar algum.

O que gera a própria arte

na força de ser só um

por todos a quem a sorte

faz devorar em jejum.

Original é o poeta

que de todos for só um.


Original é o poeta

expulso do paraíso

por saber compreender

o que é o choro e o riso;

aquele que desce à rua

bebe copos quebra nozes

e ferra em quem tem juízo

versos brancos e ferozes.

Original é o poeta

que é gato de sete vozes.


Original é o poeta

que chega ao despudor

de escrever todos os dias

como se fizesse amor.

Esse que despe a poesia

como se fosse mulher

e nela emprenha a alegria

de ser um homem qualquer.

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POETA CASTRADO NÃO !
De J. C. Ary dos Santos


Serei tudo o que disserem

por inveja ou negação:

cabeçudo dromedário

fogueira de exibição

teorema corolário

poema de mão em mão

lãzudo publicitário

malabarista cabrão.

Serei tudo o que disserem:

Poeta castrado não!


Os que entendem como eu

as linhas com que me escrevo

reconhecem o que é meu

em tudo quanto lhes devo:

ternura como já disse

sempre que faço um poema;

saudade que se partisse

me alagaria de pena;

e também uma alegria

uma coragem serena

em renegar a poesia

quando ela nos envenena.


Os que entendem como eu

a força que tem um verso

reconhecem o que é seu

quando lhes mostro o reverso:


Da fome já não se fala

- é tão vulgar que nos cansa -

mas que dizer de uma bala

num esqueleto de criança?


Do frio não reza a história

- a morte é branda e letal -

mas que dizer da memória

de uma bomba de napalm?


E o resto que pode ser

o poema dia a dia?

- Um bisturi a crescer

nas coxas de uma judia;

um filho que vai nascer

parido por asfixia?!

- Ah não me venham dizer

que é fonética a poesia!

Serei tudo o que disserem


por temor ou negação:

Demagogo mau profeta

falso médico ladrão

prostituta proxeneta

espoleta televisão.

Serei tudo o que disserem:

Poeta castrado não!





Carlos Morais dos Santos
Cônsul do M.I. "Poetas Del Mundo"

sexta-feira, 19 de março de 2010

Carlos Morais dos Santos canta "Tejo, Sonho Líquido"

















TEJO, SONHO LÍQUIDO

São os sonhos da lonjura
São velas brancas a deslizar
É a esperança da aventura
Que ali se está a sonhar

São as minhas nostalgias do passado
As doces loucuras ainda a navegar
Num rio de vida já só iluminado
Por este sol de Inverno… a acabar

É o tempo, sem tempo
A correr para o mar
É a alma de um povo
Que ali vai a velejar
É o sangue da cidade
Que continua a palpitar…

É o Tejo, é o Tejo
Que da minha janela eu vejo
É o Tejo. É o Tejo
Que eu amo e que invejo

Porque ele sonha e alcança
As lonjuras da esperança
Porque ele percorre o tempo
Sem um choro ou um lamento.

E ali está todo a animar
Com velas brancas a deslizar !

E continua a sonhar
E continua à procura
Desses sonhos de lonjura
Que o levam até ao mar ! 




 Poema e Fotografias de 

Carlos Morais dos Santos
In Sossego Intraquilo, Edições Hugin, 2003
 Cônsul do M.I. Poetas Del Mundo

Álvaro Alves de Faria - o mais português dos poetas brasileiros

Ele é brasileiro, mas auto-intitula-se "um poeta português". Autor de mais de 50 livros, entre romances, ensaios, antologias, crónicas e poesias, Álvaro Alves de Faria já lançou oito obras em Portugal, um destino - diz - que lhe permitiu “salvar” a sua poesia.

A edição da sua obra em Portugal começou após uma participação no 3º Encontro Internacional de Poetas, em Coimbra, representando o Brasil. Foi aplaudido de pé por poetas de vários países que nem entendiam o português, com a leitura do poema “Eldorado dos Carajás”.

O poema não está em nenhum dos seus livros, mas foi publicado em quatro antologias de poesia em Portugal. Foi então que Álvaro recebeu um convite e começou a publicar um livro por ano no país, pelas Editoras Palimage e Temas Originais.
“Se tivesse vinte anos menos, já estaria vivendo lá. Até porque toda minha família vive em Portugal, especialmente em Anadia”.
 
Formado em Sociologia e Política e Língua e Literatura Portuguesa, com Mestrado em Comunicação Social, Álvaro Alves de Faria iniciou a sua carreira no jornalismo aos 18 anos. Fez parte da Geração 60 e nessa época, nos tempos da ditadura, foi preso cinco vezes por declamar poemas no Viaduto do Chá, em São Paulo. Actualmente, figura em aproximadamente 70 antologias de poesia e contos, no Brasil e no estrangeiro.
 
No passado mês de Fevereiro, Álvaro Faria foi convidado a integrar o desfile do Carnaval de São Paulo no carro alegórico que representava a língua portuguesa montado pela escola X9 Paulistana.
Em Junho, vai lançar, em São Paulo, “Alma Gentil”, pela Editora Escrituras, reunindo num único volume as suas oito obras já publicadas em Portugal.

Missão Cruls - Uma Tajectória para o Futuro - Brasília Uma Ideia que vem de Longe, Exposição na Embaixada de Portugal

Cientistas da Missão Cruls foram reunidos para colectar dados sobre o sertão brasileiro Fotos: Arquivo Público do DF
 
Realizou-se  dia 18 de Março, pelas 19.00, no Auditório do Instituto Camões/Embaixada de Portugal em Brasília, uma sessão pública de apresentação do livro "Missão Cruls - Uma
Trajectória para o Futuro".
Brasília - uma ideia que vem de longe

A ideia de construir Brasília não surgiu de repente. Desde o século XVIII, sonhos e projectos já povoavam o imaginário político ao vislumbrar a possibilidade de a capital do Brasil ser transferida para o interior. De acordo com pesquisa de António Menezes Júnior, Marta Sinoti e Regina Fernandes Saraiva, publicada em "Olhares Sobre o Lago Paranoá" em 1750, quando o Brasil era ainda colónia de Portugal, o cartógrafo genovês Francisco Tossi Colombina elaborou a Carta de Goiás e sugeria a mudança da capital do país para essa região.

Há também registos atribuídos ao Marquês de Pombal, afirmando que o estadista português já sonhava com a mudança da sede de governo para o vale do Amazonas, transformando o Rio de Janeiro, sede do governo naquela época, em capital provisória.
 
Os inconfidentes também demonstravam esse desejo. Em 1789 eles fizeram constar em seu programa a transferência da Capital Federal para São João Del Rei — para eles, o local que apresentava as melhores condições para abrigar o centro do governo, por causa de sua privilegiada localização geográfica e pela fartura de mantimentos.
 
No começo do século XIX, o jornalista Hipólito José Costa, através do Correio Braziliense, instigou uma forte campanha em defesa da transferência da capital. O jornalista indicava um ponto ideal, na zona dos mananciais dos rios Araguaia, Tocantins, São Francisco e Paraná — ou seja, justamente sobre o Planalto Central brasileiro.

José Bonifácio, o "patriarca da independência", também foi um fervoroso partidário da substituição da capital. Ele vislumbrava a mudança para a cidade de Paracatu, no planalto mineiro, e propunha até mesmo o novo nome: Petrópole ou Brasília.
As qualidades ambientais e as riquezas naturais dessas regiões eram sempre citadas como um dos principais argumentos para a transferência. A outra justificativa estava relacionada com as questões estratégicas de segurança: um centro político localizado no interior seria menos vulnerável a ataques de conquistadores.

Com a Proclamação da República, em 1889, essa preocupação foi materializada na Constituição, que estabeleceu para a União a propriedade de uma zona de 14.400 km2 no Planalto Central, que seria oportunamente demarcada para o estabelecimento de uma futura sede de governo.
Em 1892, para cumprir a Constituição, o presidente Floriano Peixoto nomeou a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, cujo objetivo era iniciar de facto a demarcação do Distrito Federal. Foi a primeira iniciativa oficial do governo brasileiro para concretizar a mudança da capital. Essa comitiva ficou conhecida por Missão Cruls.

Luiz Cruls era um notável astrónomo belga, director do Observatório Astronómico do Rio de Janeiro. Para cumprir a determinação do presidente Floriano Peixoto, Cruls organizou uma equipa de 21 pesquisadores, entre geólogos, geógrafos, botânicos, naturalistas, engenheiros, médicos e higienistas, que seguiram a Ferrovia Mogiana, do Rio de Janeiro a Uberaba, e depois rumaram ao Planalto Central, percorrendo um total de 4 mil quilómetros.

Uma Trajetória para o Futuro

Um grupo de 17 pesquisadores brasileiros decidiram reconstituir, em 2003, a trajectória do astrónomo belga Luis Cruls rumo ao Planalto Central. Para isso, desenvolveram o projecto "Missão Cruls: Uma Trajetória para o Futuro", coordenado por Pedro Jorge de Castro, Doutor em Comunicação e Artes.

A expedição partiu no dia 10 de Novembro da sede do Museu Nacional de Astronomia no Rio de Janeiro. Objectivo: observar e comparar os aspectos analisados pela comitiva do século XIX, verificando as mudanças que ocorreram no século XXI.

Pérolas do Duo Ouro Negro em novo CD, relembram o famoso conjunto musical português


Mais de duas dezenas de temas do conjunto Duo Ouro Negro integram o disco 'Perfil', que resume a carreira do grupo, formado em 1956.

'Perfil' recupera 22 canções do duo formado por Raul Indipwo e Milo MacMahon. Apesar de formado em Angola, foi a partir de Lisboa que o duo Ouro Negro fez carreira, com uma sonoridade ímpar que fundia ritmos africanos, brasileiros e portugueses. O baixista angolano Yami afirmou que o "Duo Ouro Negro" foi pioneiro nesse diálogo África/Brasil/Europa, e até do que hoje chamamos world music.

Em 'Perfil' encontram-se os mais populares temas do duo, casos de 'Eliza' (1967) a 'Muxima' (1960), mas a virtude maior do novo CD reside nos temas menos conhecidos, caso de 'Hava Naguila', de 1964.

Gaitista galego reencontra as suas raízes no Brasil, por via da colonização portuguesa

O gaitista galego Carlos Núñez, principal embaixador da música desta região celta da Espanha, reencontrou suas raízes no Brasil, onde gravou o seu último álbum, "Alborada do Brasil", fruto de três anos passados no país sul-americano.

Nesta viagem ao Brasil, "encontramos as conexões entre a música brasileira e a música da Galícia, mas nunca pensei que seriam tão fortes. Foi uma revolução total para mim", disse Núñez, que é considerado um dos maiores gaitistas do mundo.
 
Nascido em Vigo, Galicia, em 1971, Núñez, que faz turnê pela França, é um intérprete prodigioso dos instrumentos tradicionais celtas - gaita de fole e flautas -, mas também modernizou esta música, incorporando instrumentos e ritmos de outros países.
 
Em "Alborada do Brasil" (RCA/Sony Music), tocam como convidados do músico galego grandes nomes da música brasileira, como Carlinhos Brown, o cantor Lenine e o acordeonista Dominguinhos, que tocam junto com o grupo irlandês The Chieftains.
Adriana Calcanhotto, Jaques Morelenbaum, Fernanda Takai, Wilson das Neves, Yamandú Costa e a escola de samba Beija-Flor também participaram no álbum.

Núñez confessou que visitou o Brasil em busca de um bisavô, um músico, como ele, que emigrou para o país no início do século XX. Infelizmente, nunca conseguiu encontrar pistas sobre ele. Mas, o gaitista acabou descobrindo com assombro os estreitos vínculos entre as músicas brasileira e galega, por via da colonização portuguesa. Desde então, aprofundou sua indagação sobre os vínculos entre estas duas músicas.
 
"O que o Brasil nos dá é, sobretudo, uma mistura: melodias europeias e música celta, com um sentido rítmico e grande senso de liberdade. O ritmo é muito africano, mas as melodias são bastante medievais", explicou.
 
"O que foi uma surpresa é que encontramos essa cultura antiga muito viva" no Brasil, acrescentou o músico, que visitou de Salvador a Porto Alegre, passando por Rio de Janeiro, Minas Gerais e o sertão nordestino.
 
"A primeira colonização ocorreu no nordeste. Os portugueses levaram a gaita para lá e sua música continua sendo bastante medieval", disse.
"Quando os portugueses chegaram ao Brasil, por volta de 1500, eles representaram um Portugal mais antigo, mais celta. Foi este Portugal que foi levado ao Brasil: o da Idade Média", acrescentou.
 
"O barroco, o Renascimento, a guitarra vieram depois", explicou o músico, cuja popularidade aumentou após aparecer na trilha sonora do filme "Mar Adentro" (2004), do realizador Alejandro Amenábar.
O músico destacou que o acordeão, instrumento essencial em algumas músicas brasileiras, parecia ter tomado o lugar de instrumentos medievais, sem perder sua linguagem.
"No Nordeste, se chama sanfona. E no sul, gaita!" exclamou.
 
Este instrumento, "com que o músico, além da melodia, pode pôr acordes, substituiu os instrumentos medievais por volta do século XX, mas manteve sua alma", concluiu Núñez, que lançou uma dezena de trabalhos desde que surpreendeu, em 1996, com seu primeiro álbum, "A irmandade das estrelas".

domingo, 14 de março de 2010

Poema Ilha de Moçambique do poeta Moçambicano Ribeiro Couto

F O R T A L E Z A  D E   S. S E B A S T I Ã O


 ( Ilha de Moçambique  -  Ilha de Mussa-Bin-M´Biki ) 
ILHAMOC01
 À Memória do Grande Poeta Rui Knopfli  -

     
    Soberba e estratégica alvenaria    
    Magno-flanqueada à repugnante cobiça,
    Ainda permaneces hoje no plantão,
    Magnífica, ante os leques das palmeiras
    Na Índica margem das inclementes monções.

    Gizou-te Miguel de Arruda na imponência
    Do tempo, airosas arestas, torreões
    E ameias, para que (im)ponderável
    Rugisses dos bronzes a cava
    Retórica ante o afrontamento holandês

    E assim, na cadenciada triangulação
    Balística, nutrida à incomparável e sagaz
    Contemplação no eterno, dos ardis
    Protegesses o trânsito do Ocidente
    No Oriente à omnivisão do Baluarte.

    Férreo e persistente espírito
    O de Dom Estêvão de Athayde obstinado
    Na sintomática vigília dos ventos,
    Contraponto aos dolentes cânticos muçulmanos
    De Ziara, madrugada enluarada fora …

    E enquanto inapagáveis vultos
    De antanho te revisitam patinados,
    Hábil na recordação te restauro
    Das brechas a que o novo senhor,
    Inábil, torpe e péssimo, te votou.

    Para que doravante, na cálida atmosfera,
    Às maresias de jade, toada monocórdica
    Sobre teus ásperos corais, se irmanem
    Na preciosa candura das mesquitas, palacetes
    E templos, em luso-pérseo e indianos alçados.

    Habita-te o trejeito esplêndido, magestoso e capulânico
    À re-iluminação do velho-novo levitar espiritual !
    Só Moisés, Krishna, Cristo e Mahomed te radicam
    Soberanos, vigilantes quedos e firmes
    À contemplação agente do mesmo VERBO.
   
   
Ribeiro Couto, jm
      1986
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Diálogo Portugal-Brasil: Século XXI - Novas Realidades, Novos Paradigmas

Em 2006, pesquisadores do Brasil e de Portugal reunidos na Universidade Fernando Pessoa, debateram novos paradigmas das relações luso-brasileiras.

Memória e história, laços culturais, mudanças geopolíticas contemporâneas, colocam os dois países diante de novos desafios.

Diversidades e afinidades compõem, por outro lado, um futuro promissor para a comunicação entre as duas sociedades, o que se expressa no título do livro: "Diálogo Portugal-Brasil Século XXI - novas realidades, novos paradigmas".

Título:
"Diálogo Portugal-Brasil Século XXI : novas realidades novos paradigmas"Autores: Leite, Isabel Costa
Data: 2009
Editora: Edições Universidade Fernando Pessoa
Citação: Revista da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais. Porto. ISSN 1646-0502. 6 (2009) 289-291.

China fomenta língua portuguesa

Macau - Aberta ao futuro, sem esquecer o passado
A expansão económica da China e o interesse nos países de língua portuguesa podem estar evitando que o idioma de Camões se extinga em Macau, cidade do sul do país que voltou ao domínio chinês em 1999 depois de 450 anos de colonização portuguesa.

Na época, muitos acreditavam que a entrada do chinês e também do inglês chegaria a provocar o desaparecimento do português, que é uma das línguas oficias, mas é falado por menos de 10% dos cerca de 400 mil habitantes.
Mas, apesar de uma queda na procura por cursos de português no ano 2000, as diversas escolas que ensinam a língua já passaram a registar um retorno do interesse pelos cursos a partir de 2001 e, mais acentuadamente, a partir de 2002.
O Instituto Português do Oriente (Ipor) exemplo, que, em 2000, tinha apenas 200 alunos, agora conta com cerca de mil.
A mesma tendência se verifica na Escola Superior de Línguas e Tradução do Instituto Politécnico de Macau, que em 2000 chegou a admitir apenas 12 novos estudantes e, em 2003, atraiu 50 novos alunos.

Nós temos a consciência nítida de que isso se deve ao crescimento da China, à abertura dos mercados, ao estabelecimento das prioridades nas relações externas da China que passam pelos países de língua portuguesa", afirma Antonio Saldenha, do Ipor.

Saldenha cita como exemplo desse incentivo o estabelecimento, no ano passado, do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, com sede em Macau.


Macau - Leal Senado: Herança Portuguesa
"A China está com um grande desenvolvimento económico e com olhos para cooperação com os países em desenvolvimento da África, com o Brasil e também com Portugal, como porta de entrada na União Europeia", afirma o vice-reitor da Universidade de Macau, Rui Martins."Então, esses alunos vêem nisso uma série de oportunidades de trabalho", completa.

A universidade, que em 1999 tinha cerca de 700 alunos aprendendo o português dentro das diversas áreas de especialização, agora tem cerca de 1.500.
O Vice Reitor Rui Martins lembra que a Universidade chegou a prever que o curso de Direito oferecido em português iria acabar ficando sem alunos, mas isso não aconteceu. Parte dessa volta do interesse pelo português em Macau, segundo Martins, deve-se à chegada à cidade de estudantes de outras partes da China

"Macau é uma cidade única em comparação com outras cidades chinesas, por causa do seu passado histórico de ligação com Portugal. É o ponto de encontro entre a cultura chinesa e a ocidental", afirma Choi Wai Hao, director da Escola Superior de Línguas e Tradução do Instituto Português de Macau, IPM. "E eu acho que o governo chinês percebeu o valor de Macau", conclui.